Catálogo do 10º aniversário.
Maio de 2023
Maio de 2023
Imagem retirada do nº 8410
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8290 - 4 VENTOS. REVISTA LUSÍADA DE CULTURA E ARTE. Braga. Livraria Cruz. 1954 – 1960 22 vol. 1ª série: 461 pp; 112 pp; 184 pp; 80 pp; 82 pp; 107 pp. 2ª série: 256 pp; 229 pp. 22, 5 cm x 17 cm. B.
Colecção completa das séries originais de uma das mais ecléticas revistas publicadas em Portugal no século XX. A revista é composta por 22 números divididos em duas séries. A primeira com 14 nºs e a segunda com 8 nºs. Uma terceira série da revista, com 3 nºs, foi publicada em Braga (entre 1999 e 2007) e não faz parte deste conjunto. A 4 Ventos contou com a colaboração de escritores, poetas e artistas portugueses, galegos e brasileiros oriundos de movimentos que vão do modernismo ao neorrealismo, passando pelo neogarretismo, surrealismo, entre outros estilos e correntes. Assim, a revista tornou-se agregadora “de valores dispersos” e, tendo “repudiado capelinhas”, conseguiu reunir um grupo bastante variado de colaboradores. Os escritores galegos merecem aqui uma nota especial, uma vez que um dos feitos da revista foi publicar em Portugal uma série de autores silenciados pelo franquismo (ver Pires, 2000: 404-405). O primeiro número da revista dá-nos nota de uma direcção portuguesa (em que figuram os nomes de Amândio César, António Álvaro Dória, Arlindo Ribeiro da Cunha, Egídio Guimarães, Francisco Martins da Costa e Manuel Antunes), brasileira (composta por Cyro Pimentel, Ilka Sanches e Donatello Grieco) e galega (formada por Leandro Acarré Alvarellos, Ramón Otero Pedrayo e Sebastian Martinez Risco). A redação estava a cargo de Amândio César, Egídio Guimarães e Manuel Antunes e a direcção artística ficaria a cargo de Roby Amorim. O “manifesto aos quatro ventos”, que proclama como “clássicos lusíadas” Camões, Castro Alves, Machado de Assis, Rosalía de Castro, e muitos outros, fazendo da revista um espaço de liberdade e de diversidade. No “Manifesto” pode ler-se: “Esta revista procura fundar-se em bases sérias, na realidade e não na utopia. A ARTE, a que se dedica não tem adjetivos. Não a limitam fronteiras nem escolas. Sua perenidade transcende a pessoa do Artista. É um valor universal. Por isso qualquer dos cultores achará nestas páginas caloroso acolhimento. Nacionais e estrangeiros, que é como quem diz Gregos & Troianos virão sentar-se à nossa mesa de trabalho. Nem de outro modo respeitaremos a UNIVERSALIDADE da Arte, qualidade que lhe vem de constituir um valor humano. E tanto mais humano quanto universal. E tanto mais Arte quanto mais humanidade tiver (…). Para isso se juntaram portugueses, brasileiros e galegos, portadores da MESMA forma de expressão artística, a mesma FALA, portadores do mesmo sentido universal da SAUDADE, viandantes de sempre, cujo rumo são os QUATRO VENTOS do planeta, e cujo signo a CONVIVÊNCIA fraterna das raças, e das línguas e das culturas e dos povos (…). A revista contou com a colaboração de artistas como Fernando Lanhas, Júlio Resende, António Quadros, entre outros. Na revista foram publicados textos, poemas, ensaios e inéditos de dezenas de escritores e poetas como João Cabral de Melo Neto, Agustina Bessa-Luís, Jorge de Sena, António Correia de Oliveira, Aquilino Iglesia Alvariño, Carlos Lobo de Oliveira, Ilídio Sardoeira, Manuel Bandeira, Haroldo de Campos, José Régio, David Mourão-Ferrereira, Eugénio de Andrade, João Gaspar Simões, Adalgisa Nery, António de Cértima, Rachel Bastos, Xose Maria Alvarez Blásquez, Teixeira de Pascoaes, Fernando Pessoa, Jacinto do Prado Coelho, Alberto de Serpa, entre muitos outros. Exemplares em brochura. Primeira série em bom estado geral de conservação. Primeiro volume da segunda série com defeito à cabeça (marca de uma colagem antiga). Restantes volumes em bom estado geral de conservação, com algumas manchas ocasionais e outros pequenos defeitos. Os volumes especiais e comemorativos ainda conservam as respectivas cintas. Preço: 700 euros. |
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8008 - Almeida Garrett, João Baptista Leitão de – DA EDUCAÇÃO. LIVRO PRIMEIRO. EDUCAÇÃO DOMÉSTICA OU PATERNAL. Londres. Em Casa de Sustenance e Strech. 1829. XXVI – 270 – (4) pp. 21 cm x 12, 8 cm. E.
