MANUSCRITOS
21/02/2024
21/02/2024
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9122 - Almeida, Francisco de (Padre) – VARIAE LOQUENDI FORMULA. 1659 – 1660 (?). 231 fl. 20, 3 cm x 14 cm. E.
Interessante manuscrito que, segundo conseguimos perceber, compila as matérias lecionadas pelo Padre Francisco de Almeida em 1659 e 1660 “dadas na Terceira” (poderá ser na Ilha Terceira). A obra trata os seguintes temas: “Phrases oratórias com seu Index que loga a ellas se segue, divididas em 3 centurias, 1ª de Terencio, 2ª de Q. Cursio [Quintus Curtius], 3ª de Tacito e depois das centúrias antes do Index estão phrases de vários Authores”. “Phrases Poeticas tiradas de Virgilio…” “Adágios latinos e Portugueses” “Nomes latinos dos lugares que são principaes na Lustinania” “Nomes das Cidades do Reyno” “Nomes dos Rios do mesmo Reyno” “Modos de falar por nomes comparativos”. “Modos de falar de re sacra” “Modos de falar de re militari” “Palavras para pintar hu cavallo” “Seguem-se mais phrases varias e hum abecedário”. Deste manuscrito merecem destaque os capítulos dedicados aos adágios, aos nomes latinos das cidades e rios portugueses, das palavras e expressões militares em latim e o capítulo dedicado aos cavalos. No capítulo dedicado aos adágios, “Adagia Lusitania latina q ex variis authorib lecta”, que se estende ao longo de 10 páginas, podemos encontrar ditos como “de pequenino verás que boi serás”, “O Douro leva as aguas o Tejo as nomeadas” ou “Justiça de Guimarães prende a gente e solta os cães”, entre muitos outros, com a respectiva traducção em latim. O capítulo dedicado aos nomes em latim das cidades e rios portugueses ocupa seis páginas. “Dere militaria” tem 18 páginas e contém várias expressões relativas à guerra, à paz, as soldados, e a particularidades como “degolar o inimigo”. “Diversa equorum genera” é formado por 4 páginas em que é apresentada a tradução para latim de pequenas frases como “andar a cavalo”, “cahir do cavalo”, “cavalo ligeiro”, etc. O manuscrito é inteiramente dedicado ao estudo do latim. Contudo os capítulos em que se divide e as frases e expressões escolhidas para a tradução dão uma maior amplitude ao manuscrito, tornando um documento interessante não só para os temas acima referidos (militaria, cavalos, adágios, etc) mas também para a compreensão da cultura literária no século XVII e para a história do ensino em Portugal. Para além dos apontamentos recolhidos pelo aluno (autor do manuscrito) das aulas do Padre Francisco de Almeida há também um pequeno capítulo (com 9 páginas) intitulado “Lembranças de alguas frases que tirei do vocabulário de Cardoso” que será seguramente Jerónimo Cardoso, autor do célebre “Dictionarium latino-lusitanicum”. Sobre o Padre Francisco de Almeida pouco conseguimos apurar. A ser de facto “mestre” na Terceira poderá ser o mesmo Francisco de Almeida que foi nomeado mestre de capela na Sé em 1640. Ao longo do documento é referido como “primam academia legente”, ou como autor de umas “regras para escrever sem barbarismo dadas na Terceira sendo della mestre o Padre Francisco de Almeyda no anno de 1659”. O manuscrito tem uma assinatura que não conseguimos decifrar no final e “Siqueira” assinado na folha colada à pasta. O manuscrito abre e encerra com dois desenhos à pena e alguns dos temas são enriquecidos com pequenos desenhos ou ornamentos a abrir ou a encerrar os capítulos. Há cerca de 40 páginas que se encontram em branco (verso de algumas páginas e folhas entre capítulos). Encadernação em pergaminho. Em bom estado de conservação. Preço: 400 euros. RESERVADO. |
6422 - APPELIDOS ALFABETADOS DOS OFFICIAES MAIORES DO EXERCITO. 1870. 40 fl. 17 cm x 11, 5 cm. B.
Curioso manuscrito em que são apresentados os apelidos dos Oficiais Maiores do Exército. Supomos que esta lista deverá ter servido para a elaboração de um almanaque militar ou publicação similar. Exemplar um pouco manuseado. Preço: 28 euros. |
9123 - [CADERNOS COM POESIAS]. 2 VOLUMES. 66fl – 100 fl. 21, 3 cm x 16 cm. B.
