Boletim Bibliográfico
21.10.2020*
21.10.2020*
Imagem retirada do nº3566
3532 - [INQUISIÇÃO. PRIVILÉGIOS DOS FAMILIARES DO SANTO OFÍCIO] - Aboim, Diogo Guerreiro Camacho de – OPUSCULUM DE PRIVILEGIIS FAMILIARUM, OFFICIALIUM QUE SANCTAE INQUISITIONIS DESIDERA A TISSIUM…Lisboa. Ex Officina Bernardi Antoniii de Oliveira. 1759. (10) – 453 pp. 28,8 cm E.
Terceira edição desta importante obra de Diogo Guerreiro Camacho de Aboim sobre os privilégios e prerrogativas dos Familiares do Santo Ofício. Na obra, redigida em português e em latim, são transcritos diversos documentos relativos a esta matéria, nomeadamente a carta de “Privilégios Concedidos aos Officiaes e Familiares do Santo Officio da Inquisição destes Reynos e Senhorios de Portugal” passada por D. Sebastião a 18 de Janeiro de 1580. Camacho de Aboim “nasceo na Quinta dos Guerreiros Solar da sua família no Territorio do Campo de Ourique, em a Província do Alentejo, no anno de 1663. onde teve por Pays a Diogo Guerreiro Camacho de Aboim, e Monica Guerreira Camacha , filha de André Guerreiro Camacho , e Maria Filippa da Sylva , acuja vigilante educação deveu o progresso , que fez assim nas virtudes, como nas letras. Depois de estudar na Universidade de Coimbra Direito Cesáreo , em que recebeo o grau de Bacharel com aplauso de Mestres , e discipulos, exercitou vários Lugares como forão Juiz de Fora de Montemor o Velho, Juiz dos Orfaõs de Lisboa , Juiz do Fisco do Territorio de Evora, Dezembargador do Porto, donde passou à Casa da Supplicaçaõ a 17 de Novembro 1703;. e ultimamente a Dezembargador dos Aggravos a 20. de Abril de1709. Em tão diversos ministérios sempre conservou inviolável a justiça, sem que pudesse o suborno por menos nobre, ou o respeito por mais autorizado fazer a mais leve impressão em seu incorrupto animo (…). Falleceo em Lisboa a 15 de Agoſto de 1709 quando contava 48. anos de idade (…)” (ver Barbosa Machado, Bibliotheca Lusitana, Tomo I, pp. 658-659). Exemplar encadernado. Encadernação inteira de pele mosqueada. Lombada com nervos e com decoração a dourado. Título a dourado em rótulo vermelho.. Algumas páginas finais do volume (correspondentes ao índice) com picos de traça e manchas à cabeça. Interior em bom estado geral de conservação. Papel sonante. VENDIDO. |
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3533 - Angerville, Mouffle d' – VIE PRIVÉE DE LOUIS XV. 5 VOLUMES. Londres. Chez John Peter Lyton. 1781. (8) – 334 pp. ; 335 pp; 335 pp; 339 pp. E.
História da vida de Luís XV de França (1710-1774) da autoria do advogado e escritor Mouffle d’Agerville (1728 – 1795). Esta obra viria a ser reeditada em 1796 com o título “Siècle de Louis XV”, tendo este trabalho conhecido ainda outras edições. Ilustrado com 9 gravuras que representam “Louix XV, Roi de France”, “Philippe, Duc d’Orléans, Régent du Royaumme”, “André Hercule, Cardinal de Fleury”, “Madame la Marquise de Pompadour”, “Louis, Dauphine de France”, “Madame la Comtesse Dubarry”, “René Nicolas Ches. Augustin de Maupeou” e “Mr. L’Abbé Terray”. Todos os exemplares apresentam uma antiga marca de posse impressa de “Dom Lourenço de Lima”. Possivelmente trata-se do 1º Conde de Mafra, o diplomata Dom Lourenço Xavier de Lima (1767 – 1839), ministro de Portugal em várias Cortes, nomeadamente em Paris. Exemplares encadernados. Encadernações com a lombada e cantos em pele. Com o ex-libris de Dom Lourenço de Lima e um outro, heráldico, mais recente. Capa do primeiro volume com defeito (ver imagem) restante interior em bom estado geral de conservação. Preço: 200 euros. |
3534 - [RESGATE DE CAPTIVOS] - ANNUNCIO DA SUBSRIPÇÃO VOLUNTARIA, E CARITATIVA PARA RESGATE DOS PORTUGUEZES CAPTIVOS EM ARGEL. 1 fl. [1810]. 28 cm. x 19, 5 cm.
Anúncio para que se recolhessem fundos para o resgate dos cativos portugueses em Argel. A Biblioteca Nacional aponta o ano de 1813 como data provável da publicação deste impresso. O folheto informa que o Rei de Portugal e o Bey de Argel, mediados pelos britânicos, tinham feito um acordo a 6 de Julho, sem contudo especificar o ano. Contudo é sabido que um “Tratado de Paz e Amizade” foi ratificado a 14 de Junho de 1813. Contudo, de acordo com a investigação de Luís Filipe Xavier Cabrita “OS CATIVOS EM ARGEL DA MARINHA REAL PORTUGUESA (1799-1812)” (p. 145) ficamos a saber que “em 6 de Julho de 1810 foi possível negociar um Tratado de Trégua e Resgate e iniciar a redenção dos escravos portugueses, que foi feita em três fases e não de uma só vez como seria desejável, devido às grandes dificuldades financeiras que então afectavam Portugal”. Atendendo a estas informações deduzimos que este folheto tenha sido impresso em 1810. Exemplar em razoável estado de conservação. Pouco frequente. VENDIDO. |
3535 - Attaide, D. Fr. Joaquim de Menezes e – HOMILIA FUNEBRE PREGADA NA TRASLADAÇÃO DO CORPO DE S. MAGESTADE FIDELISSIMA, A MUITO ALTA E PODEROSA RAINHA DE PORTUGAL A SENHORA D. MARIA PRIMEIRA PARA A IGREJA DO REAL CONVENTO DO CORAÇÃO DE JESUS EM LISBOA…Lisboa. Na Typographia de Antonio Rodrigues Galhardo. 1822. 32 pp. 24, 6 cm. B.
Homilía do “ultra-liberal” Bispo de Elvas Fr. Joaquim de Menezes e Attaide que a dado passo nos surpreende com frases como esta “existência que subsiste do trabalho e da miséria, não é existência, é aniquilação; e se o homem foi criado para ser feliz devemos acreditar ser outro o seu destino, e ser outra a sua vida (…)”. Sobre este autor e alguns dos lances mais notáveis da sua vida retiramos de Innocêncio o essencial: “Natural da cidade do Porto, onde n. a 20 de Septembro de 1765. Professou a regra de Sancto Agostinho no convento dá Graça de Lisboa, em 22 de Septembro de 1781. No anno de 1799 foi nomeado Chronista da Casa do Infantado, e logo depois eleito pela sua província para o cargo de Reitor do collegio de Santo Agostinho, chamado vulgarmente o Colleginho. Nomeado Bispo de Meliapor em 29 de Outubro de 1804.Vigário capitular do Funchal era 1811, em cujo exercíciolhe foi conferido o titulo e honras de Arcebispo. Transferido para o bispado d'Elvas em 1821. Par do Reino em 1826.—No intervallo de 1820 a 1823 foi tido, com razão ou sem ella, como decididamente opposto ao systema constitucional, e até accusado de conspirar com outros para o derribarem;do que lhe provieram desgostos, e não sei se prisão, por algum tempo. Effectivamente em suas pastorais de 1823, depois da restauração do governo absoluto, tractou as instituições decahidas com o maior azedume e desabrimento, qualificando-as de democráticas, ímpias, e subversivas da sociedade civil, etc. etc Porém no regimen da Carta manifestou ideias até certo ponto contrarias, e abraçou tão calorosamente as doutrinas do novo código, que chegou a ser arguido de ultra-liberal, e até processado e chamado á barra na Câmara dos Pares, como envolvido nos alvoroços de Julho de 1827, que segundo então se fez crer, tendiam nada menos que a estabelecer a republica em Portugal !!! (…) Á chegada a Lisboa do sr.D. Miguel em Fevereiro de 1828, temeroso de novas e mais sérias perseguições, tomou para logo o partido de homisiar-se, e não se demorou em sair do reino, chegando a Gibraltar ainda em Março do mesmo anno, segundo creio. Viveu por algum tempo n'aquella cidade, até que ferido de peste ahi terminou seus dias em 5 de Novembro de 1828.” (ver Diccionario Bibliographico Portuguez de Innocêncio Tomo IV pp. 133-134). Exemplar não encadernado. Interior manchado e com picos de traça (visíveis na folha de rosto) que atravessam o volume (sem contudo atingir com intensidade o texto). Preço: 75 euros. |
3536 - Azevedo, A. M. de – A INCREDULIDADE COMBATIDA SÓ PELA RAZÃO; OU OS IMPIOS DESTROÇADOS COM AS SUAS PROPRIAS ARMAS. Lisboa. Typ. do Beco da Rosa. 1825. 85 pp. 17, 5 cm. B.
A “Gazeta de Lisboa” de 5 de Dezembro de 1828 anunciava este livro como uma “obra digna para os verdadeiros amantes do Altar e do Throno”. Este opúsculo, de matriz ultraconservadora, faz uma crítica feroz ao pensamento moderno, aos deístas e a Rosseau. Exemplar não encadernado. Protegido por uma folha. Impresso em papel de má qualidade. Fragilizado. Pouco frequente. Preço: 24 euros. |
3537- [EXÉRCITO] - Azevedo Coutinho, Manuel de; Dantas, Casimiro Augusto Vanez; Sande e Lemos José Victorino de - ALMANACH MILITAR PARA 1878. PELOS OFFICIAES DO EXERCITO MANUEL D'AZEVEDO COUTINHO. JOSE VICTORINO DE SANDE E LEMOS. CASIMIRO AUGUSTO VANEZ DANTAS. Á venda: Livraria de Madame Marie François Lallemant. 1878. 231 pp. 17 cm. E.
Curioso “Almanach” onde se podem encontrar apontamentos históricos sobre a Real Escola do Exército e sobre o Real Colégio Militar, sobre a situação de diversos regimentos, vencimentos militares, uma agenda com efemérides militares, “justiças militares” (legislação e penas), notas sobre transportes (comboios, carruagens), etc. Exemplar encadernado. Encadernação cartonada. Interior em bom estado geral de conservação (ainda que com picos de acidez nas pp. 68 a 75). Conserva um lápis preso por uma fita que deveria ser vendido juntamente com a publicação. Raro. VENDIDO. |
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2328 - [BRASIL. OBRA PIONEIRA. AFIRMAÇÃO DA INDEPENDÊNCIA. HISTÓRIA] - Beaumelle, V. Angliviel de La (Padre Perereca, tradução e acrescentos) – O IMPERIO DO BRASIL, CONSIDERADO NAS SUAS RELAÇÕES POLÍTICAS, E COMMERCIAES, POR LA BEAUMELLE NOVAMENTE CORRECTO E ADDICIONADO PELO SEU AUTHOR, E TRADUZIDO POR HUM BRAZILEIRO, QUE O DEDICA E CONSAGRA AO MUITO ALTO, E INCOMPARAVEL SENHOR D. PEDRO Iº IMPERADOR CONSTITUCIONAL, E DEFENSOR PERPETUO DO BRASIL. Rio de Janeiro. Na Typographia de Plancher Impressor de Sua Majestade Imperial. 1824. 278, (1) pp. 20, 3 x 12, 3 cm.B.
Primeira edição em língua portuguesa desta obra publicada originalmente por La Beaumelle em Paris no ano de 1823. De acordo com informações retiradas da “Bibliographia Braziliana” de Borba de Moraes (vol. 1 pp. 444), esta obra foi traduzida pelo Padre Luiz Gonçalves dos Santos (Padre Perereca) em colaboração com o Padre Francisco de S. Carlos que a melhoraram, corrigiram e acrescentaram com autorização do autor. Ainda de acordo com a mesma fonte esta obra foi a segunda obra a ser impressa pela casa célebre casa Plancher do Rio de Janeiro, sendo que a primeira foi a Constituição do Império do Brasil. A acrescentar a estes dados, que por si só revelam a importância do livro, supomos que “O Império do Brasil…” terá sido a primeira História do Brasil a ser impressa após a sua independência de Portugal. Aliás, de acordo com o trabalho da investigadora Lúcia Bastos, este trabalho historiográfico “teria sido encomendado pelo poder oficial do Brasil, a fim de apressar o reconhecimento da independência do Brasil pelos países da Europa” (pág. 93). Tal facto demonstra não só a enorme importância desta obra, mas também o seu significado político e simbólico. O Padre Perereca, que traduziu e melhorou esta obra, era considerado como um “acérrimo defensor da independência do Brasil” o que contribui para explicar o seu envolvimento nesta obra (ver Palmira Morais Rocha de Almeida, Diccionario de Autores no Brasil Colonial pp. 379). Borba de Moraes considera que a versão portuguesa da obra é mais difícil de encontrar do que a versão em francês. De facto, do que conseguimos apurar, a obra em português não terá sido vendida em leilões internacionais no século XX e XXI e só nos foi possível localizar 3 exemplares em bibliotecas públicas brasileiras (dois em São Paulo na USP, um deles na Biblioteca Brasiliana de Guta e José Mindlin e outro na Faculdade de Economia, no acervo Delfim Netto) e um outro na Coleção Varnhagen da Biblioteca do Itamaraty no Rio de Janeiro. Exemplar não encadernado. Apresenta com principais defeitos picos de traça na margem interior da folha de rosto (ver imagem), idem à cabeça e no pé das págs. 41 a 62, rasgão sem afectar o texto na margem da página 41 e no pé das páginas 73/74. Algumas manchas de água (ténues) no canto inferior direito de certas páginas. Restante interior em bom estado geral de conservação. Obra extremamente rara. Preço: 1500 euros |
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3538 [DIREITO. VOLTAIRE. ABOLIÇÃO DA PENA DE MORTE] - Beccaria, Cesare Bonesana di (Marques de Gualdrasco - Villareggio) – TRAITÉ DES DÉLITS ET DES PEINES. TRADUIT DE L’ITALIEN…A Philadelphie. 1764. XVIII-148 pp. 19 cm E.