Primeira edição desta que é considerada uma das obras mais raras de Almeida Garrett (1799 – 1854). Nesta obra Garrett sugere um plano educacional ou pedagógico ministrado através de “cartas dirigidas a uma Senhora ilustre encarregada da educação de uma jovem Soberana (…)”. Este plano de educação está estruturado de forma a acompanhar os destinatários da infância atá à adolescência. O escritor afirma ter fugido quanto pode “a toda a alusão política” e, ainda que o texto seja fundamentalmente pedagógico, Garrett não se esquece da forma, do “stylo” em que pôs todo o “peito em a fazer natural e fluente, casta portuguesa sem barbarismos nem arcaísmos; que tam viciosa parece uma coisa como outra, pois se aquella é desmazelo vergonhoso, ésta é affectação ridícula (…)”. Encadernação inteira de pele. Pasta com rebordo dourado e decorada com ferros a seco, à la cathedrale . Com uma marca de posse (iniciais) no verso da folha de anterrosto. Pequena perda de pele (c. de 9mm x 6mm)na parte inferior da capa. Sem capas de brochura. Interior em bom estado de conservação. VENDIDO. |
8411 - Almeida Garrett, João Baptista Leitão de – PORTUGAL NA BALANÇA DA EUROPA; DO QUE TEM SIDO. E DO QUE ORA LHE CONVÉM SER NA NOVA ORDEM DE COISAS DO MUNDO CIVILIZADO. Londres. S. W. Sustenance. 1830. XV – 338 – (2) pp. 17, 5 cm x 11, 2 cm. E.
Primeira edição deste conhecido e importante trabalho de Almeida Garrett onde o escritor faz uma defesa acérrima do liberalismo que, anos antes, havia celebrado com a publicação de “O dia 24 de Agosto”. Exilado em Inglaterra desde 1823, Garrett continua a defender as ideias liberais, afirmando neste livro que a liberdade é o estado natural do homem. Ao logo do livro trata da história das revoluções na Europa, escreve sobre o “Systema da liberdade americana”, sobre a “Revolução no Brazil”, sobre o “Erro capital do systema politico de 1820” em Portugal (onde afirma que as “revoluções militares” foram “a única e valente causa da pouco duração e stabilidade do systema representativo” e defende que se arme o povo), sobre a “conjuração da oligarchia europea contra a Carta portuguesa” e sobre os mais variados assuntos políticos do seu tempo. Encadernação com a lombada em pele. Assinatura de posse na folha de guarda. Sem capas de brochura. Folha de rosto com restauro. Interior um pouco manuseado e com algumas manchas de acidez no papel. VENDIDO. |
8634 - Arraez, Duarte Madeira; Henriques, Francisco da Fonseca (adapt.) – MADEIRA ILLUSTRADO. METHODO DE CONHECER, E CURAR O MORBO GALLICO, COMPOSTO PELO DOUTOR DUARTE MADEIRA ARRAEZ, PHYSICO MOR DEL REY D. JOAM IV. REFORMADO AO SENTIR DOS MODERNOS…PELO DOUTOR FRANCISCO DA FONSECA HENRIQUES NATURAL DE MIRANDELLA, MEDICO DO SERENISSIMO REY DE PORTUGAL D. JOÃO V. COM HUMA DISSERTAÇÃO DOS HUMORES NATURAES DO CORPO HUMANO…Lisboa. Na Officina de Domingos Gonsalves. 1751. (6) – 392 pp. 28, 5 cm x 19 cm. E.
