África, Oriente e temas relacionados.
10.07.2024
10.07.2024
Imagem retirada do nº 7363 deste catálogo.
729 - [MOÇAMBIQUE] - Albuquerque, Joaquim Mouzinho de (Capitão de Cavalaria) – RELATORIO APRESENTADO AO CONSELHEIRO CORREIA E LANÇA GOVERNADOR GERAL INTERINO DA PROVINCIA DE MOÇAMBIQUE PELO GOVERNADOR DO DISTRICTO MILITAR DE GAZA JOAQUIM AUGUSTO MOUZINHO DE ALBUQUERQUE CAPITÃO DE CAVALARIA. Moçambique (?). [1896]. 52 págs. 23, 2 cm x 14, 5 cm. B.
Esta é possivelmente uma segunda ou terceira edição do relatório que ficaria conhecido por “A Prisão do Gungunhana”. Trata-se de um documento que terá sido editado pelo Exército com o intuito de fazer parte das suas bibliotecas (este exemplar apresenta o carimbo do Regimento de Cavalaria 6). O documento relata vários factos dignos de nota, como as queixas dos chefes moçambicanos relativas a roubos e assassinatos das tropas de Gungunhana, a pressão destes chefes para acompanhar a tropa portuguesa com a sua tropa, aceite pelos militares portugueses apesar de acharem que estes teriam certamente “mira na pilhagem de mulheres e gado”, um pedido de paz de Gungunhana (através de um emissário), a difícil marcha das tropas portuguesas através de pântanos, a prisão de Gungunhana, o pedido (aceite) da mãe do régulo Impiucazano, “sempre amiga dos portuguezes”, para que a vida do seu filho fosse poupado e as garantias de segurança pessoal dadas a esta “mulher muito oposta à guerra”, a marcha de regresso, etc. A acompanhar este relato segue-se uma transcrição de documentos (alguns confidenciais) sobre esta campanha militar. Exemplar não encadernado. Com rasgão no canto superior direito da capa. Manuseado. Raro. VENDIDO. |
9434 - - [RESGATE DE CAPTIVOS] - ANNUNCIO DA SUBSRIPÇÃO VOLUNTARIA, E CARITATIVA PARA RESGATE DOS PORTUGUEZES CAPTIVOS EM ARGEL. 1 fl. [1810]. 28 cm. x 19, 5 cm.
Anúncio para que se recolhessem fundos para o resgate dos cativos portugueses em Argel. A Biblioteca Nacional aponta o ano de 1813 como data provável da publicação deste impresso. O folheto informa que o Rei de Portugal e o Bey de Argel, mediados pelos britânicos, tinham feito um acordo a 6 de Julho, sem contudo especificar o ano. É sabido que um “Tratado de Paz e Amizade” foi ratificado a 14 de Junho de 1813. Contudo, de acordo com a investigação de Luís Filipe Xavier Cabrita “OS CATIVOS EM ARGEL DA MARINHA REAL PORTUGUESA (1799-1812)” (p. 145) ficamos a saber que “em 6 de Julho de 1810 foi possível negociar um Tratado de Trégua e Resgate e iniciar a redenção dos escravos portugueses, que foi feita em três fases e não de uma só vez como seria desejável, devido às grandes dificuldades financeiras que então afectavam Portugal”. Atendendo a estas informações deduzimos que este folheto tenha sido impresso em 1810. Exemplar em razoável estado de conservação. Pouco frequente. VENDIDO. |
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9430 - Azevedo, Pedro de; Coelho, P. M. Laranjo (org. revisão e notas) – HISTÓRIA DO DESCOBRIMENTO E CONQUISTA DA ÍNDIA PELOS PORTUGUESES DE FERNÃO LOPES DE CASTANHEDA. 4 TOMOS. 1924 – 1933. XXXIV -504 pp.; 471 pp.; 375 pp; X – 681 pp. 29, 8 cm x 20 cm. B.