Junto com Voltaire – COMMENTAIRE SUR LE LIVRE DÉLITS ET DES PEINES, PAR UN AVOCAT DE PROVINCE. 1766. VIII – 120 pp. 19 cm E. Obra de referência para o Direito Penal moderno, “Dei Delitti e Delle Pene” de Cesare Becaria (1738 – 1794) foi um trabalho em que não só foi repensada a toda a teoria do Direito Penal então vigente mas em que também se introduziram novas ideias como a abolição da pena de morte ou a proibição da tortura como forma de obtenção de prova. Na obra são ainda pensados temas como os crimes de lesa majestade, o suicídio, entre outros. “Dei Delitti e Delle Pene” foi publicado originalmente em 1764 Livorno, na tipografia Marco Cottelini. A sua publicação foi marcante e não deixou indiferentes os principais intelectuais de então. Voltaire foi um dos que não ficou indiferente às ideias de Beccaria e, assinando apenas como “un Avocat de Province”, faz o seu “Commentaire sur le livre des Peines”, aqui apresentado na sua primeira edição de 1766. O exemplar tem uma assinatura de posse de Pedro do Rozario Ribeiro. A título de curiosidade fica a indicação que o pai do célebre erudito João Pedro Ribeiro também se chamava Pedro do Rozario Ribeiro. Contudo nada conseguimos apurar sobre o autor da assinatura. Exemplares encadernados. Ambos os exemplares estão encadernados num só volume. Encadernação antiga inteira de pele. Picos de traça na margem inferior da primeira obra que por vezes se estende (sem atingir o texto). Segunda obra afectada apenas por um pico de traça com a mesma localização idêntico ao que se vê na folha de rosto. Restante interior em bom estado de conservação. Conjunto raro. VENDIDO. |
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3434 - [BIOGRAFIA DOS ACTORES DELFINA, ISIDORO, ROSA E SARGEDAS – GALERIA ARTÍSTICA] –
Ferreira, José Maria d’Andrade – BIOGRAPHIA DA ACTRIZ DELPHINA. Lisboa. Na Typographia de Joaquim Germano de Sousa Neves. 1859. 1 - 24 pp. 23 cm. E. junto com Machado, Júlio César – BIOGRAPHIA DO ACTOR ISIDORO. Lisboa. Na Typographia de Joaquim Germano de Sousa Neves. 1859. 1 - 32 pp. 23 cm. E. junto com Ferreira, José Maria d’Andrade – BIOGRAPHIA DO ACTOR ROSA. Lisboa. Na Typographia de Joaquim Germano de Sousa Neves. 1859. 1- 39 pp. 23 cm. E. junto com Machado, Júlio César – BIOGRAPHIA DO ACTOR SARGEDAS. . Na Typographia de Joaquim Germano de Sousa Neves. 1859. 1- 39 pp. 23 cm. E. Compilação das biografias de quatro dos maiores actores portugueses do seu tempo escritas pela pena de José Maria Andrade Ferreira (1823 – 1875) autor que se notabilizou pelo seu “Curso de Litteratura Portugueza” e do conhecido escritor Júlio César Machado. Estas quatro biografias constituem os 4 primeiros números da colecção “Galeria Artística”. Na lombada aparece a seguinte inscrição: “J. J. Annaya” (José Joaquim Annaya, escritor, traductor e redactor do periódico “Ensino Livre”). Cada biografia é precedida de um retrato do biografado. Exemplares encadernados num só volume. Encadernação com a lombada em pele. Interior com algum foxing mas em bom estado geral de conservação. VENDIDO. |
3539 - O BIOGRAPHO. Nº 1 a Nº 12. 1838 - 1839. 290 pp. 19 cm. E.
Colecção completa desta curiosa publicação periódica em que é traçada a biografia de diversas figuras célebres de várias épocas e lugares do Mundo. Entre os biografados encontram-se Afonso de Albuquerque, Oliver Cromwell, Vasco da Gama, José Anastácio da Cunha, Henrique Dias, Filipe Camarão, Sá de Miranda, Joubert, Fragonard, Camões, D. Pedro (Duque de Bragança, Imperador do Brasil), Marquês de Pombal, Pedro o Grande, entre muitos outros. No Catálogo Azevedo Samodães (Primeira Parte pp. 132 Nº 413) pode ler-se o seguinte: “Do 4 em diante todos os números são acompanhados de uma lithografia de assuntoalusivo ao respectivo texto, representando a do n.o 6 Luis de Camões salvando do naufrágio os seus imortaes Lusíadas. Colecção completa. RARA.” O exemplar aqui apresentado não contém nenhuma das gravuras mencionadas. Exemplar encadernado. Encadernação modesta com a lombada em pele (onde se encontra gravado “O Biographo Nº 1”). Não tem folha de rosto. Volumes soltos dentro da encadernação. Interior em bom estado geral de conservação. Raro. VENDIDO. |
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1174 – [VIAGENS] - Blanc, Vincent Le – LE VOYAGEUR CURIEUX. Paris. Chez François Clousier. 1664. 424-360 págs. 23cm. E.
Interessante obra dividida em duas partes em que são tratados vários países e regiões do Mundo. Têm particular relevância para a história portuguesa, angolana, guineense e moçambicana os seguintes capítulos: “De La Guinée”, “Des royaumes de Congo et Angola” e “Du Mozambique”, “Du Cap de Bonne Esperance, de La Mer de Batal, Mosembic, de L’Empire Monomotapa et autres pays”, “Du Mozembic, de l’Empire de Monemuge”, “Du Sin Persique et des isles ou se fai la pesche de perles”, “De La Carmaine ou des costes de la mer do Royaume de Perse depuis Ormus (…)”, “De L’Inde et des costes de la mer, depuis Cambaia (…) Les Principales Fortresses de L’Estat des Portugais en L’Inde” e “Du Golphe de Bengala (…) Bengala, Pegu, Sian (…) Malaca”. Nestes capítulos podemos encontrar várias referências a Portugal, a D. João II, a Vasco da Gama, à presença portuguesa em várias regiões do oriente, à presença portuguesa na Índia (nomeadamente em Goa) no capítulo “Les Principales Fortresses de L’Estat des Portugais en l’Inde”, etc. Na primeira parte da obra são ainda tratados vários países orientais e europeus (como a China, Coreia, Japão, Islândia Dinamarca, Noruega, Suécia, Finlândia, etc), os mares glaciais, a Gronelândia, etc. A segunda parte do volume está subordinada ao tema “La Philosophie curieuse” (em que é tratada a Terra, os Elementos, Deus e o Homem) e “Histoire Curieuse” (que se debruça sobre vários temas). Exemplar encadernado com a lombada em pele. Perdas na parte inferior e lateral da lombada que, contudo, não afectam a solidez do volume. Um pouco aparado. Interior em bom estado geral de conservação. Preço: 400 euros. |
3540 - Borges, José Ferreira – CODIGO COMERCIAL PORTUGUEZ. Lisboa. Na Imprensa Nacional. 1833. (16) – 316 pp. 29, 5 cm. E.
Primeira edição deste importante Código Comercial da autoria de José Ferreira Borges (1786 – 1838). O livro abre com uma dedicatória a “Sua Magestade Imperial D. Pedro, Duque de Bragança” da autoria de José Ferreira Borges a que se segue uma missiva de D. Pedro, aprovando o código e destacando “o mérito e a importância do trabalho”. A obra marcou o liberalismo português tendo estado em vigor durante sessenta anos. Exemplar encadernado. Encadernação inteira de pele. Contracapa deteriorada (com perda de pele). Algumas emendas manuscritas (antigas) nas margens. Pico de traça na margem interior sem afectar o texto. Restante interior em bom estado de conservação. Bom exemplar. Muito raro. VENDIDO. |
3436 - Borges, José Ferreira – DICCIONARIO JURIDICO-COMMERCIAL…Lisboa. 1839. VI - 516 – (14) pp. 22 cm. E.
Segunda edição (não referida por Innocêncio) desta que é uma das mais importantes obras de José Ferreira Borges (1786 – 1838), membro do Sinédrio, uma das principais figuras do liberalismo em Portugal, notável advogado e autor de diversos estudos jurídico-económicos. No final da obra encontra-se uma extensa lista de subscritores (a ocupar as últimas 14 páginas do volume). Ilustrado com um retrato de Ferreira Broges. Exemplar encadernado. Encadernação modesta com a lombada e cantos em pele. Lombada deteriorada (sem afectar a solidez do volume). Conserva as capas de brochura (capa colada). Retrato um pouco manchado. Interior em bom estado geral de conservação ainda que com alguma acidez. Raro. VENDIDO. |
3541 - Botelho, Caetano Manoel da Cunha (editor) – CARTAS PROFETICAS DE S. FRANCISCO DE PAULA ESCRITAS A SIMÃO DE LIMENA…Lisboa. Na Impressão de Alcobia. 1822. 50 pp. 14, 3 cm. B.
Opúsculo em que são editadas as cartas proféticas “de S. Francisco de Paula escritas a Simão de Limena, traduzidas da Chronica Geral da Ordem dos Minimos do mesmo Glorioso Santo, feita por Fr. Lucas de Montoya, impressa em Madrid em 1619 e dadas à luz pelo Bacharel Caetano Manoel da Cunha Botelho”. Esta obra não é referida no Diccionario Bibliographico Portuguez nem em diversos catálogos consultados com o intuito de encontrar referências sobre este livro e sobre o seu autor. Exemplar não encadernado. Protegido por uma folha de papel. Interior em bom estado geral de conservação. Obra não localizada na Biblioteca Nacional. Preço: 40 euros. |
3542 – [BRASIL. BRASILIANA] - Braga, A. J. M – MYSTERIOS DO RIO DE JANEIRO OU OS LADRÕES DE CASACA. ROMANCE ORIGINAL. Porto. Typ. de Alexandre da Fonseca Vasconcelos. 1874. 214 pp. 17 cm. B.
Supomos ser esta a primeira edição desta curiosa obra que, mais tarde, viria a ser publicada em folhetim no periódico “O Papagaio” (de Maceió, Alagoas), com o seguinte anúncio publicado em Janeiro de 1880: “Em Fevereiro principiamos a publicar neste periódico, como folhetim, o importante romance intitulado Os Mysterios do Rio de Janeiro ou os ladrões de casaca, por A. J. M. Braga. Chamamos para elle a attenção dos nossos leitores, pois é uma serie de factos verdadeiros acontecidos naquella capital”. A história tem início no Porto e relata o amor proibido entre Eduardo Mendonça, cidadão brasileiro do Rio de Janeiro, e a mulher de José Maria de Assis Mascarenhas, negociante portuense, com negócios em Portugal, Brasil e Inglaterra. Alguns nomes referidos ao longo do texto, ainda que adulterados, parecem corresponder a figuras que de facto existiram… Exemplar encadernado. Encadernação modesta com lombada em pele. Algumas páginas, na margem exterior do livro, encontram-se com que aparenta ser uma queimadura (talvez provocada por tabaco) sem afectar o texto. Com uma assinatura de posse antiga no pé de uma das folhas de rosto. Manuseado. Raro. Obra não localizada na Biblioteca Nacional do Brasil e na Biblioteca Nacional de Portugal. Um exemplar localizado no Real Gabinete Português de Leitura do Rio de Janeiro. VENDIDO. |
3543 – [BRASIL. REAL GABINETE PORTUGUÊS DE LEITURA. BRASILIANA] - Cabral, José Marcellino da Rocha – COLLECÇÃO DE ALGUNS ARTIGOS ESCRIPTOS E PUBLICADOS NO BRASIL PELO PORTUGUEZ JOSE MARCELLINO DA ROCHA CABRAL…Rio de Janeiro. Typ da Ass. Do Despertador…1839. 48 pp. 19 cm. B.
Raro folheto da autoria de José Marcelino da Rocha Cabral, um dos fundadores do Gabinete Português de Leitura (Rio de Janeiro). Este opúsculo dá-nos nota de diversas polémicas em que Rocha Cabral esteve envolvido bem como contém informação interessante para a biografia do autor. Innocêncio, no Tomo V (pp. 13 e 14) deixa-nos a seguinte nota biográfica de Rocha Cabral: “Bacharel em Leis pela Universidade de Coimbra, e natural do Penedo, comarca de Moncorvo.—Viveu por muitos annos no Brasil, para onde parece emigrara em 1829 ou 1830, e morreu, segundo creio, no Rio de Janeiro entre os de 1847 e 1852. A seu respeito se lê na Revista trimensal do Instituto, vol. xv, pag. 524 o trecho seguinte, assaz honroso para este nosso patrício, e que dá uma ideia resumida dos seus trabalhos litterarios: «Aquelle homem, que escreveu um jornal destinado a promover os progressos da agricultura no Rio Grande; aquelle advogado honrado, que se arruinou com a criação do Despertador; o muito grave e respeitável José Marcellino da Rocha Cabral, foi um dos estrangeiros mais úteis, que tem vivido no Brasil. Foi elle o fundador do Gabinete de leitura portuguez, que tanto honra esta cidade (a do Rio de Janeiro), e foi elle o que fez a nossa imprensa política,e os nossos jornaes subirem a uma escala superior. O Despertador toi um diário monumental na historia da nossa imprensa.»” Exemplar não encadernado. Conserva as capas de brochura. Interior em bom estado geral de conservação. Preço: 60 euros. |
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3347 - Camões, Luiz Vaz de (Frei Francisco de Santo Agostinho Macedo: trad.) - A LUSIADA DE LUIZ DE CAMÕES TRADUZIDA EM VERSOS LATINOS POR FREI FRANCISCO DE SANTO AGOSTINHO MACEDO. PRIMEIRA EDIÇÃO REVISTA POR ANTÓNIO JOSÉ VIALE. Lisboa. Imprensa Nacional. 1880. XVII – 478 pp. 24, 3 cm. E.
Terceira tradução d’Os Lusíadas para latim, elaborada por Frei Francisco de Santo Agostinho Macedo (1594 – 1681) e revista por António José Viale. Com um retrato de Fr. Francisco de Santo Agostinho de Macedo a abrir o volume (ver nota biografica no nº 3568). Sobre esta tradução (na sua versão original) diz-nos o seguinte Barbosa Machado no Tomo II (pp. 94) da sua Bibliotheca Lusitana : “Esta traducção, que conta de quase dez mil versos correspondendo hum latino a hum portuguez, com igual fidelidade que elegância, compôs em Paris em nove meses, para ser parto perfeito, cuja laboriosa empreza intentou por insinuação do Excellentissimo Marquez de Nisa, D. Vasco Luís da Gama, Embaixador àquella grande corte, quinto neto do insinge heroe Vasco da Gama, glorioso argumento deste poema (…)” Exemplar encadernado. Sólida encadernação com a lombada em pele decorada com ferros dourados. Conserva as capas de brochura. Interior em bom estado geral de conservação. VENDIDO. |
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2180 - Campo, Florião do (Ocampo, Florián de ) – LAS QUATRO PARTES ENTERAS DELA CRONICA DE ESPAÑA QUE MANDO COMPONER EL SERENISSIMO REY DON ALONSO LLAMADO EL SABIO. DONDE SE CONTIENEN LOS ACONTECIMIENTOS Y HAZANÃS MAYORES Y MAS SEÑALADAS QUE SUCEDIERON EN ESPANÃ: DESDE SU PRIMERA REPOBLACION HASTA CASI LOS TIEMPOS DEL DICHO SENHOR REY […] Zamora: Por los honrados varones Augustin de Paz y Juan Picardo compañeros impressores de libros vezinhos dla dicha cidad. A costa y espensas [..] virtuoso varon Juan d Spinoza mercador d libros vezino d Medina d Capo. Acabose en nueve dias dl mês ddecebre. Año dl nascimieto de nuestro Salvador Jesu Cristo d mil y quinientos y quarenta y un años [1541]. CCCCXXVII [CCCCXVII] f. 29,3 x 19, 5 cm. E.