Colectânea de poesias do início do século XX onde se encontram transcritos poemas de Camões, João de Deus, Antero de Quental, Fernando Caldeira, Gomes Leal, Eduardo Coimbra, Eugénio de Castro, Olavo Bilac, Maria da Cunha, Júlio Dantas, José Duro, Guerra Junqueiro, Maria Carolina Ramos, Machado de Assis, entre outros. Com uma vinheta da “Papelaria Progresso” de Lisboa. Exemplares em bom estado de conservação. VENDIDO. |
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8425 - [CIÊNCIA. FÍSICA. ÓPTICA. ELÉCTRICIDADE] – E. D. (autor do manuscrito); Brisson, Mathurin Jacques; Haury, René Just (Abbé Hauy) – PRINCIPES DE PHYSIQUE EXTRAITS DES COURS DE HAUY Y BRISSON. 1812. 2 VOLUMES. 188 pp. – 99 pp. E.
Supomos que estes dois volumes reúnem alguma da matéria leccionada por René Just Hauy (1743 – 1822) numa das escolas onde foi docente. Hauy foi um dos mais importantes cientistas franceses do seu tempo e é considerado o “pai” da cristalografia e um dos pioneiros nas experiências com electricidade. Durante a sua passagem pelo Collège de Navarre foi colega de Mathurin de Brisson (1723 – 1806), um dos mais importantes físicos do seu tempo. As matérias reunidas nestes dois volumes dizem respeito à física (que ocupa todo o primeiro volume) e à luz, óptica, espelho, cores, “vision artificielle” (que inclui capítulos sobre óculos, câmara escura, telescópios, microscópio, etc.), electricidade, teoria da electricidade, etc. Este manuscrito, muito embora seja dividido de uma forma semelhante ao livro e siga a organização da obra impressa “Traité élémentaire de physique” (1803) difere no conteúdo (é mais pequeno e o texto, muito embora trate as mesmas matérias, é diferente). Não foi possível fazer uma comparação com todas as obras do autor para perceber se este manuscrito se trata de uma compilação de textos retirados de livros ou de uma espécie de manual elaborado através de apontamentos das aulas de Hauy e dos seus textos. De qualquer das formas estamos perante uma compilação rara e que poderá ter alguns elementos inéditos ou de interesse para a história do ensino da Ciência em França no século XIX. Os manuscritos pertenceram muito provavelmente a um estudante espanhol. O “y” que une os nomes de Hauy e Brisson no título bem como a sua proveniência (deveriam fazer parte de uma biblioteca espanhola que acabaria por ficar em Portugal…) assim o demonstram. “E. D.” o autor do manuscrito seria provavelmente um aluno espanhol que frequentou as aulas de Hauy. Encadernação inteira de pele. Interior em bom estado geral de conservação. Preço: 1500 euros. |
6377 - Moriggi, Paolo (Carvalho, Luiz José de; trad.) - VIDA SANTISSIMA DA GLORIOSA VIRGEM MARIA MAI DE DEOS. s.d. 94 fl. 20, 5 cm x 14, 5 cm. E.
Tradução para português da obra “La Vita Santissima Della Gloriosa Vergine Maria Madre Di Dio” da autoria do escritor milanês Paolo Moriggi (1525 – 1604). Esta tradução, que parece ser de finais de século XVIII/início do século XIX, deverá ter sido destinada a uma publicação que nunca foi dada à estampa. O autor, Luiz José de Carvalho (sobre o qual não conseguimos encontrar dados biográficos) dedica a obra à Rainha (que supomos ser D. Maria I). Encadernação do século XX com a lombada em pele. Interior manchado mas legível. Preço: 150 euros. |
6410 - Nascimento, Francisco Manoel do – MANUSCRITO. 45 fl - 2fl; 14 fl. s.d 21,5cm x 16,4 cm.
Manuscrito não autógrafo dividido em 2 partes. A primeira, com 45 fl + 2 fl (em branco), escrita aparentemente pela mesma mão intitula-se "Poesias do Padre Francisco Manoel". A segunda tem 14 fl. e começa com "Ode Á Fortuna do Sr. João Baptista Rousseau traduzida em Português e dedicada ao Senhor Augusto Marquet d'Urtubise". No canto superior esquerdo de uma das folhas encontra-se a marca de posse de "Rodrigo Perª d'Araujo". Não encadernado. Legível e em bom estado geral de conservação. Preço: 250 euros. |
6385 - ORAÇÃO PREPARATÓRIA. s.d. 10 fl. 21 cm x 15 cm. B.
Oração escrita para ser lida nas vésperas e no dia de S. José. O manuscrito deverá ser de finais do século XVIII/início do século XIX e apresenta floreados retóricos típicos da época: “Que imenso cabedal de Virtudes possuía S. José quando Deus que não pode enganar-se no conceito formador dos sujeitos o julgou dingo Esposo da que havia sido a [Eleita] para May de seu unigénito filho (…)”. Exemplar em bom estado geral de conservação. Preço: 80 euros. |
9104 - [CULINÁRIA. DOÇARIA] – PARTICULAR. s.d. 30 fl. 21, 4 cm x 16 cm. E.