Publicação revista e anotada de “Descobrimento & Conquista da Índia pelos Portugueses” de Fernão Lopes de Castenheda (1500 – 1559), obra originalmente publicada no século XVI. Os 4 tomos aqui apresentados compreendem toda a obra (livros I a IX) publicada “conforme a edição princeps”. Exemplares em bom estado geral de conservação. Com carimbo (marca de posse) na folha de rosto de todos os volumes. Preço: 280 euros. |
847 - Baião, António (org. e prefácio); Lindley Cintra, Luís F. (org.) – ÁSIA DE JOAM DE BARROS DOS FEITOS QUE OS PORTUGUESES FIZERAM NO DESCOBRIMENTO E CONQUISTA DOS MARES E TERRAS DO ORIENTE. Coimbra. Imprensa da Universidade. 1932 – 1974. LXXXII – 416 pp.; 467 pp. 29, 4 cm x 20, 5 cm. B.
Publicação “conforme a edição princeps” da “Ásia” de João de Barros. Na introdução, António Baião traça a biografia de João de Barros e escreve sobre a sua obra (sobre as Décadas da Ásia e as suas edições, “obras pedagógicas”, inéditos, etc). Exemplares com alguma acidez mas em bom estado geral de conservação. Preço: 50 euros. |
9432 - Baião, António (org., revisão e prefácio) – ITINERARIOS DA ÍNDIA A PORTUGAL POR TERRA. Coimbra. Imprensa da Universidade. 1923. 309 pp. XXVII – 309 pp. 20, 8 cm x 13 cm. B.
Obra em que são publicados por António Baião os seguintes “Itinerários”: I – Itinerário de António Tenreiro, sexta edição; II – Itinerário do Mestre Afonso, Reedição do Manuscrito da Torre do Tombo. No prefácio são feitas referências a outros projectos de viagens e a algumas viagens empreendidas pelos portugueses nos séculos XV e XVI. Exemplar em bom estado geral de conservação. Capas protegidas por papel vegetal. Folha de rosto com carimbo/marca de posse. VENDIDO. |
4141 - Britto, Fernando Pereira de – HISTORIA DO NASCIMENTO, VIDA E MARTYRIO DO BEATO JOÃO DE BRITO DA COMPANHIA DE JESUS, MARTYR DA ASIA E PROTOMARTYR DA MISSÃO DO MADURÉ. COMPOSTA POR SEU IRMÃO FERNANDO PEREIRA DE BRITTO. Lisboa. Typographia de A. S. Monteiro. 1852. XXIX – 361 págs. 19,8 cm. E.
“Segunda edição com um importante adicionamento” desta obra em que é narrada a vida de S. João de Brito (1647-1693), mártir na Índia no século XVII, beatificado em 1852 e canonizado mais recentemente em 1947…A primeira edição foi publicada em Coimbra em 1722. Ilustrado com uma gravura de S. João de Brito e com um “Mappa da Missão do Maduré”. Encadernação modesta, cartonada, com a lombada quebrada, capa solta (convirá reencadernar). Gravura de S. João de Brito com acidez. Restante interior em bom estado geral de conservação. VENDIDO. |
9433 - [COLÓNIA DE MOÇAMBIQUE – A CAÇA; A VIDA SOCIAL; TABACO; SILVICULTURA; COQUEIROS; CANA SACARINA]. Lourenço Marques. Imprensa Nacional de Moçambique. 1934. 32pp; 29 pp; 13 pp.; 31 pp; 20 pp. 12 pp. 24, 5 cm x 17 cm. B.