Quinta edição desta importante obra do médico Duarte Madeira Arraez (m. 1652), natural de Moimenta da Beira e “Physico Mor Del Rey D. João IV”. A edição aqui apresentada encontra-se ampliada com os comentários e reforma do médico Francisco da Fonseca Henriques (1665 – 1731), conhecido por Doutor Mirandela (por ser natural dessa cidade transmontana). O Dr. Francisco da Fonseca Henriques comenta e actualiza a obra de Arraez, uma vez que apresenta o livro como estando “reformado ao sentir dos modernos”. A obra versa sobre o “morbo gallico” (sífilis) e abre com uma curiosa explicação sobre a origem do nome da doença que, ao jeito de um “passa- culpas”, é sempre imputada a estrangeiros: “Os dous famosos exércitos dos Reys Catholicos de Esapanha e Carlos VIII, que em Napoles estavam pelos annos (…) de 1493, [quando] apareceu o Morbo Gallico, até aquelle tempo incógnito à Europa (…). E por esta ocasião (…) lhe chamaram os franceses Morbo Hispano imaginando que os espanhoes lho pegaram e os espanhoes Gallico, cuidando que procedera dos Francezes e outros Neapolitano, porque em Nápoles aparecera. Os Alemães Sarna Espanhola (…). Muitos lhes chamaram Sarampão da India porque das Indias veyo como adiante mostraremos. Outros Bruna Lues (…) pelo verem pela primeira vez naquelas terras (…) os Malvares chamaram-lhe Pua (…). Os das Ilhas Malucas (…) Bexiga grande ou Indica (…). Fracattorio Syphilide que, como nota Fallopio, significa amizade e conversação (…)”. Terminada a obra de Arraez sobre o “Morbo Gallico” segue-se a “Dissertação única dos humores naturaes do corpo humano escrita pelo Doutor Francisco da Fonseca Henriques”, que assim aproveitava a boleia do “Morbo” para publicar um trabalho de natureza mais abrangente onde expunha as suas teorias sobre os “Humores” (sangue, chylo, lympha, a clorea, o succo pancreático e o succo nervoso). Encadernação antiga inteira de pele. Lombada com rótulo vermelho (já esbatido) com o título, nervuras e casas decoradas com ferros dourados. Pequeno restauro na folha de rosto. Interior manuseado, com acidez e com pequenos defeitos. Preço: 250 euros. |
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8405 - Baillie, Marianne – LISBON IN THE YEARS 1821, 1822, AND 1823. London. John Murray. 1824. II Volumes. XIV – 219 pp.; 250 pp. 16, 5 cm x 10 cm. E.
Primeira edição deste interessantíssimo relato de Marianne Baillie (1788 – 1831) sobre Lisboa e Sintra nos anos de 1821, 1822 e 1823. Baillie refere não só o turbulento momento político que então se vivia (dando nota do regresso de D. João VI, da implementação do sistema constitucional e da Vilafrancada ), mas também menciona uma série de aspectos do quotidiano dos portugueses procurando, não raras, vezes ir para além da simples opinião e tentar compreender e enquadrar certas práticas e costumes que, ainda assim, não deixa de criticar... Através de uma série de “cartas”, Marianne Baillie fala-nos então do quotidiano lisboeta, das tascas, da alimentação, das crianças, dos criados, dos contrabandistas trabalho de Machado de Castro (que elogia), da decadência do Teatro São Carlos, de Domingos Bomtempo (que considera ter técnica mas não ter alma), da qualidade dos frescos decorativos portugueses (que considera superiores aos ingleses, italianos e aos papeis de parede franceses), da arte existente em casa da gentil e educada Condessa A. [Anadia] (onde existia um quadro de Michelangelo), dos costumes de diversas classes sociais, dos casamentos arranjados, do conceito de nobreza, da ignorância e falta de modos de vários nobres, do luxo ostentado por classes médias e baixas (que usariam brincos de diamantes verdadeiros e fios de ouro do Brasil para ir à missa), da estranheza causada pela comida, da qualidade do azeite, de uma “Brazilian modinha” que a encantou num serão e de muitas outras situações que observou e vivenciou nesta estadia em Portugal que lhe deixou “a thousand saudades!” Ilustrado com oito gravuras extratexto executadas a partir de desenhos de Marianne Baillie. Encadernações com as lombadas e cantos em pele. Mancha na pp. 56 que não tira o sentido à leitura. Interior em bom estado geral de conservação. VENDIDO. |
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4786 - [200 ANOS DA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL. PRIMEIRA "HISTÓRIA DO BRASIL" PUBLICADA APÓS A INDEPENDÊNCIA] – Beaumelle (V. Angliviel de la , Coronel) – O IMPERIO DO BRASIL, CONSIDERADO NAS SUAS RELAÇÕES POLÍTICAS, E COMMERCIAES, POR LA BEAUMELLE NOVAMENTE CORRECTO E ADDICIONADO PELO SEU AUTHOR, E TRADUZIDO POR HUM BRAZILEIRO, QUE O DEDICA E CONSAGRA AO MUITO ALTO, E INCOMPARAVEL SENHOR D. PEDRO Iº IMPERADOR CONSTITUCIONAL, E DEFENSOR PERPETUO DO BRASIL. Rio de Janeiro. Na Typographia de Plancher Impressor de Sua Majestade Imperial. 1824. 278 – [2] pp. 20, 3 x 12, 3 cm.B.