Assin: A-Z//8, Aa-Zz//8, aa – ee//8, ff//9. Erros de numeração. Falta do fólio Cc Primeira edição desta importantíssima crónica de Dom Afonso, o Sábio que, na verdade, é uma fabulosa crónica da história da Peninsula Ibérica. A crónica tem inicio numa contextualização histórica que começa com o Dilúvio, passando depois para a história da Babilónia, Grécia antiga e Império Romano e seguindo, por fim, para o história do fundação dos primeiros reinos peninsulares, das suas principais linhagens reinantes e dos conflitos que estas tiveram entre si e com os muçulmanos. A obra, importantíssima para a História de Espanha, é também importante para a História de Portugal, uma vez que trata do “Principio del Señorio de Portogal”, da “Genealogia de los Senõres de Portogal”, do “Rey Primeiro de Portogal”, da “Vitoria dl rey de Leon contra los portogaleses”, do “Presio del primero rey de Portugal en Badajoz”, etc. Crónica essencial sobre a História de Espanha, este trabalho incide fundamentalmente sobre a história dos diversos reinos espanhóis, da sua formação, das suas uniões e divisões e do caminho para a sua consolidação num só reino. Contém diversos capítulos dedicados a figuras míticas da história de Espanha, como El Cid, às mais importantes Ordens, como a Ordem de Calatrava, às mais relevantes instituições, cortes, tratados, relações com outros estados e outros factos e momentos relevantes na construção de um país. Obra inteiramente impressa em caracteres góticos, com o texto a duas colunas. A folha de rosto é impressa a negro e a vermelho. O restante texto é impresso a negro, numa impressão de elevada qualidade que permite que a cor se mantenha viva 477 anos após a sua impressão. Exemplar encadernado. Encadernação inteira de pele (possivelmente setecentista) com desgaste nas pastas e na lombada. Com falta do fólio Cc. Aparado, por vezes afectando os títulos à cabeça. Folha de rosto com restauro no último terço da parte superior e na parte inferior da margem direita, com perda de mancha tipográfica substituída por acrescento à pena (ver imagem). No verso da folha de rosto onde se encontra impressa a primeira página de texto da obra, verificam-se os restauros correspondentes ao rosto. Pequenas marcas de bibliófagos no pé e/ou na margem interior dos fólios B a C, sem afectar o texto. Corte no pé do fólio T7 sem afectar o texto, corte na mancha tipográfica do fólio S 7 (passível de restauro; afecta a mancha sem impedir a leitura do texto, atingindo o texto sem o cortar após a sobreposição). Corte (a afectar o texto) numa das colunas de texto do fólio Aa6. Corte à cabeça do fólio Ss 5 passível de restauro; afecta a mancha sem impedir a leitura do texto, atingindo o texto sem o cortar após a sobreposição). Restauros na margem e à cabeça do último fólio. Algumas manchas de humidade e outros pequenos defeitos, nomeadamente restauros marginais e outros. Com notas em castelhano e sublinhados antigos manuscritos ao longo do volume. Restante interior em bom estado geral de conservação. Papel sonante. Livro extremamente raro. Preço: 6000 euros |
3544 - [MANUSCRITO. TEATRO. OBRA INÉDITA?] Carvalhais, Bento Leão da Cunha – A FORÇA DO AMOR. DRAMA ORIGINAL EM 4 ACTOS. 1840 (?). 164 pp – (2). 21cm x 12, 5 cm. B.
“A força do Amor – Drama Original em 4 actos” é uma obra possivelmente inédita de Bento Leão da Cunha Carvalhais, não constando das obras referidas no Diccionario Bibliographico Portuguez nem de uma pesquisa efectuada em algumas bibliotecas (nomeadamente na Biblioteca da Universidade de Coimbra). Bento Leão da Cunha Carvalhais nasceu em Ponte de Lima em 1818. Estudou em Coimbra onde se formou em Direito sendo durante vários anos Lente de Direito na Universidade de Coimbra, onde se doutorou em 1855. Durante vários anos foi redactor do “O Tribuno Popular” (periódico conimbricense). Em 1864 foi colocado como Conservador no Porto, tendo depois sido transferido para Braga onde viria a morrer em 1899. Apensa a este extenso drama da autoria de Cunha Carvalhaes encontra-se o que aparenta ser o rascunho de uma carta de amor de sua autoria… Exemplar não encadernado. Legível e em bom estado de conservação. VENDIDO. |
3545 - Casti, Jean Baptiste (Giovanni Baptista) – LES ANIMAUX PARLANS, POEME ÉPIQUE EN VINGT-SIX CHANTS…. Liege. J. A. Latour, Imprimeur-Libraire. 1818. 3 VOLUMES XVI – 171 pp.; 264 pp.; 251 pp. 13, 5 cm. E.
Versão francesa desta que é a mais famosa obra poética de de Giovanni Baptista Casti (1724 – 1803), autor italiano que se notabilizou pelos seus libretos para ópera. O sucesso desta obra, publicada pela primeira vez em 1802, valeu-lhe traduções em diversas línguas e inúmeras edições ao longo do século XIX. Exemplares encadernados. Encadernações inteiras de pele em bom estado geral de conservação. Encadernação do 3º vol. com pequenos defeitos. Assinatura de posse na folha de rosto. Interior em bom estado geral de conservação. Preço: 90 euros. |
3546 - Castro, Estevam de (Padre) – BREVE APPARELHO E MODO FACIL PARA AJUDAR A BEM MORRER HUM CRISTAM…Lisboa. Na Officina de Miguel Manescal 1672. [32] - 287 pp. 14 cm. E.
Sobre Estevão de Castro, esta obra e suas edições diz-nos o seguinte Innocêncio Francisco da Silva no Tomo II do seu Diccionario Bibliographico Portuguez de Innocêncio (pp.239): “Jesuíta, Procurador geral da provínciada índia, etc—Foi natural de Lisboa, o m. na cidade do Porto a 12 de Agosto de 1639, com 66 annos de edade.—E- 132) (C) Breve apparelho e modo fácil para ajudar a bem morrer um christão: com a recopilação da matéria de testamentos e penitencia, variasorações devotas, tiradds da Sagrada Escriptura e do Ritual romano. Lisboa,por João Rodrigues 1621. 8.°—Ibi, por Antônio Alvares 1639. 8. "— Évora, na Offic da Universidade 1672. 8.° de xxiv-336 pag.,- edição de que tenho um exemplar, ignorada de Barbosa, e que tem a singularidade de dizer no rosto segunda edição, accrescehtada pelo próprio auctor.— Lisboa,por Miguel Manescal 1677. 8.°—Ibi, por Antônio Pedroso Galrão 1723. 8."— Coimbra, por José Antunes da Silva 1705. 8.°. A multiplicidade das edições bem prova o seu grande consumo; hoje porém se conserva alguma estima entre os bibliophilos pela correcção desua linguagem, e limpeza de frase (…)”. Através das “Licenças” ficamos a saber que a obra obteve licença para impressão em Janeiro de 1672. Exemplar encadernado. Encadernação inteira em pergaminho. Interior um pouco manuseado. Raro. Preço: 180 euros. |
3547 - Castro, Estevam de (Padre) – BREVE APPARELHO E MODO FACIL PARA AJUDAR A BEM MORRER HUM CRISTAM…Évora. Na Officina da Universidade. 1672. (24) – 336 pp. 13, 8 cm. E.
É esta a edição a que Innocêncio se refere quando diz: “(…) edição de que tenho um exemplar, ignorada de Barbosa, e que tem a singularidade de dizer no rosto segunda edição, accrescehtada pelo próprio auctor”. (ver nº anterior), que havia morrido em 1639... Através das “Licenças” ficamos a saber que a obra obteve licença para impressão em Setembro de 1672. Exemplar encadernado. Encadernação inteira em pergaminho. Interior um pouco manuseado. Raro. Preço: 180 euros. |
3548 - Castro, Estevam de (Padre) – BREVE APPARELHO E MODO FACIL PARA AJUDAR A BEM MORRER HUM CRISTAM…Évora. Na Officina da Universidade. 1749 (22) – 336 pp. 13, 8 cm. E.
Já bem entrado o século XVIII surge mais uma edição desta obra cuja “multiplicidade das edições bem prova o seu grande consumo” (ver nº 3546). Esta edição será uma reprodução da edição referida no nº 3547, uma vez que o conteúdo da folha de rosto é em tudo semelhante (nomeadamente na particularidade que é referida por Inocêncio). Exemplar encadernado. Encadernação inteira em pergaminho. Interior um manuseado e com picos de traça na margem que por vezes se estendem, tocando o texto. VENDIDO. |
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3549 - Chaussard, Pierre-Jean-Baptiste – LE NOVEAU DIABLE BOITEUX, TABLEAU PHILOSOPHIQUE ET MORAL DE PARIS, AU COMMECEMENT DU XIXe. SIÈCLE. PAR L’AUTEUR DES FÊTES ET COURTISANNES DE LA GRÈCE. NOUVELLE ÉDITION, CORRIGÉE, AUGMENTÉ ET ENRICHIE D’ANEDOCTES INÉDITES. Paris. An XI. 1803. 4 VOLUMES. XXXVI – 168 – (4) pp ; 218 – (4) pp.; 220 – (4) pp. ; 260 – (6) pp. 18 cm. B.
Obra em que Chaussard (1766 – 1823) se serve do título da obra imortal de Velez de Guevara (ver nº 3581 ) para falar de vários aspectos da cidade de Paris no ínicio do século XIX, abordando temas como as sociedades secretas, os teatros, jornalismo, monumentos, educação, arte, crime, agiotagem, deboche, crítica social, etc. Ilustrado. Exemplares não encadernados. Apenas protegidos com uma folha azul antiga. Interior por aparar, com alguma acidez mas em bom estado geral de conservação. Preço: 125 euros. |
3550 - Coelho, José Maria Latino – ELOGIO HISTORICO DO SOCIO EFFECTIVO D. FR. FRANCISCO DE S. LUIZ. RECITADO NA SESSÃO PUBLICA DA ACADEMIA REAL DAS SCIENCIAS EM 19 DE NOVEMBRO DE 1856…Lisboa. Na Typographia da Mesma Academia. 1856. 11 pp. 28 cm. B.
Elogio histórico de Frei Francisco de São Luiz (1766 – 1845), 8º Cardeal Patriarca de Lisboa recitado pelo conhecido jornalista, escritor e político José Maria Latino Coelho (1825-1891). Natural de Ponte de Lima Frei Francisco de S. Luiz, mais tarde conhecido por Cardeal Saraiva, teve uma ascensão gradual na hierarquia da Igreja Católica (tendo sido Bispo de Coimbra em 1822 e Cardeal Patriarca em 1840). Foi também um influente político, tendo sido desde cedo partidário das ideais liberais, maçon, membro da Junta Provisional do Supremo Governo do Reino em 1820 e Ministro do Reino. Exemplar não encadernado. Interior em bom estado geral de conservação. VENDIDO. |
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3551 - [MANUSCRITO. RELIGIÃO. RELIGIOSA] - Conceição, Carolina Augusta da Puríssima (Soror; livro de uso de ) – NOVENAS PARA SE CECELBRAREM AS PRINCIPAIS FESTAS DO ANNO. s.d. 401 pp. 14, 9 cm x 9, 5 cm. E.
Livro de uso de Soror Carolina Augusta da Purissima Conceição. Obra com 401 páginas, inteiramente manuscrita e com letra perfeitamente legível. Este manuscrito, provavelmente autógrafo de Soror Carolina Augusta, constitui um curioso documento que, em certa medida, ajuda a perceber como era vivida a religiosidade (e a parte festiva da religião) por uma religiosa (freira) que procurava ter junto de si um calendário com as principais festividades religiosas. No final da obra encontra-se um índice. Percebe-se, pela encadernação (que não sendo exuberante é de uma certa qualidade) que esta obra se destinou a preencher algumas horas de ócio (ou teve algum objectivo especial para a sua elaboração, por exemplo o de obter uma organização própria) não sendo um substituto barato de nenhuma obra impressa do género. A julgar pela caligrafia e pela encadernação a obra datará da segunda metade do século XVIII/ início do século XIX. Exemplar encadernado. Encadernação inteira de pele. Lombada ricamente decorada. Conserva os fechos. Carminado. Interior em bom estado de conservação. Preço: 180 euros. |
3552 - Consciencia, Manoel (Padre) – COROA ANGELICA, QUE ME OBSEQUIO DO SOBERNO PRINCIPE DA IGREJA TRIUNFANTE E MILITANTE, O GLORIOSO ARCHANJO S. MIGUEL, PARA TER PROPICIO O SEU FAVOR NA VIDA E NA MORTE. LHE CONSAGRA E OFERECE AOS SEUS DEVOTOS O P. MANOEL CONSCIENCIA DA CONGREGAÇÃO DO ORATORIO. Lisboa. Na Impressam Regia. 1809. 32 pp. 10, 3 cm x 7,3 cm. B.
Reedição desta obra publicada pela primeira vez em 1715. Do Tomo V do Diccionario Bibliographico Portuguez de Innocêncio Francisco da Silva (pp. 508e 509) retirámos a seguinte nota sobre o Padre Manuel Consciência: “Natural de Lisboa. Depois de receber na Universidade de Coimbra o grau de Licenciado em Direito Civil», abraçou o estado ecclesiastico, ordenando-se de Presbytero, e entrando na Congregação do Oratório de Lisboa a 2 de Fevereiro de 1698.—M. a 26 de Março de 1739 (…) As obras, todas moraes e ascéticas, d'este escriptor são tidas em algum conceito, pelos doutos, no tocante á propriedade e correcção da linguagem. Quem as ler não deixará de notar que elle tomara por guia e mestre no estylo e locução o seu confrade, e contemporâneo P. Manuel Bernardes, de quem se mostra aproveitado discípulo, bem que se lhe possa applicar com verdade o sequitur que patrem non passibus cequis” Impresso de pequeno formato. Exemplar não encadernado. Por abrir. Não conseguimos localizar esta edição na Biblioteca Nacional. VENDIDO. |
3554 - Costa, Francisco Gomes da – ENCHIRIDION DE ADVERTENCIAS PARA PENITENTES, & CONFESSORES, & DE AJUDAR A BEM MORRER…Coimbra. Na Impressão de João Antunes. 1712. 363 pp. 14, 5 cm. E.
Obra que segue um pouco a linha das obras do Padre Estevão de Castro (ver nºs 3546, 3547 e 3548) no que diz respeito ao “Tratado Terceiro – De ajudar a bem morrer”. O restante trabalho centra-se nas regras que os confessores devem seguir não só em matéria espiritual e de consciência mas também no âmbito da sua acção e competências jurisdicionais. O seu autor, Padre Francisco Gomes da Costa, era natural “da ilustre Villa de Monte Mor o Velha, & nella Vigario da Parochial, & Collegiada de Santa Maria de Alcaçova”. Obra não mencionada por Innocêncio. Referida por Barbosa Machado na sua Bibliotheca Lusitana Tomo II, pp. 159. Exemplar encadernado. Encadernação em pergaminho, solta do volume. Interior manuseado. Obra não localizada na Biblioteca Nacional. VENDIDO. |
3555 - Causino, Nicolás – PADRE ESPIRITUAL TRATADO DE SU GOVIERNO SEGUN EL ESPIRITU DEL GLORIOSO SAN FRANCISCO DE SALES…Madrid. En La Oficina de Melchor Sánchez. 1678. (8) - 372 – (10) pp . 20 cm. E.