Folhetos relativos a Moçambique , publicados por ocasião da “Primeira Exposição Colonial Portuguesa” de 1934. Destes folhetos destacamos “A Vida Social” (que abre com um capítulo sobre a população que o autor distingue entre “negra, branca, amarela, indiana e mixta”, seguindo-se capítulos sobre a administração e sobre a vida social propriamente dita), “Silvicultura” (com uma interessante descrição do panorama silvícola de Moçambique das primeiras décadas do século XX) e “A Caça” (ilustrado, com 6 mapas desdobráveis onde se pode ver a distribuição da fauna, etc). Todos os fascículos são ilustrados. Em bom estado geral de conservação. Preço: 60 euros. |
9435 - Diniz, José Ferreira Garcia (Dr.) – ORAÇÃO FUNEBRE QUE NAS SOLEMNES EXEQUIAS CELEBRADAS PELO CLERO LISBONENSE NA SÉ CATHEDRAL DE LISBOA NO DIA 8 DE JUNHO DE 1880 PELOS HEROES DO ORIENTE…Lisboa. Typographia Universal. 1880. 20 pp. 19, 2 cm x 13, 2 cm. B.
Oração fúnebre que, na verdade, é um verdadeiro panegírico aos feitos dos portugueses no Oriente. O folheto termina com duas páginas dedicadas da Luís de Camões (ou não estivéssemos em 1880). Sobre o autor desta “Oração” retirámos do Dicionário Bibliographico Portuguez (Tomo XII pp. 327-328): filho de José Antônio Garcia Ferreirae de D. Rita Mathilde Mendes Diniz. Nasceu em Lagares, concelho de Oliveira do Hospital, districto de Coimbra, a 19 de setembro de 1843. Doutor em theologia pela universidade de Coimbra, recebeu o grau no dia 11 de março de1866, havendo se matriculado no primeiro anno d'aquella faculdade em Outubro de 1859. Orador sagrado de boa fama no reino; desembargador da relação ecclesiastica de Lisboa, antigo prior da igreja dos Martyres, de Lisboa (1870-1875); e desde 4 de julho de 1875 parochiando na igreja de Nossa Senhora da Encarnação,da mesma cidade; antigo deputado ás cortes, etc. Tem collaborado em varias folhas litterarias e religiosas. É mui grande o numero de seus sermões, que se distinguem pela pursea da linguagem c pela elevação dos conceitos; e muitos d'elles, que não lograram, como os anteriores, o beneficio da impressão em separado, foram insertos no periódico Crença Religiosa, que o sr. dr. Garcia Diniz fundou e sustentou com sustentou desde 1878 até. 1882. Deste periódico estão publicados três annos ou volumes, completos; e os primeiros números do quarto.” Com defeito na capa de brochura (ver imagem). Interior em bom estado geral de conservação. Preço: 40 euros. |
6458 - Durdent, J. R. – BEAUTÉS DE L’HISTOIRE DE TURQUIE. Paris. A La Librairie d’Éducation d’Alexis Eymery. 1818. 467 – 4 págs. 16,5cm x 9 cm. E.
Segunda edição corrigida e melhorada desta obra em que é empreendida uma viagem pela História da Turquia, desde os tempos de de Maomé até ao início do século XIX. Com referência à conquista de Jerusalém por Saladino, à tentativa de conquista de Rodes (e ao papel de André do Amaral, da Ordem de Malta), à batalha de Lepanto, cerco de Bagdade, cerco de Viena, etc. Ilustrado com 6 gravuras extratexto. Encadernação antiga, inteira de pele. Interior em bom estado de conservação. Preço: 100 euros. |
8546 - Faria, Manuel Severim de – VARIOS DISCURSOS POLITICOS POR MANUEL SEVERIM DE FARIA CHANTRE, E CONEGO NA SÉ DE EVORA FINALMENTE REIMPRESSOS POR JOAQUIM FRANCISCO MONTEIRO DE CAMPOS COELHO, E SOUZA. Lisboa. Na Officina de Antonio Gomes. 1791. 362 pp. 15, 2 cm x 9, 5 cm. E.