Primeira edição em língua portuguesa desta obra publicada originalmente por La Beaumelle em Paris no ano de 1823. De acordo com informações retiradas da “Bibliographia Braziliana” de Borba de Moraes (Moraes, 1983, vol. 1: 444), esta obra foi traduzida pelo Padre Luiz Gonçalves dos Santos em colaboração com o Padre Francisco de S. Carlos que a melhoraram, corrigiram e acrescentaram com autorização do autor. De acordo com a mesma fonte, esta obra foi a segunda obra a ser impressa pela casa célebre casa Plancher do Rio de Janeiro, sendo que a primeira foi a Constituição do Império do Brasil. A acrescentar a estes dados, que por si só revelam a importância do livro, supomos que “O Império do Brasil…” terá sido uma das primeiras Histórias do Brasil a ser impressa após a sua independência de Portugal. Aliás, de acordo com o trabalho da investigadora Lúcia Bastos Neves, este trabalho historiográfico “teria sido encomendado pelo poder oficial do Brasil, a fim de apressar o reconhecimento da independência do Brasil pelos países da Europa” (Neves, 2010: 93). Tal facto demonstra não só a enorme importância desta obra, mas também o seu significado político e simbólico. Borba de Moraes considera que a versão portuguesa da obra é mais difícil de encontrar do que a versão em francês. Só foi possível localizar 3 exemplares em bibliotecas públicas brasileiras (dois em São Paulo na USP, um deles na Biblioteca Brasiliana de Guta e José Mindlin e outro na Faculdade de Economia, no acervo Delfim Netto) e um outro na Coleção Varnhagen da Biblioteca do Itamaraty no Rio de Janeiro. Não localizado na Biblioteca Nacional de Portugal. Em brochura. Sem capas de brochura. Apresenta com principais defeitos picos de traça na margem interior da folha de rosto, idem à cabeça e no pé das páginas. 41 a 62, rasgão sem afectar o texto na margem da página 41 e no pé das páginas 73/74. Algumas manchas de água (ténues) no canto inferior direito de certas páginas. Restante interior em bom estado geral de conservação. Obra extremamente rara. Preço: 1250 euros |
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8633 - Bell, Benjamin (Paiva, Manuel Henriques de – trad. ) – TRATADO THEORICO, E PRACTICO DAS CHAGAS, PRECEDIDO DE HUM ENSAIO SOBRE O TRATAMENTO DA INFLAMMAÇÃO, E SUAS CONSEQUENCIAS; TERMINADO POR HUMA DISSERTAÇÃO ACERCA DE TUMORES BRANCOS DAS ARTICULAÇÕES…Lisboa. Na Off. Pat. de João Procopio Correa da Silva. 1806. VIII – 291 – (2) – (7) pp. 19, 1 cm x 13, 6 cm. E.
Livro da autoria do cirurgião escocês Benjamin Bell (1749 – 1806) traduzida e anotada pelo médico Manuel Joaquim Henriques de Paiva (1752 – 1829). Esta tradução poderá ser uma segunda edição da obra uma vez que no “Dicionario Bibliographico Portuguez” é referida uma obra com um título semelhante publicada em 1802. A obra centra-se no “tratamento cirúrgico da inflamação e das suas consequências” sendo dado destaque, na terceira parte, aos “tumores brancos das articulações”. O livro apresenta uma gravura com indicações para o tratamento de “abscesso sobre a Articulação da Rodela” onde aparecem representada uma perna (joelho) e dois instrumentos para intervenção cirúrgica (“trocate plano terminado em ponta de lanceta” e um “director curvo”). Para a biografia de Manuel Joaquim Henriques de Paiva tiramos algumas notas do “Dicionario Bibliographico Brazileiro” onde nos é dito que Paiva nasceu “em Castello Branco, Portugal, a 23 de dezembro de 1752, faleceu na Bahia a 10 de março de 1829 no gozo dos direitos de cidadão brasileiro pela constituição do império, sendo professor de matéria medica e pharmacia da academia medico-cirurgi«a desta província” (Blake, 1900. vol. 6: 114). Através do “Dicionario Bibliographico Portuguez” ficamos a conhecer mais detalhes biográficos de Henriques de Paiva e algumas das suas desventuras: “Foi seu tio paterno o celebre medico Antônio Nunes Ribeiro Sanches. Cultivou com assiduidade e proveito os estudos próprios da sua profissão, merecendo ser tido de justiça por um dos mais intelligentes e laboriosos