Obra da autoria do Padre Jesuíta Nicolas Caussin (1583 – 1651) traduzida para castelhano e ampliada pelo Licenciado Don Francisco de Cubillas Don-Yague. Do que a esta obra acrescentou Don Francisco de Cubillas merece destaque o que é posto em evidência na folha de rosto: “Van añadidas al fin unas reglas para examinar, y discernir el interior aprovechamiento de un alma, com una breve Instruccion de Confessores, que rigen espiritus singularmente favorecidos de nuestro Señor; y unas Maximas espirituales, scadas de las Obras del mismo Santo por el dicho Lic. D. Francisco de Cubillas”. Exemplar encadernado. Encadernação antiga, inteira de pele. Interior um pouco manuseado, com pequenos defeitos mas em bom estado geral de conservação. Preço: 180 euros. |
3403 - Coyer, L'Abbé - DÉVELOPPEMENT ET DÉFENSE DU SYSTÉME DE LA NOBLESSE COMMERÇANTE. A Amsterdam. Chez Duchesne. 1757. Premiere et Seconde Partie. 252 pp.; 206 pp. 16,6 cm. x 9,5 cm. E.
Segunda edição desta obra que deu origem a um importante debate em França (e não só) na segunda metade do século XVIII. Como é sabido, por regra, à primeira nobreza estavam reservados os grandes privilégios e cargos na Corte (o que, usando uma expressão actual, podemos chamar “administração central”) e aos restantes nobres outros cargos na administração local e regional. Contudo, não raras vezes, privada do acesso a esses cargos e dos rendimentos das terras, a nobreza via-se impedida de aceder a negócios lucrativos ou ao simples comércio devido a constrangimentos sociais e legais o que, por vezes, abria a porta à decadência económica e social daquela classe…Este trabalho de Gabriel-François Coyer (1707 - 1782) trata esta questão e procura definir o papel da nobreza. Coyer, fez parte da Companhia de Jesus tendo mais tarde sido professor e responsável pela educação do príncipe de Turenne. Foi autor de várias obras notáveis das quais destacamos "Les Bagetelles morales" e "Histoire de Jean Sobieski". (ver Nouvelle Biographie Générale...1855 col. 319). Exemplar encadernado. Encadernação inteira de pele mosqueada. Lombada com dourados a apresentar pequena falha na base e ligeiro defeito à cabeça. Margens carminadas. Interior em bom estado geral de conservação. Raro. Preço: 180 euros |
3556 – [BRASIL. D. PEDRO] - Cunha, Alfredo da – ELOGIO HISTORICO DE SUA MAGESTADE O IMPERADOR DO BRAZIL D. PEDRO II…Lisboa. Typographia Universal. 1893. 34 cm. B.
Elogio “recitado na sessão solmene de 16 de Abril de 1893 sob a presidência de honra de Sua Magestade El-Rei o Senhor D. Carlos I na Real Associação dos Architectos Civis e Archeologos Portuguezes”. Ilustrado com um retrato de D. Pedro executado por Pastor. Exemplar não encadernado. Lombada com defeitos. Cantos da capa um pouco dobrados. Interior em bom estado geral de conservação. Preço: 50 euros. |
3557 - [ENSINO. INSTRUCÇÃO. MISCELÂNEA]- Dias, João António – NOVISSIMA TABOADA DEDICADA AOS ALUMNOS QUE FREQUENTARAM O COLLEGIO PRIMEIRO DE JULHO. SEGUNDA EDIÇÃO. Lisboa. Na Imprensa de M. de J. Coelho. 1850. 47 pp. 14, 7 cm. E.
junto com Pereira, João Felix – COMPENDIO DE CHRONOLOGIA POR JOÃO FELIX PEREIRA, MEDICO E CIRURGIÃO PELA ESCHOLA DE LISBOA, LENTE DE GEOGRAPHIA, CHRONOLOGIA E HISTÓRIA NO LYCEO NACIONAL DA MESMA CIDADE…Lisboa. Typ. de L. C. da Cunha. 1851. 203 pp. 14, 7 cm. E. junto com Pereira, João Felix – COMPENDIO DE CHOROGRAPHIA PORTUGUEZA PARA USO DAS AULAS DE INSTRUCÇÃO PRIMÁRIA E SECUNDARIA…Lisboa. Na Typ. de Andrade e Compª. 1852. 77 pp. 14, 7 cm. E. junto com Mello, Joaquim Lopes Carreira de Mello – COMPENDIO DE CHOROGARPHIA DE PORTUGAL E DOMINIOS PARA USO DAS AUALAS DE INSTRUCÇÃO PRIMÁRIA. Lisboa. Typ. de Castro & Irmão. 1851. 95 pp. 14, 7 cm. E. junto com Mello, Joaquim Lopes Carreira de Mello – COMENDIO DE DOUTRINA CHRISTÃ DOGMATICA E MORAL PARA AS ESCOLAS DE INSTRUCÇÃO PRIMÁRIA. Lisboa. Typ. de Castro & Irmão. 1852. 50 pp. 14, 7 cm. E. junto com Mello, Joaquim Lopes Carreira de Mello – COMPENDIO DE CIVILIDADE RELIGIOSO E MORAL ADOPTADO NOS PRINCIPAES COLEGIOS E ESCOLAS DE LISBORA, E DO ULTRAMAR…SEGUNDA EDIÇÃO. Lisboa. Typ. de Castro & Irmão. 1852. 77 pp. 14, 7 cm. E. junto com COLEGIO DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO ESTABELECIDO EM LISBOA NA CALÇADA DA ESTRELLA, PALACIO Nº 8. SESSÃO SOLEMNE DA DISTRIBUIÇÃO DOS PREMIOS AOS ALUMNOS QUE MAIS SE DISTINGUIRAM NO ANNO LECTIVO DE 1851-1852. Lisboa. Typ. de Castro & Irmão. 1852. 24 pp. 14, 7 cm. E. Interessante miscelânea sobre instrucção e educação em diversas matérias para diferentes anos. Sobre os seus autores partilhamos breves notas biográficas que supomos serem uteis para perceber o percurso de vida destes homens e a sua relação com o ensino. João António Dias: “antigo Empregado da Secretaria do GovernoCivil do districto da Guarda, demittido em 1842 por motivo de seus princípios políticos, e actual Director do Collegio de educação denominado «Primeiro de Julho» estabelecido em Lisboa, no qual é também professor das línguas portugueza, franceza e ingleza.—N. na villa da Covilhã aos 8de Septembro de 1818, sendo seus pães Luis Antônio Dias, e D. Joanna RitaTelles Pinto. E irmão de outro escriptor, o dr. Miguel Antônio Dias. (…)”. João Felix Pereira: Medico-cirurgião pela Eschola de Lisboa,Professor de Historia, Chronologia, e Geographia no Lyceu Nacional da mesma cidade, etc.—N. em Lisboa, segundo creio em 1825. Tem sido nos últimos tempos um dos mais fecundos escriptores, quècom incansável diligencia e força productiva ha feito gemer os prelos de Lisboa. No lapso que decorre desde 1844, epocha em que apparece» impressa a primeira producçâo com que se estreou (As Expedições de Dario e Xerxes contra a Grécia) até o anno corrente, em que deu á luz Epitome da Historia sagrada em verso rimado hendecasyllabo (julgado, talvez com ríspida severidade, no Archivo Universal, tomo u, pag. 62!) não menos de trinta e seis obras suas vemos publicadas, havendo tal que já conta onzeedições. Para dar aqui a resenha, ou enumeração de todas, bastaria na verdade transcrever o Catalogo d'ellas, que o auctor se não esquece de colocar á frente de cada uma (…). As obras, do sr. Pereira, quasi todas elementares, são hoje assás conhecidas, e mais ainda-dos alumnos do Lyceu, de que s. Sa. é digno professor e examinador (…)”. A esta nota de Innocêncio ainda de acrescentar que João Felix Pereira (1822 – 1891) protagonizou um célebre pleito judicial com o General António Pedro de Azevedo (em causa estaria o desvio da sua filha para casa do General que alegadamente se quereria apoderar de um legado de 6 contos de reis, uma pequena fortuna para a época). O caso, que envolveu o suicídio do Escrivão de Direito José Seita e Sá marcou a Lisboa da época. Joaquim Lopes Carreira de Mello: duramente criticado por Innocêncio (que lhe dedica mais de 8 páginas!), limitamo-nos a transcrever do “Diccionario” a informação relativa à sua naturalidade: “natural do logar da Mealhada, districto de Coimbra, e nascido a 16 de Julho de 1816”. De acordo com as informações retiradas da folha de rosto do “Compêndio de Civilidade…”foi “Director do Collegio de Nossa Senhora da Conceição em Lisboa, Do Conselho Director da Sociedade Catholica Promotora da Moral Evangélica em Toda a Monarquia Portugueza” Para mais informações sobre os autores destas obras ver: Diccionario Bibliographico Portuguez de Innocêncio Francisco da Silva: Tomo III (pp. 289), Tomo IV (pp. 115 a 123) e Tomo X (pp. 368 a 370). Ver ainda Felix Pereira: “Discurso que no conselho de Guerra, onde foi julgado o general Antonio Pedro de Azevedo…” Lisboa. Tip. Rua do Crucifixo. 1875. Exemplares encadernados. Encadernação com a lombada em pele. Exemplares encadernados num só volume. Sem capas de brochura. Interior em bom estado geral de conservação. VENDIDO. |
3558 - Ferreira, António – POEMAS LUSITANOS…TOMO I. Lisboa. Na Regia Officina Typografica. 1771. VIII – 234 pp. 15, 5 cm. E
Ferreira, António – POEMAS LUSITANOS…TOMO II. Lisboa. Na Regia Officina Typografica. 1771. 160 pp. 17 cm. B. Segunda edição da autoria de António Ferreira (1528 – 1569), nome maior da literatura portuguesa do século XVI. Para a sua biografia extraímos alguns dados do Tomo I do Diccionario Bibliographico Portuguez de Innocêncio Francisco da Silva (pp. 139 e 140): “Doutor em Direito Civil, e Lente na Univ. de Coimbra, Desembargador da Casa da Supplicação, Fidalgo da Casa Real etc.—Alguns erradamente o julgaram natural da cidade do Porto; porém elle próprio nos declara na carta 10ª do livro I dos seus Poemas que nascera em Lisboa. Morreu da peste que assolou esta capital em 1569, quando contava apenas 41 annos d'edade por haver nascido no de 1528”. A primeira edição desta obra saiu dos prelos de Pedro Craesbeeck em 1598. A segunda edição que aqui apresentamos é a de 1771 que, de acordo com o que Innocêncio escrevia em 1858 “se vai tornando rara”… Exemplares encadernados. Encadernações inteiras de pele. Encadernações não uniformes. Primeiro volume aparado e com notas manuscritas na folha de guarda. Segundo volume com uma mancha (que não afecta o texto) no pé das páginas. Restante interior de ambos os volumes em bom estado geral de conservação. VENDIDO. |
2789 - [ESPANHA] - Ferrer de Couto, Jose – COMBATE NAVAL DE TRAFALGAR (RELACION HISTÓRICA). Madrid. Imprenta á cargo de Manini Hermanos. 1851. 38 págs. 22, 5 cm. B.
Primeira edição desta “relacion [que] se há estractado de la historia del combate naval de Trafalgar precedida de la dela renacimiento de la Marina española en el siglo XVIII que há escrito el Sr. D. José Ferrer de Couto, y que en su dia vera la luz pública. Las dimensiones naturales de una relacion sucinta no han permitido que en esta se entiendan los datos y refutaciones convenientes tales como se hallan en aquel libro, al cual simpre convendrá acudir para conocer à fondo, entre otras muy importantes de la Marina en sus distintos atributos, la cuestion que se trata”. Exemplar não encadernado. Conserva as capas de brochura. Capa com defeitos, cortes e rasgão no canto superior esquerdo (ver imagem). Interior em bom estado geral de conservação. Pouco frequente. Preço: 35 euros |
3560 - Fonseca, Francisco Gomes da (Padre) – HYMNODIA LUSITANA…Lisboa. Na Officina Patriarc. De Francisco Luiz Ameno. 1786. XII – 236 pp. 19, 7 cm. E
Sobre esta obra publicamos a entrada de Innocêncio no seu Diccionario Bibliographico Portuguez (Tomo II pp. 387): “Hymnodia Lusitand, ou os hymnos traduzidos em poema portuguez concernente ao texto e metro latino adjunto, segundo a serie do Breviario Romano, que inclue inteiramente todos os officios dos sanctos, ainda novíssimos, assim hespanhoes como franciscanos. Em três classes dividida, com uma previa exposição a cada um dos hymnos respectivos, e com anotações eemmentarias para melhor intelligencia das metaphoras, figuras grammaticaes, e poéticas, que nelles pela maior parte se acham. Lisboa, na Oflic de Erancisco Luis Ameno 1786. 4.° de xn-236 pag.—A metrificação do traductor está bem longe de poder considerar-se aprimorada: entretanto o livro é instructivo, e curioso no seu gênero; pela variedade de noticias que apresenta. O exemplar que d'elle possuo custou-me 300 réis, mas creio que outros se têem vendido por mais, e ainda ha pouco andava cotado nos catálogos em 800 réis” Exemplar encadernado. Encadernação antiga inteira de pele. Com algumas notas manuscritas nas folhas de guarda. Pico de traça na folha de rosto (ver imagem) e nas 5 folhas seguintes e outro, na margem, ao longo do volume. Restante interior em bom estado geral de conservação. Preço: 80 euros. |
3559 - [MEDICINA.] – FYZICO MÓR DO REINO. ALVARÁ. Rio de Janeiro em 22 de Janeiro de 1810. [8] pp. 28 cm. B.
“Alvará de regimento” em que se determina o fim da “Real Junta do Proto-Medicato” e são publicadas 41 determinações relativas às funções, privilégios e prerrogativas do Fysico Mór do Reino. Exemplar desencadernado. Em bom estado geral de conservação. Preço: 80 euros. |
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3561 - Garro, Lourenço (Frei) – ISAGOGE MORAL EM A MATERIA DOS SACRAMENTOS, TIRADA DE GRAVES AUTHORES, EMENDADA, & ACRESCETADOS NESTA SEPTIMA IMPRESSÃO DOUS IMPEDIMENTOS DO MATRIMONIO. Em Coimbra. Na Impressão da Viuva de Manoel de Carvalho Impressor da Universidade. 1668. (6) – 223 pp. 14 cm. B.