Segunda edição desta obra (publicada originalmente em 1624), dada à estampa por Joaquim Francisco Monteiro de Campos Coelho e Sousa. Conhecido por ser um dos primeiros periodistas portugueses e um dos primeiros biógrafos de Camões, Severim de Faria ganhou notoriedade não só pelos factos supracitados, mas também por algumas posições políticas controversas na sua época, nomeadamente a de fixar a Corte em Lisboa (recordemos que a primeira edição desta obra é de 1624 e que Portugal se encontrava então unido a Espanha sob a coroa dos Habsburgos). Nesta obra podemos encontrar para além da posição quanto à Corte, as biografias de João de Barros, de Diogo do Couto e de Luís de Camões, bem como diversos capítulos curiosos como “Da origem e da antiguidade das vestes que usa por habito eclesiástico o Clero de Portugal” ou “Com que condições seja louvável o exercício da Caça”. Sobre Manuel Severim de Faria retiramos o o seguinte do “Diccionario Bibliographico Portuguez” (Inocêncio 1858 vol. VI: 106 - 108): “Presbytero, Mestre em Artes e Doutor em Theologia pela Universidade d'Evora; Conego e Chantre na egreja catedral da mesma cidade, pela renuncia que n'elle fizera, seu tio Balthasar de Faria Severim (vej. no Diccionario, tomo i, o artigo D. Rasilio de Faria) em 1608 e 1609. — N. em em Lisboa no anno de 1583, e tendo renunciado as duas prebendas em seu sobrinho Manuel de Faria Severim em 1639, in. de ictericis, complicada com outras enfermidades, a 25 de Septembro de 1655 (dizem outros que a 16 de Dezembro d'esse anno) quando contava de edade 72 annos .— Vej. a sua biographia á frente das Noticias de Portugal da edição de 1740, e o artigo que a seu respeito escreveu o sr. J. H. da C. Rivara, publicado na Revista Litteraria do Porto, tomo m, a pag. 353 e seguintes; no qual, além de várias noticias, se contém a narrativa da trasladação solemne que em 1839 se fez para a egreja cathedral dos ossos d'este, e do outro não menos celebre escriptor eborense André de Resende; demonstração realisada por diligenciase esforços de uma commissão, especialmente nomeada pela câmara municipal respectiva, e com a efficaz cooperação do sr. Manuel Alves do Rio, administrador geral que então era d'aquelle districto (…)” Exemplar encadernado. Encadernação inteira de pele mosqueada. Pastas com pequenos defeitos. Assinatura de posse antiga (rasurada) na folha de rosto. Interior em bom estado geral de conservação. Preço: 150 euros. |
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8395 - Huysmannus, Gulielmus (ed.) - NARRATIONES RERUM INDICARUM EX LITTERIS PATRUM SOCIETATIS JESU. Lovanii. Ex. Officina Joan Masii, sub vriridi Cruce. 1589. 142 pp. 15 cm x 9 cm E.