entre os médicos portuguezes seus contemporâneos. Mostrando-se de algum modo affeiçoado ao governo francez no período da invasão d'este reino pelo exercito do conluiando de Junot, foi depois perseguido como jacobino, preso, e por sentença do Juizo da Inconfidência de 24 de Março de 1809 exautorado de todos os cargos que exercia, e das honras de que gosava, e condemnado a degredo para o ultramar. Tem-se dito que soffrêra também a pena infamante de açoutes, porém tal affirmativa é inexacla (…). Passados annos, e tendo estabelecido a sua residência na cidade da Bahia, capital da província do mesmo nome no Brasil, foi por decreto de el-rei D. João VI de 6 de Fevereiro de 1818 reintegrado em todas as honras e prerogalivas de que o privara a referida sentença. Continuou a residir na Bahia até a sua morte (…)” (Inocêncio 1858 vol. VI: 12-13). Encadernação inteira de pele mosqueada. Lombada com rótulo vermelho com o título, nervuras e casas decoradas com ferros dourados. Interior um pouco manuseado, mas em bom estado geral de conservação. VENDIDO. |
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8168 - [ENCADERNAÇÃO. PROVENIENCIA. FAMÍLIA REAL ESPANHOLA] - Borrego, Andres (Don) – LA GUERRA DE ORIENTE, CONSIDERADA EN SI MISMA Y BAJO EL PUNTO DE VISTA DE LA PARTE QUE ESPAÑA PUEDE VERSE LLAMADA Á TOMAR EN LA CONTIENDA EUROPEA. Madrid. En Casa de Don Emilio Serra Editor. 1855. 296 – (2) pp. 19, 7 cm x 13 cm. E.
Exemplar executado especificamente para oferta à Rainha Isabel II (1830 – 1940) pelo historiador e político D. Andres Borrego (1802 – 1891). A natureza desta obra e o reconhecimento público que o seu autor então tinha, bem com as suas ligações a Isabel II, tornam este exemplar único. A obra é proveniente da biblioteca da filha de Isabel II, Infanta Eulália, Duquesa de Galliera, casada com Antoine D’Orléans, Príncipe d’Orléans (ver nº 8175). A biblioteca dos Duques de Orléans-Borbón agregava livros provenientes da Família Real Espanhola e da Biblioteca de Antoine D’Orléans, Duque de Montpensier. O espólio conheceu vários momentos de dispersão. O núcleo central da bilbioteca encontrava-se no palácio da família em San Lucar de Barrameda quando, na década de 1950 e 1960, foi parcialmente vendida. Mais tarde, na década de 70, o livreiro antiquário madrileno Don Luis Bardon comprou grande parte da biblioteca. Em Portugal realizaram-se pelo menos três leilões (em 1998) onde se continuou a dispersão desta biblioteca. Encadernação inteira de pele decorada com ferros dourados. Rebordo interior da encadernação decorado com ferros dourados. Pastas forradas com tecido na parte interior. Na pasta pode lêr-se a seguinte inscrição encimada por uma coroa: “A S. M. La Reina Dª. Ysabel II.” Corte dourado nas margens. Impresso em papel espesso (que parece diferir das edições que foram colocadas no mercado) Pequeno rasgão no pé das pp. 37 e 38 (sem tocar o texto). Restante interior em bom estado de conservação. Preço: 500 euros. |
7058 - Braamcamp Freire, Anselmo – MARIA BRANDOA, A DO CRISFAL. BREVE INVESTIGAÇÃO HISTÓRICA. Lisboa. Na Imprensa de Libânio da Silva. 1916. 25 pp. 24, 5 cm x 18 cm. E.
Investigação histórica de Anselmo Braamcamp Freire (1849 – 1921) sobre a relação amorosa de Maria Brandoa com o poeta Cristóvão Falcão. Cristóvão Falcão (n. c. 1515 - 1557) notabilizou-se como trovador. O poema “Crisfal” conta a história do seu amor por Maria Brandoa. Este trabalho de Braamcamp Freire reúne diversos apontamentos biográficos e genealógicos relativos a Maria Brandoa e sobre Cristóvão Falcão. Edição de 50 exemplares. Exemplar nº 30. Com um carimbo de oferta de Braamcamp Freire na capa e a data manuscrita abaixo do carimbo. Encadernação com a lombada e cantos em pele. Conserva as capas de brochura. Com algumas correcções manuscritas a lápis. Interior em bom estado geral de conservação. Preço: 60 euros. |
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8016 - Brown, Maria da Felicidade do Couto – VIRAÇÕES DA MADRUGADA. 1854. (4) – 240 pp. 19, 5 cm x 12 cm. E.