Sétima edição desta obra da autoria de D. Fr. Lourenço Garro: “Freire conventual, e depois D. Prior da Ordem de Christo, e ultimamente nomeado Bispo de Cabo-verde. Foi naturalde Lisboa, e m. na sua diocese em 1646, com mais de 90 annos d'edade.—E. 145) (C) Isagoge moral em as matérias dos Sacramentos, tiradas de graves auctores, emendadas e accrescenlados nesta septima impressão dous.impedimentos do matrimônio. Lisboa, por Diogo Soares de Bulhões 1668. 8.° de rv-223 pag.—É esta a edição que vi, e tenho, mas que foi ignorada de Barbosa. Em seu lugar aponta elle oito diversas edições; a saber: Lisboa, por Pedro Craesbeeck 1620. 8.°—Ibi, pelo mesmo 1625. 8."—Ibi, por Paulo Craesbeeck 1633. 8.°-Coimbra, por Manuel Carvalho 1639. 8."—Lisboa, por Manuel da Silva 1643. 8."—Ibi, por Henrique Valente de Oliveira 1656. 8.°—Coimbra, pela Viuva de Manuel Carvalho 1668. 8.°—Lisboa, por Henrique Valente de Oliveira 1676. 8.°—Tenho duvida, quanto a esta ultima, pois não sei se Henrique de Oliveira vivia ainda em tal anno; persuado-me de que não, e a ultima impressão que d'elle vi até agora é (creio) de 1660.” (ver Diccionario Bibliographico Portuguez Tomo V pp. 197). Esta edição é hoje considerada rara (ver Samodães, I nº 1362). Exemplar encadernado. Encadernação antiga em pergaminho. Lombada um pouco deteriorada. Interior manuseado e com várias notas manuscritas. Preço: 80 euros. |
3562 – [ESPANHA. POLITICA. BORBONES] - Gomez, Rafael – MEMORIAS SECRETAS DE ISABEL DE BORBON POR UN TESTIGO OCULAR. SEGUNDA EDICION. Madrid. Imprenta de Manuel Tello. 1868. 32 pp. 17, 5 cm. B.
Raro panfleto anti-Borbonico em que são reveladas as “Memorias secretas de Isabel de Borbon”. Da Introdução retiramos o seguinte excerto: “Si conocidos son de cierto número de personas los escandalosos hechos de que há sido hasta aqui teatro el papalcio de los caídos Borbones, creemos, sin embargo, prestar un verdadero servicio á la gran mayoria del país, mas ocupado en sus asuntos particulares que en los políticos, y que desconoce por completo las miserables intrigas palaciegas que hiceiron un tiempo á España patriomonio de una vil camarilla (…) No solamente nos mueve el deseo de que sean públicos los vícios de la caída dinastia, sino que nuestro principa interés es, que si alguna vez ésta se prestasse á poner en ligio sus drerechos ante el tribunal del pueblo, sepa éste á que atenerse y dé su fallo com exacto conocimiento de causa”. Exemplar não encadernado. Conserva as capas de brochura. Interior em bom estado geral de conservação. Raro. Preço: 100 euros. |
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3563 - [ESPANHA. LITERATURA. SIGLO DE ORO] - Gracián, Baltasar – EL CRITICON, PRIMERA PARTE. EN LA PRIMAVERA DE LA NIÑEZ Y EN EL ESTIO DE LA JUVENTUD. SU AUTOR LORENZO GRACIAN. Lisboa. En la Officina de Henrique Valente de Oliveira 1656. (8) - 280 pp. 14cmx9 cm E.
Junto com Gracián, Baltasar – EL CRITICON, SEGUNDA PARTE JVIZIOSA CORTESANA FILOSOFIA EN EL OTOÑO DE LA VARONIL EDAD. POR LORENZO GRACIAN. Lisboa, en la Officina de Henrique Valente de Oliveira 1657. (16) - 288 pp. 14cmx9 cm E. Uma das obras mais apreciadas da literatura espanhola, não raras vezes colocada ao nível de D. Quixote de Cervantes, La Celestina de Salazar y Torres, ou das obras de Quevedo. As primeiras edições das três partes foram publicadas em datas e locais distintos, a saber: em Saragoça por Juan de Nogués em 1651, em Huesca em 1653 (pelo mesmo impressor) e em Madrid por Pablo del Val em 1657. Esta edição (a que falta a última parte no exemplar aqui apresentado) é a primeira em que coincidem nas três partes impressor (Henrique Valente de Oliveira) e local de impressão (Lisboa). Este exemplar tem a particularidade de ter sido encadernado com folhas em branco ao longo e no final de cada volume, sendo que em algumas dessas folhas foram acrescentadas notas manuscritas (com caligrafia que aparenta ser da mesma época da edição). Exemplares encadernados num só volume. Primeira parte aparada, manuseada e com alguns defeitos. Segunda parte aparada, manuseada e com picos de traça no canto dos fólios C a G (aproximadamente). A última folha esta em falta tendo sido substituída por uma modesta reprodução que apenas pretende dar continuidade à leitura do volume. Raro. Palau, 106957 Preço: 380 euros |
3564 – [ESCRITORA SEC. XVIII. CRITICA SOCIAL] - Graffigny, Françoise de – LETTRES D’UNE PÉRUVIENNE TRADUITES EN ITALIEN. Lyon. Bruyset Freres. 1792. 2 VOLUMES. 407 págs; 375 págs. 13, 8 cm. E.
Versão bilingue deste romance que catapultou para a fama a sua autora François de Garffigny (1695 – 1758) tornando-a uma das mulheres mais célebres do seu tempo. A personagem central da obra é Zilia, uma princesa Inca que foi levada para França. A visão de Zilia sobre a sociedade francesa nos seus mais variados aspectos é o ponto central da obra. A esta visão do outro sobre uma determinada sociedade junta-se a parte romanesca da história que se prende com o destino de Zilia… Exemplares encadernados. Encadernações inteiras de pele. Lombadas ricamente decoradas a dourado com rótulos verdes com indicação de volumes. Assinatura de posse rasurada na folha de rosto de ambos os volumes Restante interior em bom estado geral de conservação. Preço: 90 euros |
3565 - [HISTÓRIA. PORTUGAL. BRASIL] - HISTORIA CRONOLOGICA DOS SUCESSOS MAIS NOTAVEIS QUE TEM ACONTECIDO NO MUNDO DESDE A EPOCA DA REVOLUÇÃO FRANCEZA ATÉ AOS NOSSOS DIAS; NARRANDO-SE MAIS PARTICULARMENTE OS DE PORTUGAL E BRAZIL TANTO ANTES COMO DEPOIS DA REGENERAÇÃO PORTUGUEZA. Lisboa. Na Typographia de Desiderio Marques Leão…1822 – 1824. VII VOLUMES. X – 310 pp; 320 – (16) pp.; 320 (2) pp; 316 pp.; 310 pp; 320 – (8); 315 – (3) pp. 14 cm. E.
Obra muito interessante em que em sete extensos volumes são reunidos os factos históricos e políticos mais importantes desde a Revolução Francesa até ao início do século XIX. A publicação apresenta algumas listas assinantes onde podemos encontrar nomes como os de José Ferreira Borges, Anselmo José Braancamp, Conde de Seia, D. Francisco Manuel de Mello da Câmara, Visconde de Veiros, Visconde de Azurara, Barão de Quintela, Barão de Molelos, Rodrigo da Fonseca Magalhães, Arcebispo da Baía, Bispos de Beja, Coimbra, Castelo Branco e Pará Pedro Cyriaco da Silva, Manuel Ribeiro Guimarães, Luiz do Rego Barreto, Pedro de Andrade Brederode, José Ferreira Pinto Basto, etc e as Livrarias dos Concentos do Espirito Santo, dos Remedios dos Carmelitas Descalços de Lisboa, do Convento do Espírito Santo, Livraria dos Paulistas, Livraria da Congregação do Oratório de Braga, etc. Innocêncio dá-nos algumas indicações sobre esta obra, da qual possuia pouca informação, destacando a sua valia: “Esta obra é pouco conhecida, e em realidade não passa de ser pela maior parte uma rapsódia, extrahida das gazetas e papeis periódicos publicados no referido período. Entretanto, alguns artigos tem sobre successos e cousas de Portugal, que talvez se não encontram em outro lugar. Foi, segundo creio, coordenada pelo próprio editor, o livreiro Desidério Marques Leão, homem industrioso e sagaz, que n'esta e n outras análogas publicações de sua lavra procurava recursos para viver. Parece-me ter contudo ouvido a alguém, que Pedro Cyriaco da Silva, e não sei se Pedro José de Figueiredo, concorreram também com algum contingente para esta compilação.” (Diccionario Bibliographico Portuguez Tomo III pp.192) Possivelmente estará em falta um dos volumes desta publicação (o índice). Innocêncio afirma que foram publicados nove volumes. Na Biblioteca Nacional é-nos dado conta da existência de 8 volumes. O exemplar aqui apresentado na “Advertência” publicada no primeiro volume anuncia a publicação de um índice e numa outra “Adevertência” publicada no último volume volta a afirmar julgar ser “acertado publicar um volume contendo o índice alphabetico da mesma obra”, para evitar “folhear vários volumes” para encontrar um determinado “acontecimento ou sucesso”. Desta leitura fica a ideia que o 8º volume seria, portanto, um índice. Esse 8 volume terá efetivamente saído pois na “Gazeta de Lisboa” de 23 de Fevereiro de 1826 é anunciado o seu lançamento e lançada a subscrição para a publicação de um 10º volume. Estamos convencidos que, apesar da subscrição anunciada, terá saído apenas o 8º volume (o tal índice) e que o projecto de lançar pelo menos mais 2 volumes não terá tido seguimento. Exemplares encadernados. Encadernação modesta com a lombada em tela. Aparado. Rasgão a afectar ligeiramente o texto na “Advertência” do último volume. Restante interior um pouco manuseado mas em bom estado geral de conservação. Raro. VENDIDO. |
3566 - Kainh, H. – NOVUM TESTAMENTUM. Patavii. 1762. 523 pp. 16, 2 cm. E.
Novo Testamento inteiramente redigido em grego e impresso em Pádua em 1762, sem que no livro seja indicada a casa impressora. A folha de guarda tem a assinatura de posse de Fernando José Saraiva Fragoso de Vasconcelos, que supomos ter sido Professor de Cânones em Coimbra e um dos Comandantes do Batalhão Académico. Exemplar encadernado. Encadernação antiga inteira de pele. Folha de anterrosto com pequeno furo junto à linha que bordeja a gravura (ver imagem) Interior um pouco manuseado. Pouco frequente. Preço: 90 euros. RESERVADO. |
3567 - [BRASIL. BAÍA. TRADUCÇÃO.] - Lopes de Moura, Caeano. - DEOS É TODO PURO AMOR, PRECES E ORAÇÕES QUOTIDIANAS POR ECKARTSHAUSEN VERTIDAS EM PORTUGUEZ PELO DR. C. LOPES DE MOURA NATURAL DA BAHIA. Paris. Em casa de J.P. Aillaud. 1838. 379 pp. 10,3 cm x 7 cm. E.
Possívelmente trata-se da primeira edição desta obra que conheceria uma 3ª edição em 1849. Sobre o seu autor, médico e escritor afro-brasileiro Caetano Lopes de Moura (1780-1860), reproduzimos a seguinte nota do Dicionário de Tradutores Literários do Brasil: “tradutor, médico, escritor e cientista baiano, partiu para a Europa no início do século XIX para viver na França napoleônica. Todas as suas obras foram escritas e impressas naquele país em razão de seu exílio voluntário. Embora pouco conhecido no Brasil, fazia questão de registrar no frontispício de seus livros – Natural da Bahia. Só se tornaria referência, em vida, quase quarenta anos depois de ter deixado o Brasil, através da tradução do romance de Walter Scott, O Talismã, publicado em 1837. D. Pedro II interessou-se por sua trajetória a ponto de lhe encomendar uma biografia, oferecendo-lhe uma pensão para realização de pesquisa junto às bibliotecas da França com vistas ao estudo da geografia do Brasil. O Imperador concedeu-lhe também autorização para que lhe enviasse correspondências sem intermediações, uma vez que ele próprio, D. Pedro II, dedicava parcela importante de sua vida pessoal a atividades ligadas à literatura e à tradução, conforme ele mesmo registra em seu Diário pessoal, pesquisado. (…) Lopes de Moura estudou medicina na França entre 1803 e 1808. Com a tomada de Portugal por Napoleão, engajou-se no serviço militar por cinco anos, atuando na legião portuguesa a serviço do exército francês. Posteriormente, já casado, instalou -se por algum tempo na cidade de Grenoble, onde continuou atuando como médico e teve a oportunidade de ter visto o General francês pela última vez. Em 1838 foi contratado como tradutor pela Editora Bossange e Aillaud, sendo hoje considerado, segundo José Paulo Paes (apud: Wyler, 2003:85) o primeiro tradutor brasileiro profissional. Em 1846, no final da monarquia de Louis Philippe, lançou uma biografia de Napoleão, a qual assinou da seguinte forma: Caetano Lopes de Moura, Cirurgião-mor na Legião Portuguesa ao serviço do Imperador Napoleão. Lopes de Moura lançou-se como escritor para garantir sua subsistência quando já tinha 57. Com a pensão concedida por D. Pedro II, entre 1837 a 1847 passou a produzir de modo mais moderado, pois como tradutor viveu período de intensa produção. Comprovadamente, traduziu do francês, do inglês e do alemão. A maior parte de suas produções são traduções, porém, organizou edições, realizou prefácios, críticas literárias e revisões. Entre suas traduções se destacam seis obras de Sir Walter Scott (1771-1832), O Talismã, Os Puritanos da Escócia; Quintino Doward; O Misantropo; Waverley e A Prisão de Edimburgo; dois romances de James Fenimore Cooper (1789-1851), O Piloto e O derradeiro Moicano; um romance de Chateaubriand, Os Natchez e, finalmente, Os Incas de Juan Francisco Marmontel (1723-1799). De autoria pessoal, entre os trabalhos mais conhecidos, destacam-se também a História de Napoleão Bonaparte e Harmonias da Criação. Lançou também várias obras didáticas, Mitologia da Mocidade, Dicionário Geográfico, Histórico e Descritivo do Império do Brasil, Epítome cronológico da História do Brasil (…).” Encadernação inteira de pele. Decorada nas pastas e lombada. Com alguns defeitos (sem afectar a sua solidez). Interior em bom estado geral de conservação ainda que com alguma acidez própria do papel. Pouco frequente. VENDIDO. |
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3568 - Macedo, Francisco de Santo Agostinho de – PANEGYRICUS ILLUSTRISS. & REVERENDISS.AC EXCELLENTISS DD. LVODOVICO A SOUSA ARCHIEPSIC. BRACHARENSI HISPANIARUM PRIMATI…Patavii. 1677. (16) – 128 pp. 19, 3 cm x 15 cm. E.