a-h//8; i//7 Obra coligida e traduzida por Gulielmus Huysmannus (m. 1613), Professor na Universidade de Lovaina. Neste livro Huysmannus reúne a descrição do naufrágio relatado pela pena do Padre Pedro Martins e algumas cartas da Companhia de Jesus relativas aos assuntos da China e do Japão. Após a “Epistola Nuncupatoria” que abre o livro, começa a descrição do Padre Pedro Martins de uma viagem e naufrágio na costa de Moçambique (em que são feitas referências às regiões de Sofala e Quelimane e à Etiópia e a Ormuz). Alguns dos náufragos, chegados a terra, encontraram o nobre português Francisco Brochado, ali residente, que os viria a salvar. A narração destes episódios é acompanhada de uma extensa descrição das terras e povos daquela costa africana. Parte desta história encontra-se parcialmente transcrita na “História Trágico-Marítima” de Bernardo Gomes de Brito. A terceira parte do livro é relativa à presença da Companhia de Jesus na China e no Japão. Os relatos chegam-nos através de seis cartas dos Padres Jesuítas Alexandre Valignano, António de Almeida, Michael Rogerius, Pedro Gomes Luís de Fróis e Gaspar Coelho. Nestas epístolas são narrados os acontecimentos na China e no Japão nos anos de 1586, 1587 e 1588. A obra encontra-se dividida em 3 partes, a saber: 1 - Rdis in Christo Patribus P. Rectrori Processoribus Sacrae Theologiae & Studiosis Collegii Societatis Iesu in alma Universitate Louaniensi, felicitatem & perpetuam Satutem Precatur Gvlielmvs Huysmannus Antuerpiensis, publicus in Collegio Buslidiano Trilingui latinae liguae Professor ( ) [Epistola Nuncupatoria] 2 - Vera Narratio Memorabilis Cuiusdam naufragy, ex litteris P. Petri Martinez ex urbe Goa (…). 3 - Commemorationes novorum successuum ex Regnis Cinae & Japoinis, circa Finem anni repararae salutis humana 1586 (… ) Conseguimos localizar apenas 6 exemplares desta obra fora de Portugal (OCLC): Universitätsbibliothek Göttingen, Universiteitsbibliotheek Utrecht, Universitäts- und Landesbibliothek, Münster Stadtbibliothek Weberbach , The British Library, St. Pancras e Biblioteca Nazionale Centrale di Roma. Em Portugal há apenas um exemplar na Biblioteca Nacional. Encadernação antiga em veludo. Um pouco aparado. Interior em bom estado de conservação. Extremamente raro. Preço: 6000 euros. |
8149 - Pinto, Fernan Mendez – HISTORIA ORIENTAL DE LAS PEREGRINACIONES DE FERNAN MENDEZ PINTO PORTUGUES, ADONDE SE ESCRIVEN MUCHAS, Y MUY ESTRAÑAS COSAS QUE VIO Y OYÓ EN LOS REYNOS DE LA CHINA, TARTARIA, SORNAO, QUE VULGARMENTE SE LLAM A SIAM, CALAMIÑAN, PEGUU, MARTAUAN, Y OTROS MUCHOS DE AQUELLAS PARTES ORIENTALES, DE QUE EN ESTAS NUESTRAS DE OCCIDENTE AY MUY POCA, O NIGUNA NOTICIA. CASOS FAMOSOS, ACONTECIMIENTOS ADMIRABLES, LEYES, GOBIERNO, TRAGES, RELIGION Y COSTUMBRES DE AQUELLOS GENTILES DE ASIA. TRADUZIDO DE PORTUGUES EN CASTELLANO POR EL LICENCIADO FRANCISCO DE HERREA MALDONADO…Con Licencia, En Valencia, En casa de los herederos de Chrysostomo Garriz, por Bernardo Nogues, junto al molino de Rouella. 1645. (24) – 482 – (10) pp.. 27, 1 cm x 19 cm. E.