Livro de poesias da autoria de Maria da Felicidade do Couto Brown (n. 1797 ou 1800 – m. 1861), senhora de origens humildes enriquecida pelo casamento com o abastado comerciante Manuel de Clamouse Brown e apreciada nos salões pelo seu talento. Sobre esta notável poetisa portuense podemos encontrar diversas referências e poesias nos periódicos em que colaborou (como o “Almanaque de Lembranças Luso-Brasileiro”, “O Nacional”, etc.) e no universo camiliano, onde entrou pela pena e, segundo se diz, também pelo coração (ver Cabral, 1988: 99-100). Mas, para acrescentar algo de novo ao que já foi dito e escrito sobre esta poetisa, transcrevemos parte de uma curiosa nota manuscrita na folha de anterrosto deste exemplar: “Este livro é obra de uma mulher, esta mulher é um homem, e este homem é um poeta (…). Acha-se aqui poesia, sensibilidade exquesita, imaginação vivaz e fecunda, filosofia, tudo (…)”. Este exemplar ostenta a vinheta do notável bibliófilo Sebastião de Almeida e Brito (1797 – 1868), aparecendo descrito no nº 128 do catálogo da sua biblioteca (vendida em 1863). Valerá a pena acrescentar uma breve nota sobre o local de impressão desta obra. No catálogo da biblioteca de Sebastião de Almeida e Brito, Lisboa vem indicada como o local de impressão da obra. No “Diccionario Bibliographico Portuguez” a obra é dada como tendo sido impressa em Lisboa, afirmando-se contudo que “no rosto tem a indicação: «Porto»” (Inocêncio, 1858, vol. XVI: 355). Fica a dúvida se os autores do Diccionário terão visto algum exemplar com capas de brochura ou se a indicação seria manuscrita… Encadernação com a lombada em pele. Lombada com nervuras e casas decoradas a ferros dourados. Com a vinheta de “S. d’Almeida e Brito” no canto superior esquerdo da parte interior da capa. Anotações antigas manuscritas na folha de anterrosto. Sem capas de brochura. Pequena perda de papel (sem furo ou rasgão) que subtrai a letra “E” de um verso na primeira página. Anotações a lápis ao longo do volume. Interior em muito bom estado de conservação. Preço: 90 euros. |
6619 - Camões, Luiz Vaz de (Macedo, Fr. Francisco de Santo Agostinho de – trad.) - A LUSIADA DE LUIZ DE CAMÕES TRADUZIDA EM VERSOS LATINOS POR FR. FRANCISCO DE SANTO AGOSTINHO DE MACEDO – PRIMEIRA EDIÇÃO. REVISTA POR ANTONIO JOSÉ VIALLE (…) PUBLICADA POR VENANCIO DESLANDES. Lisboa. Imprensa Nacional. 1880. XVII – 478 pp. 18 cm x 16,5 cm. B.
Edição dada à estampa por ocasião das comemorações camonianas de 1880, revista por António José Viale e publicada por Venancio Deslandes. Já muito foi dito e escrito sobre esta publicação pelo que pouco mais haverá a acrescentar algo que diga respeito aos méritos desta versão em latim de “Os Lusíadas”. Contudo, é impossível escrever sobre esta edição sem contar a história das versões manuscritas que lhe deram origem. Esta obra teve por base duas versões da tradução manuscrita de Fr. Francisco de Santo Agostinho de Macedo (1596-1681) que passaram por várias mãos tendo inclusive uma das versões desaparecido durante algum tempo… Fr. Francisco de Santo Agostinho de Macedo foi uma figura de vasta erudição. Estudou com os Jesuítas tendo depois tomado o hábito de São Francisco, lecionando anos mais tarde em Roma e em Pádua. Depois da sua morte em Veneza o seu espólio acabaria por se dispersar Muito embora seja sabido que uma parte da biblioteca de Fr. Francisco integrou o espólio de conventos e de casas aristocráticas é para nós desconhecido o destino que estes manuscritos camonianos tiveram entre finais do século XVII e meados do século XIX. Sabemos apenas que, já no século XIX, uma das versões do manuscrito esteve na posse do antigo egresso franciscano Frei Domingos da Soledade Sillos (que anos antes o havia comprado a um