Panegirico dedicado ao Arcebispo de Braga, D. Luís de Sousa (1637 – 1690). Sobre o seu autor, Francisco de S. Agostinho de Macedo diz-nos o seguinte Innocêncio no seu Diccionario Bibliographico Portuguez (Tomo II pp. 322-323): “Celebérrimo portuguez, e varão verdadeiramente encyclopedico, na phrase de Barbosa. Foi natural, não da cidade de Coimbra, como este diz, mas do logar e freguezia de Botão, que fica duas léguas distante. N. em 1596. Professou primeiramente o instituto jesuitico, entrando na Companhia aos 14 anos; passou depois em 1642 para a Ordem franciscana e província de Sancto Antônio dos Capuchos; e d'esta no anno de 1645 para á da Observância, chamada de Portugal, cujo habito conservou até o fim da vida.—Elrei D. JoãoIV o empregou sucessivamente nas embaixadas mandadas a França, Roma, e Inglaterra, no intento de ser por estas potências reconhecido como legitimo Rei de Portugal. Foi muito acceito ao Papa Alexandre VII, que o nomeou Mestre de Controvérsia no collegio de Propaganda Fide, Lente da Hjstoria Ecclesiastica na Sapiência de Roma, etc. mas perdeu depois a graça do Pontífice, por não condescender com ele na emenda de uma palavra que o mesmo queria riscada no epitaphio, que Macedo fizera por sua ordem para o mausoléu de um seu doméstico! Passou então para Veneza, onde no anno de 1658 defendeu por três dias as mui faladas conclusões de Omni Scibili,e depois no de 1667 outras, ainda mais famosas, que duraram por oito dias, intituladas Leonis Sancti Marci rugitus litterarii. A Republica lhe conferiunas honras de cidadão veneziano, mandando collocar o seu retrato na bibliotheca de S. Marcos, e lhe deu a cadeira de Philosophia moral na Universidadede Padua, que regeu desde 18 de Dezembro de 1667 até á sua morte, ocorrida no 1.1 de Março de 1681” Barbosa Machado no Tomo II (pp. 94) da sua Bibliotheca Lusitana descreve este Panegyrico como “muito extenso e elegante”. Esta obra tem o carimbo a seco do distinto Professor e bibliófilo José Joaquim da Silva Pereira Caldas (1818 – 1903). Exemplar encadernado. Encadernação antiga em pergaminho. Notas antigas manuscritas na folha de rosto do “Proemium”. Interior com uma mancha na margem interior do volume que se adensa no final sem impedir a leitura do texto. Restante interior em bom estado geral de conservação. Obra impressa em papel de elevada qualidade. VENDIDO. |
3310 - Moniz, Nuno Álvares Pereira Pato – AGOSTINHEIDA. POEMA HEROE-COMICO EM 9 CANTOS.
O Padre José Agostinho de Macedo foi uma das figuras mais controversas do meio intelectual português ao longo das primeiras décadas do século XIX. Homem extremamente culto, seguro de si e temperamental, foi um dos maiores polemistas do seu tempo, tendo posto a sua pena ao serviço do legitimismo, o que lhe valeu grandes admiradores e inimigos. Na “Agostinheida”, aqui apresentada na sua primeira edição, Nuno Álvares Pereira Pato Moniz, conhecido intelectual liberal e maçon, transforma em sátira as críticas que já tinha vindo a fazer a José Agostinho de Macedo, nomeadamente nas obras “Justa impugnação do celebre syllogismo que apoiou o livro intitulado «Os Sebastianistas»” (1810) e “Exame analytico e parallelo do poema Oriente do José Agostinho de Macedo com A Lusiada de Camões” (1815). Nesta “Agostinheida” Pato Moniz vai para além da sátira, pois afirma que “assim como deve guardar-se para exemplo a memória dos homens mais extraordinários, deve também perpetuar-se, para horror, a lembrança dos homens extraordinariamente criminosos (...). José Agostinho de Macedo, sobre ser um perverso, reconhecido por tal, é um tenacíssimo folheador de livros (...)” Preço: 40 euros. |
3457 - Paquis, Amédée; Douchez, Louis – HISTOIRE D’ESPAGNE…Paris. Imprimerie de Béthune et Plon. 1844. 2 Volumes VIII - 731 pp; 659 pp. 25, 5 cm. E.
Histoire d’Espagne (et de Portugal) depuis les temps les plus reculés jusq’a nos jours. D’après Aschbach, Lembké, Dunham, Bossi, Ferreras, Schaefer, etc”. Com vários capítulos de interesse para a Idade Média portuguesa dos quais destacamos "De l’origine des ordres religieux et chevaleresques en Espagne et en Portugal”. Exemplares encadernados. Encadernações com a lombada em pele e com as pastas decoradas com papel marmoreado. Lombada do primeiro volume solta e aparentemente colada. Encadernação do segundo volume em bom estado de conservação. Interior do primeiro volume em bom estado geral de conservação ainda que apresente um pico de traça a atravessar cerca de metade do volume. Interior do segundo volume em muito bom estado de conservação. Preço: 80 euros. |
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3068 – [BEBIDAS. AGUARDENTE] - Parmentier, Antoine Augustin – L’ART DE FAIRE LES EAUX-DE-VIE D’APRÈS LA DOCTRINE DE CHAPTAL;…SUIVI DE L’ART DE FAIRE LES VINAIGRES SIMPLES ET COMPOSÉS. Paris. Chez Delalain, fils…1801. 210 – (5) – (iv) págs. 19,5 cm x 11, 8 cm. E.
Primeira edição desta importante obra sobre a produção de bebidas espirituosas (aguardente) e vinagres da autoria de Antoine Augustin Parmentier (1737 – 1813). Parmentier foi um homem multifacetado (militar, farmacêutico, etc) que se destacou fundamentalmente como agrónomo. Nesse campo ganhou grande notoriedade por ter defendido a introdução da batata na alimentação humana e por ter desenvolvido importantes técnicas na área da panificação. Nesta obra Parmentier demonstra como fazer várias aguardentes (de vinho, de bagaço, de cidra, de grãos ou cereais, etc). O livro apresenta ainda um pequeno tratado sobre o fabrico do vinagre. Os métodos de Parmentier que aqui se apresentam conjugados com os de Rozier e do Conde Chaptal sobre a produção das diferentes aguardentes e vinagres tiveram um grande impacto e a obra que aqui apresentamos conheceu uma nova edição em 1819, sendo os seu conteúdo citado e reproduzido em diversas obras sobre esta matéria. Ilustrado com cinco gravuras. “Orné de Cinq Planches réprésentans les diverses Machines et Instrumens suivant à la fabrication des EAUX-DE-VIE” Exemplar encadernado. Sólida encadernação inteira de pele. Interior e muito bom estado de conservação. Raro. Preço: 1000 euros. |
3569 - [OBRA PIONEIRA. GRAMÁTICA. LINGUA PORTUGUESA] - Pereira, Benedicto (Bento Pereira) – ARS GRAMMATICAE PRO LINGUA LUSITANA…Lugduni. Laurenti Anisson. 1672. (18) - 321 – (11) pp. 17, 5 cm. E.
Obra rara, considerada durante vários anos como “A primeira gramática do português como língua estrangeira”, como foi classificada pelo Professor Gonçalo Fernandes num artigo do qual retirámos parte da conclusão: “Havia mais de 135 anos que a gramatica portuguesa começara as seus primeiros passos, com a Grammatica da lingoagem portugueza de Fernão de Oliveira (Lisboa, 1536) e a Grammatica da lingua portugueza de Joao de Barros (Lisboa, 1540) (…) mas não temos conhecimento da existência de qualquer outra gramatica portuguesa especialmente vocacionada para a ensino desta língua para estrangeiros. A Ars Grammaticte pro Lingua Lusitana (Lugduni, 1672) de Bento Pereira é uma obra sistémica bastante completa, expositiva, abrange todas as partes tradicionais da gramatica (…) e ainda tern urn excurso bilingue (Portugues-Latim) com frases que poderiam ser empregues, para alem da formação moral dos jovens, para exercícios de tradução (ou retroversão), e ainda a primeira e a terceira parte das Regras geraes, breves e compreensivas da melhor orthographia (Lisboa, 1666), para facilitar e uniformizar a ortografia de ambas as línguas, mas particularmente do Português. Os jesuítas tinham colégios em todo o mundo e, por isso, sentiam necessidade de uma obra que pudessem ensinar a língua de Camões a todos os estrangeiros que a quisessem aprender, para facilitar comércio com os portugueses e a evangelização dos povos "bárbaros". Foram fundamentalmente estes dois motivos que levaram o alentejano Bento Pereira a escrever aquela que consideramos a primeira gramática de Português como língua estrangeira, precisamente cem anos depois da De lnstitutione Grammatica Libri Tres (Lisboa, 1572) do também jesuíta Manuel Alvares, obviamente na lingua franca da epoca: o Latim.” (Fernandes, Gonçalo – A primeira gramática do português como língua estrangeira (Lugduni 1662)” in Estudios de Hagiografia Linguistica. Universidade Cádiz. 2009 pp. 205-219). Sobre Bento Pereira, o conhecido autor da “Prosódia”, extraímos da já citada obra do Professor Gonçalo Fernandes uma breve nota biográfica: “Bento Pereira e um cultor das humanidades do seculo XVII portugues. Nasceu em Borba, em 1605, e, com apenas quinze anos de idade, entra para a Companhia de Jesus, concluindo o noviciado em Lisboa. Em 1622, começa os estudos humanísticos no Colégio das Artes de Coimbra e, em 1628, termina o curso de Filosofia em Évora, lecionando na Universidade de Évora as disciplinas de Humanidades e Retorica, entre 1628 e 1633. Nesta fase, publica Prosodia in vocabularium trilingue Latinum Lusitanum et Castellanum digesta (Evora, 1634, com licença de 1633). A partir deste ano (1633), começa os estudos teológicos, doutorando-se em 1647 e leccionando Teologia (…) até 1670. De permeio, publica as Regras Gerays, breves, e da melhor Orthografia, com que se podem evitar no escrever da língua Latina, e Portugueza, para se ajuntar a (Lisboa, 1666, licença de Dezembro de 1664) e a Ars Grammaticte pro Lingua Lusitana (Lugduni, 1672). (…) Entre 1670 e 1672, é o revisor geral da Companhia de Jesus e Reitor do Seminário dos Jesuítas Irlandeses em Lisboa. Bento Pereira morre em Evora, em 1681.” Estamos convencidos que esta Ars Grammaticte pro Lingua Lusitana, saída dos conhecidos prelos de Laurenti Anisson e destinada à circulação pelo estrangeiro, é, provavelmente, a obra mais rara de Bento Pereira (ausente dos principais catálogos) e um dos seus mais relevantes trabalhos. Exemplar encadernado. Encadernação antiga inteira de pele. Assinatura de posse na folha de rosto. Cadernos iniciais completos mas truncados. Interior em bom estado geral de conservação. Preço: 550 euros. |
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3458 - Pinto, Antonio Cerqueira – HISTORIA DA PRODIGIOSA IMAGEM DE CHRISTO CRUCIFICADO QUE COM O TITULO DE BOM JESUS DE BOUÇAS SE VENERA NO LUGAR DE MATOZINHOS…Lisboa Occidental. Na Officina de Antonio Isidoro da Fonseca. 1738. (82) – 349 - 167pp. 20 cm E.
Bernardes, Manoel dos Reys – SERMAM EUANGELICO, PANEGYRICO, HISTORICO E APOLOGEITCO QUE EM QUATRO DE MAYO DE 1733 PRIMEIRO DIA DO TRIDUO CONSAGRADO Á SACROSSANTA IMAGEM DO SENHOR DE MATOZINHOS… Alvares, Manuel Pereira – SERMAM DO TRIDUO, COM QUE OS IRMÃOS DEVOTOS DO SENHOR DE MATOZINHOS CELEBRARÃO A REPOSIÇÃO DAQUELA VENERANDA IMAGEM DO TRONO DEPOIS DE CONSUMADA TODA A OBRA NA SUA CAPELA, PREGADO NO TERCEIRO, E ULTIMO DIA A SEIS DE MAYO DO ANNO DE 1733. Conjunto dos títulos que formam esta obra de referência sobre o “Senhor de Matozinhos”. A ideia da obra e a autoria da primeira parte é de António Cerqueira Pinto “Acadêmico supranumerario da Acad. R. da Historia Portugueza, instruído na Theologia, Philosophia e Bellas Lettras.— N. não na cidade do Porto, como alguns julgaram, mas na freguezia de S. Miguel de Godim, concelho de Basto, próximo da villa de Amarante, a 13 de Junho de 1679. M. no Porto a 28 de Dezembro de 1744” (Innocêncio; Dicc. Bibliographico. Tomo I pp. 109). A este corpo principal segue-se, com folha de rosto e numeração autónoma um Sermão de Manoel dos Reys Bernardes natural do Porto, Clérigo do Hábito de São Pedro, “Conego Prebendado e Magistral de Escriptura” da Sé do Porto, Comissario do Santo Officio. Da sua habilitação no Santo Officio retiramos os seguintes dados: era filho de Gaspar Bernardes, “ourives do ouro e Familiar do Santo Oficio” e de Isabel dos Reis. A este Sermão segue-se um outro, também com folha de rosto própria, de Manoel Pereira Alvares, natural da “Freguesia de S. Salvador de Ramalde Comarca da Maya Bispado do Porto fendo filho de Salvador Antonio, e Antonia Pereira Lavradores ricos, e honrados. Intruido nas letras humanas frequentou auniverfidade de Coimbra eftudādo Direito Canonico em que fe formou a 22 deMayo de 1714. Sendo Protonotario Apostólico foy provido na Reitoria de S. Maria de Campanhã situada na Comarca de Penafiel do Bispado do Porto” (Barbosa Machado; Bibliotheca Lusitana Tomo III pp. 334). Em paratexto podemos encontrar sonetos e cartas de amigos e admiradores do autor como Agostinho Jose de Athaide, Bento de Matos, entre outros. Ilustrado com duas gravuras, a primeira representando o Cristo Crucificado e a segunda representando o esquema da procissão (Rosseau sculp. Lisboa. 1736). Exemplar encadernado. Encadernação antiga, inteira de pele, com a lombada com nervuras, decorada com dourados e com o título abreviado inserido em rótulo vermelho. Interior um pouco aparado mas em bom estado geral de conservação. Preço: 180 euros. |
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3570 - [ESPANHA. LITERATURA. SIGLO DE ORO] - QUEVEDO, Francisco de - GRACIAS Y DESGRACIAS DEL NOBILISSIMO SEÑOR OJO DEL CULO…s.d. 8 pp. 21 cm x 15, 2 cm. B.