Tendo Portugal construído aquele que é considerado o primeiro império global da história, não é de estranhar que seja a pena de um português, Fernão Mendes Pinto (c. 1510 – 1583), a traçar um dos primeiros relatos histórico-literários sobre os caminhos desse mundo que então se abria. É esta uma das explicações para a popularidade da obra e para as muitas peregrinações da “Peregrinação” para outros idiomas ao longo dos séculos XVII e XVIII… Contudo, ao contrário de outras obras anteriores, coevas e posteriores sobre este mesmo tema, da leitura da “Peregrinaçam” na sua edição original percebemos que a obra não é apenas um livro de história, de aventuras ou um panegírico aos feitos dos portugueses no oriente. É, essencialmente, o relato de uma jornada humana. O retrato da vida de um homem que, ao longo de 20 anos, procurou a fortuna no extremo oriente. De um aventureiro que foi escravo. De um pirata, que serviu a Coroa portuguesa que criticava (pelos roubos e pela pirataria…) e que serviu Deus com a mesma devoção com que serviu a sua própria ganância. Naturalmente que, a este percurso pessoal, se junta uma importante visão e descrição (nem sempre exacta, segundo parece) da presença portuguesa ou da presença de portugueses da Etiópia ao Japão. E dentro desta narrativa podemos encontrar também episódios curiosos, como o de um velho cristão português que estando há décadas na China se faz notar através de uma sucessão de escarros, ou a de dois fidalgos portugueses que, estando cativos, se matam numa discussão sobre linhagens… De acordo com Francisco Leite de Faria esta será a quarta edição espanhola desta obra, presente em algumas bibliotecas públicas, nas colecções de reputados bibliófilos (como Azevedo e Samodães, Salvá, Francisco José Maria de Brito, entre outros) e bastante valorizada, havendo registo de uma venda desta edição por 10 contos pelo livreiro D. José Telles da Sylva em 1974 e uma compra em 1975 da Biblioteca nacional por 6 contos do exemplar que havia pertencido ao Dr. Afonso Lucas (Leite de Faria, 1992: 66-67). Com o ex-libris de Javier Sanz na folha de guarda. Encadernação de execução recente com a lombada em pele. Aparado. Corte jaspeado. Assinaturas antigas na folha de rosto. Algumas manchas antigas de humidade (e fungos) no último quarto do volume que se acentuam no final. Rasgão à cabeça do fólio Ee3 (afectando a numeração e ligeiramente o texto). Restauros com papel vegenta e fita nos fólios Ee4, Ff5 a Ff8 , Gg a Gg 8 e Hh1 a Hh7. Perda de texto no pé das pp. F6 – F8 e H1 a H7 (sendo os fólios Hh2 a Hh7 correspondentes ao índice). Apesar dos defeitos referidos o papel ainda se mentem limpo e até sonante em grande parte do volume (e mesmo nas folhas afectadas). Restante interior em bom estado geral de conservação. Exemplar completo. Conserva o Cólofon na última página (em falta em muitos dos exemplares). VENDIDO. |
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9107 - Santa Maria, Frei Agostinho de - HISTORIA DA FUNDAÇÃO DO REAL CONVENTO DE SANTA MONICA DA CIDADE DE GOA, CORTE DO ESTADO DA INDICA, & DO IMPERIO LUSITANO DO ORIENTE, FUNDADO PELO ILLUSTRISSIMO, E REVERENDISSIMO SENHOR DOM FR. ALEIXO DE MENEZES, PRIMAZ DAS HESPANHAS, & DA INDIA, VICE-REY DE PORTUGAL, & PRESIDENTE DO CONSELHO DO MESMO REYNO EM A CORTE DE MADRID: EM QUE SE REFEREM OS RPODIGIOS QUE OUVE EM SUA ERECÇÃO, AS GRANDES CONTRADIÇÕES, TRABALHOS, & VEXAÇÕES QUE DEPOIS DE FUNDADNO PADECERÃO AS RELIGIOSAS POR ESPAÇO DE TRINTA ANNOS, ATÈ QUE FORÃO OBRADAS AQUELLAS MARAVILHAS (QUE ADMIRÀRÃO O MUNDO) PELA SANTISSIMA IMAGEM DO SENHOR CRUCIFICADO DO CORO DO MEMSO CONVENTO A FAVOR DE SUAS DEVOTAS, & PERSEGUIDAS ESPOSAS: COM AS VIRTUDES DAS VV. MADRES FUNDADORES, & DE OUTRAS MUITAS RELIGIOSAS ASSINALADAS EM VIRTUDE OFFERECIDA Á M. REVERENDA MADE PRIOREZA & MAIS RELIGIOSAS DO MESMO CONVENTO DE S. MONICA. Lisboa. Na Officina de Antonio Pedrozo Galram. 1699. (12) – 819 pp. 21 cm x 14, 2 cm. E.