outro religioso, cujo nome desconhecemos). Quando Sillos morre em Guimarães em 1855, o manuscrito desaparece por algum tempo, não constando da primeira listagem de livros existente no inventário orfanológico realizado alguns meses mais tarde. O caso agita o pequeno universo dos bibliófilos vimaranenses. Um dos advogados envolvidos no processo, o Dr. Bento António de Oliveira Cardoso (conhecido bibliófilo e possuidor de uma 1ª edição dos Lusíadas), afirma que não havia na cidade ninguém capaz de avaliar manuscrito, tentando desta forma justificar o facto da obra não ser referida no inventário. A instâncias dos magistrados responsáveis pelo inventário, o manuscrito reapareceu. Ao que parece terá sido sonegado pela companheira do Padre Sillos que, estando informada do valor da obra, poderá ter caído na tentação de a querer vender à margem do inventário… É neste contexto algo nebuloso que esta versão d’ A Lusiada de Frei Francisco de Santo Agostinho de Macedo chega às mãos do conhecido bibliófilo José Joaquim da Silva Pereira Caldas. Anos mais tarde, foi adquirida por António Augusto de Carvalho Monteiro (conhecido por “Monteiro dos milhões”). A outra versão do manuscrito tem uma história mais linear. Pertenceu a Frei Francisco de São Luís (Cardeal Saraiva), que o deixou a ao seu sobrinho António Correia Caldeira. De Caldeira passou para as mãos do seu cunhado Venâncio Deslandes que o iria publicar na Imprensa Nacional em 1880 (cotejando-o, juntamente com António José Viale, com o manuscrito de Pereira Caldas), sendo essa a edição que aqui apresentamos. Alguns anos depois, o manuscrito de Venâncio Deslandes acabaria por pertencer a António Augusto de Carvalho Monteiro que, desta forma, viria reunir as duas versões desta tradução saída da pena de Frei Francisco de Santo Agostinho de Macedo. Exemplar com capas de brochura. Pequena perda na parte superior da lombada. Interior em muito bom estado de conservação. Preço: 120 euros. |
8656 - Castelo Branco, Camilo – O CALECHE. FOLHETIM ESCRIPTO PELO SNR. CAMILO CASTELO BRANCO, PUBLICADO NO NACIONAL DE 19 DE DEZEMBRO. Porto. Typ. de J. Lourenço de Sousa-. 1849. 15- (2) pp. 19.5cm x 11, 5 cm. E.
Edição original desta rara e pequena brochura, aglutinação anunciada de dois artigos, ambos dos finais de 49: um, publicado em “A Nação”, que pedia a demissão de Costa Cabral, Conde de Tomar desde 1845, “por dar uma comenda por um caleche” e outro, folhetim de Camilo, “O último ano de um valido, continuação” (ou sub-título) de “Fragmento de um drama do futuro”, de “O Nacional”. A edição, e talvez a iniciativa, terá sido de Gonçalves Basto, amigo de Camilo, que era o proprietário do referido “O Nacional” e acérrimo opositor do cabralismo (Cabral, 1988: 111-112). Costa Cabral voltara do exílio no ano anterior e encontrara forte oposição em jornais, que tentou silenciar, e por muito variadas espécies, de entre as quais, para continuarmos na área camiliana, “Costa Cabral em relevo”, de D. João de Azevedo, “objurgatória fulminante”, disse Camilo, que também o viu “de vasto engenho e absoluta carência de juízo”, talento difuso que se exauriu na política, nas letras e na paixão amorosa. Encadernação inteira de pele, não contemporânea. A encadernação foi feita em conjunto com cerca de 40 folhas em branco para dar consistência ao volume. Com o Ex-libris heráldico de Pedro Manuel Franco da Costa de Barros (Alvellos) no verso da capa. Ligeiramente aparado. Interior em bom estado geral de conservação. Muito raro. Preço: 1250 euros. |
8657 - Castelo Branco, Camilo – A ESPADA DE ALEXANDRE. CORTE PROFUNDO NA QUESTÃO DO HOMEM-MULHER E MULHER-HOMEM POR UM SOCIO PRENDADO DE VARIAS PHILARMONICAS. Porto Typographia da Casa Real. 1872 . 50 pp. 18, 7 cm x 12 cm. E.