Raríssima edição desta popular obra de Quevedo (provavelmente impressa em finais do século XVII/início do século XVIII) da qual só é conhecido um outro exemplar, existente na Biblioteca General de Navarra. Para perceber as especificidades desta obra bem com as suas diferenças em relação a outras edições é necessário consultar a mais recente bibliografia sobre a matéria, neste caso a obra da Professora Doutora María José Alonso Veloso: “La transmisión impresa de Gracias y desgracias del ojo del culo de Quevedo: noticia sobre nuevos ejemplares y ediciones” (2019). Aqui é estudada a história desta obra, são destrinçadas as diferenças entre as diversas edições/variantes que, até há bem pouco tempo, eram consideradas idênticas mas que, na verdade, possuem muitas diferenças entre si (diferenças quanto à data de impressão, diferenças gráficas e inclusive variantes relativas a alguns aspectos do seu conteúdo). Os exemplares considerados recentemente como pertencentes à mesma edição (ou a edições publicadas no mesmo período) encontravam-se respetivamente na Biblioteca Nacional do México (1 exemplar), na Biblioteca Valenciana (2 exemplares), na British Library (1 exemplar) e na Biblioteca General de Navarra (1 exemplar). Todos diferem entre si. Vejamos então o que nos diz María José Alonso Veloso sobre estas diferentes edições e possíveis datas de publicação: “Los datos textuales apuntados impiden conocer con exactitud la filiación de estas ediciones y su posible relación con la que se ha considerado prínceps de la obra. Entre [British y Navarra], la primera parece preceder a la segunda; entre [Valencia y Mexico], la primera podría representar un momento más tardío en la transmisión, aunque debe notarse que no incurre en un error común a las otras. Nada impediria que las distintas ediciones se hubiesen producido simultáneamente o com escasa diferencia temporal, en prensas y lugares diferentes. En cualquier caso,errores y variantes evidencian que los cuatro ejemplares conservados de Gracias y desgracias del nobilísimo señor ojo del culo no solo no son idénticos entre sí ni vestigios de una única edición como se suponía, sino que representan ediciones diferentes, simultáneas o sucesivas. Refuerzan, por tanto, las conclusiones obtenidas en el estudio bibliográfico sobre sus divergencias.” (…) No obstante, ha podido determinarse ahora de modo aproximado la posible datación de las ediciones con ejemplares conservados en México y Navarra: para el primero, la década de losaños 40 del siglo XVIII, en las prensas mexicanas de María de Rivera; el inicio de esta misma centuria, en el caso del segundo.” (…)” (op. cit. pp.624 - 625). Um outro aspecto salientado neste estudo é a forte possibilidade destas edições serem as mais fiéis ao texto original de Quevedo: "Nada impediría, además, que ediciones más tardías contuviesen una versión temprana, cuya fuente primitiva se hubiese extraviado debido a los avatares de la transmisión textual. A favor de dicha posibilidad podría apuntarse que este tipo de textos burlescos, configurados en ocasiones por una sucesión de artículos o ítems, en una estructura yuxtapuesta, suelen reproducir un número mayor de ellos en versiones con fechas posteriores, a veces con adiciones espurias e innovaciones como pudo suceder también en Premática del Tiempo, Cartas del Caballero de la Tenaza o Papel de las cosas corrientes, entre otros textos quevedianos. Curiosamente, las ediciones de Gracias y desgracias consideradas del siglo XVIII contienen un número inferior de desgracias, solo once frente a quince de la supuesta princeps, y parecen libres de las usuales interpolaciones. Esta mera hipótesis, planteada a modo de colofón, puede apoyarse también en la invectiva contra la obra quevediana recientemente descubierta. Su texto comienza así: Entre tantos abortos como del descuido de la naturaleza se han originado, tengo por sin duda ser uno el parto del autor que estos días pasados nos ha infestado el aire de los apacibles climas de esta Corte con los pestíferos y nefandos acentos que por toda ella han resonado, procedidos de un papel impreso –que ya habrá parado en donde trae su origen–, cuyo título era Gracias y desgracias del nobilísimo ojo del culo. Ojo al ojo, y ojo a lo dicho, que este ojo, en mi entender, debió de ser, por yerro de cuenta, el conducto de su nacimiento. La diatriba ha sido datada en el siglo XVII por la Biblioteca Valenciana, y en apoyo de tal fecha cabe aducir estas palabras iniciales del texto, “donde se da noticia de la publicación y divulgación de la obra burlesca de Quevedo en el ámbito de la Corte” (Alonso Veloso 2017, 528). Así lo sugiere el explícito propósito de zaherir al autor – apodado con malicia “Bachiller Clarete” (534), en probable alusión a la fama de borracho que le atribuyeron sus detractores, entre ellos Góngora – y malograr su prestigio cortesano. Dado que la crítica ha situado el momento de la difusión de esta obra entre los años 1620 y 1626, la invectiva pudo haberse divulgado, en un momento incierto, poco después de su primera edición impresa, que no necesariamente tuvo que ser la que hoy consideramos princeps. Resulta de hecho sorprendente la coincidencia parcial del título de la invectiva (Excelencias y desagravios de los nobilísimos ojos de la cara, y zurriago contra el abogado del nefando ojo del culo) con el de las cuatro ediciones en el término “nobilísimo” (Gracias y desgracias del nobilísimo señor ojo del culo), ausente en cambio en la edición titulada Gracias y desgracias del ojo del culo. Si se acepta la eventualidad de que la invectiva se hubiese divulgado en esa década temprana del siglo XVII, como parece desprenderse de los indicios existentes, podría proponerse, como simple suposición necesitadade nuevas indagaciones, la posibilidad de que las cuatro ediciones con la versión ampliada del título (o al menos alguna de ellas) partan de un testimonio impreso también en esa época. Tal posibilidad sería coherente con la falta de datos fehacientes que anclen esta versión en algún momento del siglo XVIII, como se ha pretendido. Más difícil sería justificar una datación tardía, dieciochesca, para la versión más breve contenida, con variantes, en estas cuatro ediciones y para la propia invectiva: su contenido sobre las circunstancias precisas de la divulgación de la obra de Quevedo, en el ámbito de la corte madrileña, y también la fecha de su catalogación, parecen situarla en el siglo XVII, en el epicentro de la polémica en torno a la procacidad de la literatura quevediana” (op. cit. pp.626 a 627). Haverá ainda muito para estudar e para contar sobre a difusão desta que é uma das mais populares obras de Francisco de Quevedo. Ao elaborar este catálogo não pude deixar de reparar na semelhança (que não passa disso) entre a composição tipográfica da obra descrita no nº 3555 (com data de 1678, saída dos prelos de Melchor Sanchez, por acaso impressor de Quevedo…) e o exemplar aqui apresentado… Este exemplar de “Gracias y desgracias del nobilísimo señor ojo del culo” é uma obra de grande raridade, ausente de todos os catálogos da especialidade consultados. Exemplar conservado numa caixa especificamente concebida para o efeito. Exemplar manuseado mas em bom estado geral de conservação. Extremamente raro. Preço: 3000 euros. |
3571 - Santa Maria, João Severino de – CANTICO HEROICO, DADO Á LUZ E DEDICADO A NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO DOS NAVEGANTES POR FR. JOÃO SEVERINO DE SANTA MARIA. Porto. Imprensa de Coutinho. 1836. 21 pp. 16 cm. B.
Primeira edição desta obra que terá tido alguma popularidade na época, uma vez que entre 1836 e 1840 conheceu pelo menos 4 edições (duas delas em 1836). A edição de Coimbra de 1836, saída dos prelos da Imprensa da Universidade, é indicada como sendo a segunda edição. Exemplar desencadernado. Em bom estado de conservação. Edição não localizada na Biblioteca Nacional. Preço: 25 euros. |
3572 - Racine, Jean (Costa e Sá, trad.) – A RELIGIÃO: POEMA POR MR. RACINE (…) VERTIA DO FRANCEZ JOSÉ ANSTASIO DA COSTA E SÁ LISBONENSE. Lisboa. Na Officina de Simão Thaddeo Ferreira. 1791. XXIV – 286 pp. 14, 7 cm. E.
Tradução de José Anastasio da Costa e Sá Lisbonense desta obra de Racine. Do prefácio do traductor retirámos o seguinte excerto: “Leitor Amigo. Ofereço-te em vulgar o Poela da Religião (…) tão conhecido na Republica das letras, como elogiado pelos maiores homens de seus dias. (…). Quando queiras prevenir-te contra os ataques dos Libertinos na tua Religião tão Augusta, e tão Sagrada [no] poema da Religião composto por M. de Racine (…) acharás destruídos todos os estratagemas de que eles se valem, para nos confundirem (…)”. Exemplar encadernado. Interior com ligeiro pico de traça que diminui ao longo do volume. VENDIDO. |
3573 - RELIGIOSA VIDA, E MEMORAVEL MORTE DA MADRE SOR. JOANNA DE SANTA THEREZA, FREIRA PROFESSA NO MOSTEIRO DE NOSSA SENHORA DE SUBSERRA DA VILLA DA CASTANHEIRA DESTE PATRIARCADO…NOTICIA TIRADA DE HUMA CARTA FIDEDIGNA DA MESA VILLA. Lisboa. Na Officina de Domingos Rodrigues. 1754. 8 pp. 20 cm. B.
Relação em que é feita uma breve descrição da “Villa de Castanheira” e do seu Mosteiro [Castanheira do Ribatejo, Vila Franca de Xira] para, de seguida, ser dada a notícia da “Vida e Memoravel Morte” de Soror Joana de Santa Thereza, “falecida em trez de Agosto do presente anno, a qual predisse sua morte quatro dias antes do seu falecimento”. O Convento de Nossa Senhora de Subserra era uma instituição pertencente à Ordem de São Francisco. Exemplar não encadernado. Papel com muita acidez. Primeiro e último caderno por abrir. VENDIDO. |
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3574 - [ESPANHA. OBRA PIONEIRA. APOCALIPSE. MILENARISMO. RELIGIÃO]
- Riberae, Francisci (Francisco de Ribera) – THEOLOGI IN SACRAM B. JOHANNIS APOSTOLI. Salmaticae. Excudebat Petrus Lassus. 1591. [8] – 333 [26] pp. 29 cm. E. encadernado com Riberae, Francisci – LIBRI DI TEMPLO. Salmaticae. Excudebat Petrus Lassus. 1591. [6] – 222 – [17] pp. 29 cm. E. Assin: *//4, A-X//8, a//8, b//7 ε//4, A-O//8, A-B//8 “Cum completi fuerint milli anni renovabitur mundus a deo e coelum complicabitur e terra mutabitur transfomabit Deus homines in similitudine angelorum. Tunc siet secunda resurrectuio, in qua excitabuntur iniusti ad cruciatus sempiternos (…)” (pp. 285). Primeira edição desta obra, considerada por diversos académicos como um livro pioneiro do milenarismo. O trabalho de Ribera viria a influenciar outros autores (como Cornelius a Lapide ou o Padre António Vieira, como se verá adiante) sendo que alguns deles encarregaram-se de difundir esta “profecia” (milenarista) apocalíptica um pouco por toda a Europa, o que viria a ter consequências algo inesperadas. Partilhamos um excerto de um artigo do Professor António Vitor Sanches Ferreira Ribeiro, intitulado “O império de um profeta sereno: ensaio de decifração do pensamento do padre António Vieira”, para que se perceba um pouco a importância e o contexto desta obra: “(…)Embora tenha frutificado principalmente no mundo protestante, esta tipologia profética parece ter tido início nos escritos de alguns jesuítas. Identificado como a origem de toda esta viragem surge o jesuíta Francisco Ribera e a sua interpretação do Apocalipse (…). O continuador de Ribera seria um outro jesuíta, o flamengo Cornelius a Lapide. Como o próprio referiu no seu processo inquisitorial, Cornelius foi uma fonte fundamental para Vieira no que diz respeito à interpretação do livro do Apocalipse. Cita-o, em particular, num ponto que parece ter perturbado os inquisidores: a destruição de Roma, identificada como a grande meretriz da Babilónia (…) Paralelamente à novidade trazida por Ribera e Cornelius, a exegese profética sofreria uma evolução em Inglaterra. Por volta de 1600 estabeleceu-se nesse país um núcleo de hebraístas encarregues de traduzir uma “versão autorizada” do Antigo Testamento. Por esta via, os académicos ingleses tiveram acesso à exegese judaica das Escrituras. A partir dessa altura os judeus começaram a ser vistos cada vez mais como uma peça fundamental para o cumprimento das profecias (…)- Assim, os exegetas ingleses começaram a ligar a destruição de Roma à conversão dos hebreus. Esta profetizada queda de Roma é um dos aspetos negligenciados do processo de Vieira e que o ligam a um pensamento apocalíptico estranho ao contexto português.”. A segunda obra, “Libri di Templo” é um pequeno tratado sobre a origem do Templo de Salomão, os seus ritos, etc. No início e no final do volume encontram-se apensas duas folhas manuscritas em latim (com caligrafia que aparenta ser do século XVI/XVII), escritas a duas cores (ver imagem). Exemplar encadernado. Dois volumes encadernados num só tomo. Encadernação inteira em pergaminho. A primeira obra apresenta um rasgão no fólio G7 e no fólio X5. A segunda obra apresenta um rasgão que afecta o texto no fólio B3. Interior com mancha de acidez à cabeça que por vezes provoca deterioração do papel (sem afectar o texto). Restante interior manuseado, com acidez mas em bom estado geral de conservação. Palau 266867 Muito raro. Preço: 1600 euros. |
3575 – [INDIA. GOA. PADROADO PORTUGUES] - Rivara, Joaquim Heliodoro da Cunha – O MANIFESTO PREVENTIVO DOS PROPAGANDISTAS DA INDIA CONTRA A CONCORDATA APOSTILLADO PELO AUCTOR DAS REFLEXÕES SOBRE O PADROADO PORTUGUEZ NO ORIENTE. Nova-Goa. Na Imprensa Nacional. 1860. 51 – (1) pp. 20, 3 cm. B.
De acordo com Luiz Farinha Franco em “Joaquim Heliodoro da Cunha Rivara 1809-1879”, Cunha Rivara, médico, bibliotecário e vereador em Évora, depois de uma experiência como Deputado é a “3 de Junho de 1855 “nomeado secretário do Governo da Índia”. Já em funções a nova situação “não lhe afrouxou o ânimo pelos estudos históricos” tendo colaborado no “Boletim do Governo da Índia” (onde este opúsculo foi originalmente editado como artigo) e tendo depois, em 1857, publicado “Archivo Portuguez Oriental”. Foi responsável pela reorganização dos bispados da Índia portuguesa e é nessa condição que escreve este opúsculo. Exemplar não encadernado. Em bom estado geral de conservação. Raro. Preço: 80 euros. |
3576 - [TRATADO. COMÉRCIO LIVRE. GUERRA PENINSULAR. REINO UNIDO. PORTUGAL. BRASIL] –
TRATADO DE COMMERCIO, E NAVEGAÇÃO ENTRE OS MUITO ALTOS E MUITO PODEROSOS SENHORES O PRINCIPE REGENTE DE PORTUGAL, E EL REI DO REINO UNIDO DA GRANDE BRETANHA E IRLANDA ASSINADO NO RIO DE JANEIRO PELOS PLENIPOTENCIARIOS DE HUMA E OUTRA CORTE EM 19 DE FEVEREIRO DE 1810 E RATIFICADO POR AMBAS. Lisboa. Na Impressão Regia. 1811. 33 pp. 28 cm. B. Importante tratado comercial celebrado entre Portugal e Inglaterra que muita influência viria a ter não só no Brasil mas também na economia portuguesa. O Tratado não esteve isento de polémica uma vez que os comerciantes portugueses não viam com bons olhos o acesso dos brasileiros às mercadorias inglesas nem outras especificidades presentes neste tratado. Texto a duas colunas redigido em português e em inglês. Exemplar desencadernado. Em bom estado geral de conservação. Raro. Preço: 200 euros. |
3577 - [TRATADO. CONVENÇÃO CIRCULAÇÃO DE PAQUETES. GUERRA PENINSULAR. REINO UNIDO. PORTUGAL. BRASIL] – CONVENÇÃO ENTRE OS MUITOS ALTOS E MUITOS PODEROSOS SENHORES O PRINCIPE REGENTE E REI DO REINO UNIDO DA GRANDE BRETANHA E IRLANDA SOBRE O ESTABELECIMENTO DOS PAQUETES. ASSINADA NO RIO DE JANEIRO PELOS PLENIPOTENCIARIOS DE HUMA E OUTRA CORTE…Lisboa. Na Impressão Regia. 1811. 8 pp. 28 cm. B.