Obra da autoria de Frei Agostinho de Santa Maria (n. Estremoz 1642 m. Lisboa 1728), bastante importante para a história de Goa e da presença dos portugueses naquela região. Para além da história do próprio convento (onde ficámos a conhecer a história da sua edificação, da vida e virtudes das suas religiosas, da sua organização interna, etc.) esta obra dá-nos valiosas informações sobre a história de Goa e da região por alturas da edificação do Convento. Ao narrar diversos episódios relativos aos sucessos relativos ao estabelecimento do Convento em Goa. A obra abre com a “Vida do Illustrissimo Arcebispo de D. Fr. Aleixo de Menezes” (que ocupa 61 págs), a que se seguem os Livros I e II. É fundamentalmente neste livros que vamos encontrar a descrição das más relações das religiosas com o Senado de Goa, com referências aos costumes da Vereação de Goa e às cerimónias da Câmara, às diversas acusações que eram feitas às freiras (relativas assuntos tão diversos como à falta de povoamento da cidade, dos roubos dos piratas, questões relativas ao comércio, etc.), ao clima insalubre (que dificultava a permanência dos “sogeitos de sangue portuguez” o que justificava “fazer vida religosa às senhoras & filhas nobres da Asia”), dos empréstimos das freiras a certos fidalgos e homens nobres de Goa (e dos problemas resultantes desses empréstimos), a “Resenha das perdas que teve o Estado da India Oriental em o tempo que foy Vice-Rey delle D. Miguel de Noronha, Conde de Linhares…”, do numero de escravos detidos por certos cidadãos de Goa (por comparação aos que as freiras estavam autorizadas a ter), ao Convento como local de amparo para as órfãs de fidalgos e gente nobre, etc. Raro. Encadernação inteira de pele. Lombada um pouco cansada. Marca de insecto à cabeça e no pé da folha de rosto (ver imagem). Nota antiga na margem interior da pp. 1 (sem tocar texto) Assinatura de posse antiga na margem da pp. 41. Interior em bom estado geral de conservação. VENDIDO. |
9148 - Vambéry, Arminius – VOYAGES D’UN FAUX DERVICHE DANS L’ASIE CENTRALE DE THÉHÉRAN A KHIVA, BOKHARA & SAMARCAND PAR LE GRAND DÉSERT TURKOMAN. Paris. Librairie de L. Hachette & Cie. 1868. XXVIII – 263 pp. 17, 4 cm x 11 cm. E.
Fascinante livro de viagens do aventureiro húngaro de origem judaica Arminius Vambéry (1832 – 1913) em que este narra a sua travessia da Ásia Central que efectuou disfarçado de dervixe. Segunda edição francesa. Ilustrado com 18 gravuras e um mapa desdobrável. Encadernação modesta em sintética. Interior em bom estado geral de conservação. Preço: 70 euros. |
7363 - Vieira Guimarães – MARROCOS E TRÊS MESTRES DA ORDEM DE CRISTO. Lisboa. Academia das Sciências de Lisboa. 1916. 276 pp. 33 cm x 23 cm. B.
Obra sobre os três Mestres da Ordem de Cristo D. Lopo Dias de Sousa, D. Henrique e D. Fernando, em que o autor traça uma panorâmica sobre as acções militares dos portugueses em Marrocos: “Trabalho tivemos em investigar os dados da cronologia e percorrer a maior parte dos logares das acções, mas grande prazer experimentámos com a bela lição dos conhecimentos adquiridos que tirámos ee e repararmos as muitas faltas encontradas”. O autor considera ainda que a sua visita a Marrocos foi fundamental para a elaboração deste trabalho: “A visita a um logar, o exame de uma lápide, o estudo de um monumento, quantas vezes nos fazem ter novas ideias, conceber novas interpretações e divergir profundamente da opinião corrente!”. Ilustrado com várias gravuras e fotografias. Exemplar com a lombada quebrada (convirá fixar). Capas com defeitos. Interior em bom estado de conservação. Preço: 40 euros. |
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*Para este catálogo não são considerados os protocolos em vigor.
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