Manuscrito onde se encontram reunidas cerca de 90 receitas de gelados, doces, biscoitos, pudins, bolos, etc. Ao longo do manuscrito podemos encontrar duas caligrafias diferentes o que demonstra que a um corpo original de receitas foram acrescentadas outras em data posterior (o que é comum neste tipo de manuscritos). O livro pertencia a uma família da burguesia vimaranense e reúne receitas típicas das casas desta classe social no baixo Minho. Podemos afirmar que, com um elevado grau de probabilidade, a primeira parte do livro (mais extensa) terá sido escrita no início do século XX. Encadernação antiga com a lombada em pele e pasta em tecido, já muito desgastada. Interior com algumas folhas soltas e acidez no papel. VENDIDO. |
6379 - [FILOSOFIA. MANUSCRITO] – SYSTEMA ═ HISTORICO, CRITICO – ECCLETICU DE APPARATU AD FHIAM, ET LOGAM UBI NONX OMNIB OMINA, SED QUOQUE MELIORA VIDENTUR SUM ARTI, CUM ALIORU PHILORUM PORCIPUÈ RECENTIORU PLACITA SECTÃTUR, ET OBSQUUNTUR. 1769. 189 pp. 21 cm x 14, 5 cm. E.
Caderno de estudo da disciplina de Filosofia conforme se depreende da nota deixada pelo autor em que afirma “Ingressus fui Fhylosophiam XII Kalendas Novembris anno MDCCLXIX”. O trabalho divide-se nos seguintes capítulos principais: - Pars prima logicae, qo. perceptio vocatur - Pars alia logo qo. judium vocatr - Tertia Logo pars Deratiociantione sive discursu - Logica pars quarta de Methodo Uma das propostas de tradução do título desta obra é reveladora da sua natureza: “Sistema histórico-crítico-eclético. Sobre o aparato para a theologia e lógica onde não só [?] se vêem todas as coisas de tudo, mas também as melhores, quer de Aristóteles, quer de outros filósofos; seguem-se e respeitam-se principalmente as máximas dos mais recentes.” Se, como é provável, este manuscrito for português e estiver relacionado com a Universidade de Coimbra, constitui um interessante testemunho sobre a forma como esta disciplina era lecionada no período que precedeu a Reforma Pombalina (de 1772). Exemplar encadernado. Encadernação inteira de pele mosqueada. Pico de traça que atravessa todo o volume, tocando o texto. Restante interior limpo e em bom estado geral de conservação. Preço: 280 euros. |
8675 -TOMBO DO REGUENGO DE PENAFIEL. [1758]. [194 fl ou 338 págs]. 42 cm x 27, 5 cm. B.
A composição do documento parece seguir a forma habitual deste tipo de Tombos, arrolando os diversos casais (e respectivas vedorias), casas, sortes de mato, etc. pertencentes ao Reguengo e dando nota dos nomes dos caseiros, rendas, confrontações, águas, culturas agrícolas e florestais etc. Estes dados, de enorme importância histórica, permitem não só reconstituir as propriedades reguengas referidas directamente no documento, mas também aquelas que com estas confrontam, dando-nos uma visão detalhada das propriedades e das freguesias tratadas no documento. Estas informações permitem-nos ainda reconstituir o panorama social de parte das freguesias tratadas e perceber quem eram aqueles que em Penafiel exploravam os terrenos da Coroa. Daquilo que foi possível perceber da leitura do manuscrito supomos que deverá ter sido composto em 1758 (embora refira datas anteriores). De uma breve análise ao texto conseguimos encontrar referências às freguesias de Oldrões, Galegos, Paredes e Cabeça Santa. E a inúmeras pesssoas, como o Juiz do Tombo, um Tabelião e diversos caseiros. O documento apresenta algumas notas recentes a lápis nas margens onde podemos ler: “Terra de Penafiel”, “Carvalho das Sete Pedras” e alguns sublinhados. Com uma nota a caneta (fl. 199) onde se pode ler “Tapado e Campo da Gordação” Documento composto por 194 folhas numeradas (da folha 18 à folha 212), estando em falta as 17 folhas iniciais. Deverão estar em falta mais páginas no final do volume e o Tombo deverá ter continuidade noutros livros. Exemplar encadernado. Encadernação de execução recente com a lombada em pele. Pico de traça na margem de algumas páginas do final do volume (sem afectar o texto) Pé das páginas (cantos inferiores direito e esquerdo) com manchas e com fungos no pé das fl. 18 (com que se inicia o volume) até à fl. 189, ficando limpo da fl. 189 até à fl. 212. As manchas de água apagaram o texto da fl. 114 à fl. 128 (o que não quer dizer que em certos casos não se possa recuperar através da digitalização e contraste). Estas manchas encontram-se fundamentalmente no último quarto e no último terço das folhas, estando na maioria das folhas o restante interior do documento limpo e inteiramente legível. Preço: 400 euros. RESERVADO. |