Convenção em que é determinada a circulação de paquetes, escalas (e duração das mesmas), residências de agentes, despachos de cartas e encomendas, etc. Em causa estava a circulação destas embarcações entre Inglaterra e o Brasil (Rio de Janeiro). Texto a duas colunas redigido em português e em inglês. Exemplar desencadernado. Em bom estado geral de conservação. Raro. Preço: 80 euros. |
3578 [BRASILIANA] - Trindade, Bento da (Frei) – ORAÇÕES SAGRADAS OFFERECIDAS AO SERENISSIMO SENHOR D. JOÃO PRINCIPE REGENTE…NOVA EDIÇÃO. Lisboa. Typographia Rollandiana. 1863. 461 pp. ; 466 – (2) pp. 16, 5 cm. E.
De acordo com a informação retirada da Bibliographia Brasilaliana de Borba de Moraes (Vol. 2 pp. 870), a primeira edição desta obra seria a impressa em 1817. Contudo a primeira edição é, muito provavelmente, a de 1783 sendo a edição aqui apresentada a última publicada no século XIX. O "Dicionário de História da Igreja em Portugal" de Banha de Andrade (vol. III pp. 16 e 17) identifica uma edição de 1803 e diferenças entre a edição de 1817 e as anteriores, Frei Bento da Trindade foi “Religioso Agostinho Descalço, Chronista da Congregação, Mestre Jubilado e Doutor da Sagrada Theologia pela Universidade de Coimbra, Missionario Apostolico, Qualificador do Santo Officio, Examinador das Tres Ordens Militares, Synodal do Arcebispado da Bahia e Pregador da Real Capela da Bemposta”. Grande parte dos sermões foram pregados na Baia, em Recife e em Olinda. Exemplar encadernado. Dois volumes encadernados num só tomo. Sólida encadernação com a lombada em pele. Interior em grande parte ainda por abrir. Preço: 120 euros. |
3380 - Val, Dubourg Le - CONNOISSANCES PRÉLIMINAIRES DE LA GÉOGRAPHIE DÉDIÉES A LA JEUNE NOBLESSE DE BRETAGNE. A Rennes. Chez Vatar, Imprimeur du Roi & du Parlement au coin du Palais à la Palme d’Or. 1765. [38] – 232 pp. 19, 7 cm. E.
Livro dedicado à nobreza da bretanha pelo seu autor Dubourg Le Val, professor de Matemática e de Hidráulica possivelmente natural de Rennes. A obra, destinada ao ensino, contém vários capítulos pequenos que transcendem a temática principal, abordando também a arquitectura (com um capítulo dedicado às fortificações), a atmosfera, os meteoros, cometas, trigonometria, logaritmos, sistema solar, eclipses, etc. Exemplar encadernado. Encadernação antiga inteira de pele. Alguma acidez e manchas no papel. Pequeno pico de traça sem afectar o texto na margem inferior das 2 primeiras e nas 3 últimas páginas do volume. Interior em bom estado geral de conservação. Pouco frequente. Preço: 100 euros. |
3579 - [ESCRITORA DESCONHECIDA. RELIGIÃO. LAMEGO] - Vasconcelos, Catharina Mafalda de Sousa e Mello de Abreu e – PEQUENO OFFICIO DAS SETE DORES DA MÃI DE DEOS OFFERECIDO Á AUGUSTISSIMA RAINHA DE PORTUGAL E DOS ALGARVES D. MARIA I. NOSSA SENHORA…Lisboa. Na Regia Officna Typografica. 1787. 54 pp. 14 cm x 7 cm. B.
Curiosa obra escrita por uma autora desconhecida (ou pouco conhecida) sobre a qual sabemos apenas ser “natural da cidade de Lamego” conforme é afirmado na folha de rosto. A obra é dedicada à Rainha D. Maria I e no seguimento dessa dedicatória podemos ler algumas palavras da autora que predem o prólogo e o resto do livro: “A pequena obrar que tenho a honra de oferecer a V. Magestade he de tão alto merecimento pelo seu assunto, que ele mesmo fica sendo o desempenho do atrevimento que cometto quando nella escrevo o Real Nome de V. MAGESTADE. (…) Os (conceitos) que esta obra contém são tão sublimes que ainda mal traduzidos ficam sendo elegantes por exprimirem vivamente os sentimentos da Mai de Deos que os Profetas nos descrevem nas Sagradas Letras. E o que nella he composição minha, ainda que sem merecimento, bem move o coração a sentir quais foram os tormentos do Filho e as dores da mesma Mae (…) De V. Magestade Muito affectiva, humilde e reverente serva, D. Catharina Mafalda de Sousa e Mello de Abreu e Vasconcelos”. Exemplar não encadernado. Interior com grande parte dos cadernos ainda por abrir. Obra não localizada na Biblioteca Nacional. VENDIDO. |
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3580 – [MEDICINA. CÓLERA] - Vaz, Francisco d’ Assis Souza – RELAÇÃO HISTORICA, STATISTICA E MEDICA DA CHOLERA-MORBUS EM PARTIS. PRECEDIDA DA TOPOGRAPHIA DESTA CAPITAL…Paris. Em Casa de J. P Aillaud. 1833. (1) – IV – 372 – (4) pp. 20, 8 cm. E.
Numa altura em que em plena Guerra Civil a “Cholera-Morbus” também fazia vítimas em Portugal surge em Paris esta esta interessante obra sobre a terrível doença que então assolava a Europa. O seu autor, Franciso d’Assis Souza Vaz, encontrava-se então emigrado em Paris por ser apoiante da causa liberal. A obra começa com uma “Topographia Medica de Paris” em que é descrita a cidade, os seus bairros, a vida de cada bairro, aspecto das casas e das lojas, tipos de carne e peixe consumidos pela maioria da população, qualidade das águas, tipos de vinhos mais consumidos, localização de algumas instituições, etc. O segundo capítulo é inteiramente dedicado à “Cholera” seguindo-se um apenso em que se apresentam documentos sobre a salubridade das habitações, dos mercados, etc. De acordo com o que se pode ler na folha de rosto desta obra Sousa Vaz (1797-18 foi “Doutor em Medicina pela Faculade de Pariz, Professor de Pathologia externa na Escola Real de Cirurgia da Cidade do Porto; Secretário da mesma Escola; Segundo Cirurgião do Hospital da Misericórdia; Cirurgião da Real Administração dos Expostos, e do Hospital dos Incuráveis; Membro Correspondente da Sociedade Médica de Emulação do Porto”. Da sua biografia publicada pela Universidade do Porto (Memória U. Porto – Docentes e Estudantes da ARMC) extraímos os seguintes dados: “Francisco de Assis e Sousa Vaz, filho de Francisco António de Sousa Vaz e de Ana dos Anjos Sousa Vaz, nasceu no Porto a 7 de agosto de 1797 (…) Realizou os preparatórios para o curso Cirúrgico do Hospital Real de Santo António, no Porto, sob orientação de Frei Manuel Cândido, amigo próximo da família.A 13 de dezembro de 1808 matriculou-se no curso de Sangria desse hospital. Em 1810 fez exame de latim e francês na Academia Real de Marinha e Comércio da Cidade do Porto (3 de julho) e inscreveu-se na Aula de Anatomia (22 de agosto). Em 1814 realizou os exames de Sangria e de Cirurgia perante o Delegado do Cirurgião-mor do Reino, Joaquim José Rodrigues, obtendo as cartas de Sangrador e Cirurgião a 16 de março de 1815. Entre 1816 e 1820 cursou Filosofia Racional, Inglês e Matemática na mesma Academia. A 26 de abril de 1816 foi nomeado examinador de Cirurgia, tendo tomado posse a 28 de agosto do mesmo ano. Em 1819 e 1821 tomou posse como mestre de Sangria e de segundo Cirurgião, respetivamente, no Hospital Real. Exerceu funções como cirurgião da Roda dos Expostos durante 49 anos, entre 1821 e 1870. (…) Com a criação da Real Escola de Cirurgia do Porto, em 1825, foi designado lente substituto da cadeira de Patologia Externa, Terapêutica e Clínica Cirúrgica e 1.º secretário desta Escola, funções que exerceu entre 1825 e 1828. Naquele ano foi obrigado a emigrar, como muitos outros defensores da causa liberal. Chegou a Londres a 18 de julho e daí partiu para Paris, em 1829. Regressou a Portugal a 21 de janeiro de 1834, data em que aportou em Lisboa. Da capital seguiu para o Porto, cidade onde fez um percurso brilhante como académico e no domínio assistencial. Foi-lhe atribuída a regência da cadeira de Patologia Interna e Clínica Médica por decreto de 5 de Setembro de 1834 e na sequência do falecimento de Bernardo Campeão. Retomou as funções de secretário escolar entre 1834 e 1838 na Real Escola de Cirurgia do Porto (Escola Médico-Cirúrgica do Porto a partir de 1836). Pelo decreto de 6 de fevereiro de 1838 foi indigitado lente proprietário da 7.ª cadeira do 5.º ano - História Médica, Patologia Geral, Patologia e Terapêutica Internas - da Escola Médico-Cirúrgica do Porto. (…) Francisco de Assis e Sousa Vaz foi um dos promotores da Sociedade Literária Portuense (fundada em 1833), tendo publicado inúmeros trabalhos científicos nos Anais da Sociedade Literária Portuense. (…) Pelos cuidados prestados a Carlos Alberto, foi distinguido com o título de Médico Honorário de Vítor Emanuel (1851) e com a comenda da Ordem de S. Maurício (1864) e recebeu, a seu pedido, uma pena de escrever como recordação do paciente e amigo. Morreu a 6 de abril de 1870.(…)”. Ilustrado “com huma estampa illuminada” representando um doente de cólera. (ver imagem) Exemplar encadernado. Encadernação com a lombada em pele. Interior com alguma acidez mas em bom estado geral de conservação. Preço: 180 euros. |
3581 - [ESPANHA. LITERATURA. SIGLO DE ORO] –
Velez de Guevara, Luis – EL DIABLO COIVELO, NOVELA DE LA OTRA VIDA TRADUCIDA A ESTE POR LVIS VELEZ DE GUEVARA. DEDICADA A D. PEDRO GVTIERREZ DE MIRANDA, ASSENTISTA DE MISSIONES DE SU MAGESTAD…En Zaragoza, por Diego Dormer Impressor de la Ciudad y del Hospital Real y General de N. Señora de Gracia. 1671. (10) – 114 pp. 14, 5 cm x 9, 2 cm. E. É esta uma das obras mais populares e notáveis de Luis Velez de Guevara aqui apresentada naquela que julgamos ser a sua quarta edição (de acordo com a consulta efectuada na Bibilioteca Nacional de Espanha). A obra foi impressa pela primeira vez em 1641, conhecendo duas novas edições em 1646, uma En la Imprenta Administrada por Sebastian de Cormellas e outra En la Imprenta del Reyno, seguindo-se depois a edição que aqui apresentamos, impressa em Saragoça em 1671. “El Diablo Cojuelo” viria a conhecer diversas edições e adaptações nos mais variados idiomas (ver, a título de exemplo, o nº 3549 deste catálogo). É uma das obras de referência do “Siglo de Oro” da literatura espanhola em que se destacaram autores como Cervantes, Calderon de La Barca, Quevedo (ver nº 3570), Lope de Vega, Baltazar Gracian (ver nº 3563), Tirso de Molina, entre muitos outros. O exemplar está assinado por Pedro Semmedo Estaço que foi Cavaleiro da Ordem de Cristo e Escrivão da Torre do Tombo. Semmedo Estaço era natural de Castelo de Vide (onde nasceu em 1638/39), filho de Francisco Estaço. Exemplar encadernado. Encadernação antiga em pergaminho. Folha de rosto manchada (ver imagem). Fólio F1 restauro e ligeira perda, fólio I1 co rasgão na margem e perda de texto na margem e pé da folha, fólio K5 furo c. 0.9mm no centro com perda de texto e fólio P2 com rasgão e perda de texto. A última folha esta em falta tendo sido substituída por uma modesta reprodução que apenas pretende dar continuidade à leitura do volume. Restante interior manuseado e com outros pequenos defeitos. Preço: 625 euros. |
3582 - [AUTOR ANONIMO. CRITICA SOCIAL. MAÇONARIA. TOUROS] - OS VERDADEIROS MISTERIOS DE LISBOA. PELO AUTOR DOS PASSEIOS DO DIABO. Lisboa. Na Imprensa Lusitana. 1848. VIII – 360 pp. 15 cm. E.
Da introdução: “Ora pois meus Leitores, basta de satisfações. Este livro, que ora vos offercemos e em que (a seu tempo) vereis descriptas as scenas mais irrisórias da vida contemporênea, é nosso, inteiramente nosso, e despido de esse mau gosto do filosofismo Francez, que principia pervertendo os Grandes, e acaba revolucionando os Pequenos. Convém advertir que assim como não ides ler um Citador do Pigault, um Cathecismo de Volney ou um Contracto Social de Jan-Bernardo, também não encontrareis um Compendio de doutrina orthodoxa. Não espereis tão pouco ver devassada a vida particular, nem assoalhadas as manqueiras do nosso próximo. Generosidade para com todos, consideração para com a virtude e fustigadella nos vícios. Tudo isto, e o mais se verá, compõem o seguinte livro, que ora será HISTÓRICO – logo de pois ROMANTICO e em ambos os casos útil e deleitável”. Esta curiosa obra apresenta dados históricos, estatísticos (população de Lisboa em 1551, 1755, 1780 e 1841), amores ilícitos, jogo, titulares endividados (sem que se refiram os verdadeiros nomes), maçonaria (com referências ao “Ritual Escocez”, “Ritual da Sociedade de Damas”, “Ritual dos AA^GR^ESC^*”, etc), trabalho (nomeadamente a questão de se trabalhar ao domingo), sobre touradas (“Calculo das despezas que se faz com uma Corrida de Touros na Praça do Campo de Santa Anna), etc. Narrativa invulgar (e por vezes aparentemente desconexa) em que se descreve uma Lisboa que “quanto mais pobre se finge mais brincalhona se ostenta”. Exemplar encadernado. Encadernação com lombada em pele. Interior em bom estado de conservação. VENDIDO. |
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* Excepcionalmente para este catálogo não são válidos os protocolos de descontos em vigor.