Primeira edição deste curioso opúsculo de Camilo Castelo Branco, publicado sob pseudónimo, em que Camilo comenta a obra “L’Homme-Femme” de Alexandre Dumas Filho. A obra é escrita ao melhor estilo de Camilo, com tiradas deste calibre: “Jesus não fez o cazamento (…) Ah Jesus disse: «Amai-vos!». Isto de: «maridai-vos» é preceito de concílios e é palavra que não sôa no léxicon hebreu nem chaldeu (…)”. Encadernação modesta com a lombada em pele. Com carimbos do “Gremio Serpa Pinto” na folha de rosto e na pág. Seguinte (pp.5). Com o Ex-libris heráldico de de Pedro Manuel Franco da Costa de Barros (Alvellos) e com a ficha da sua “Livraria Camiliana”. Conserva as capas de brochura. Pequenos cortes (que não afectam o texto) no pé das últimas três páginas. Canto superior das páginas um pouco manchado. Interior em bom estado de conservação. Preço: 150 euros. |
8661 - Castelo Branco, Camilo – DUAS ÉPOCAS DA VIDA. SEGUNDA EDIÇÃO MELHORADA. INCLUINDO O FOLHETO INTITULADO HOSSANA. Lisboa. Livraria de António Maria Pereira. 1865. 2 volumes. 142 – II pp. ; 148 – 2 pp. 17, 9 cm. x 11, 4 cm E.
Segunda edição aumentada e melhorada a que foi acrescentado o poema intitulado “A Beneficencia” e o folheto “Hossana”. Encadernação não contemporânea com a lombada e cantos em pele. Com o Ex-libris heráldico de de Pedro Manuel Franco da Costa de Barros (Alvellos) e com a ficha da sua “Livraria Camiliana”. Com dois ex-libris de Gustavo d’ Avila Perez. Conserva as capas de brochura. Interior em bom estado de conservação. VENDIDO. |
8119 - Castellões, Álvaro de – VERSOS DE ALVARO DE CASTELÕES. BEIJOS E ROSAS. Lisboa. Livraria Ferin – Editora. 1891. 197 – (2) pp. 18 cm x 11, 5 cm. B.
Segunda edição deste livro de poesias de Álvaro de Castro Araújo Pereira Ferraz, 3º Visconde de Castelões (1859 – 1953), político, bibliófilo e poeta. Com uma dedicatória do autor para Júlio Brandão. Para uma curiosidade sobre Álvaro de Castelões ver nº seguinte (nº8070). Em brochura. Lombada um pouco deteriorado. Capa manchada. Interior um pouco fragilizado devido à qualidade do papel. Preço: 18 euros. |
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8070 - Castro, Gabriel Pereira de – ULYSSÉA, OU LISBOA EDIFICADA. POEMA HEROICO DE GRABRIEL PEREIRA DE CASTRO. QUARTA EDIÇÃO. Lisboa. Na Typographia Rollandiana. 1827. (20) – 413 – 6 pp. 14, 7 cm x 9, 5 cm. E.
Quarta edição (uma variante da edição de 1826) desta obra de Gabriel Pereira de Castro (1571 – 1632), eminente jurista e conhecido poeta que se celebrizou por este poema épico. Pereira de Castro, natural de Braga, foi “Cavalleiro da Ordem de Cristo, Doutor em Direito Canónico, e Lente na Universidade de Coimbra, Desembargador da Relação do Porto, e da Casa da Suplicação de Lisboa, Corregedor do crime da Côrte e Casa, Procurador Geral das Ordens militares, e ultimamente nomeado Chanceler-mor do Reino, etc. (…)”. (Inocêncio 1858 vol. III: 107-108). Este exemplar de “Ulysséa” tem inscritas três marcas de posse que nos contam uma interessante história. Contém uma assinatura de posse autógrafa de Camilo Castelo Branco, um carimbo onde se lê “Ex-libris Vieira Pinto” e uma outra assinatura autógrafa onde podemos ler: “Visconde de Castlelões. Porto. 18.01.1907”. Como é sabido Camilo, por necessidade e vício, esteve desde cedo envolvido em negócios de livros. Organizou leilões (como o do Visconde de Azurara), intermediou vendas, comprou e vendeu a particulares (a quem não perdoava dívidas de compra de livros, como se pode ver numa carta dirigida ao bibliófilo Pereira Caldas descrita em “Uma Camiliana Portuguese de Damião Vellozo Ferreira”). E chegou mesmo a dispersar uma boa parte da sua biblioteca nos leilões de 1871 e 1882 e em vendas que fez “por atacado” a instituições e a particulares por diversas ocasiões (ver Cabral, 1988: 353-354). Terá sido neste contexto que este exemplar chegou às mãos do bibliófilo portuense Dr. João Vieira Pinto, cuja biblioteca seria levada à praça em 1885. Aqui perdemos o rasto aos proprietários do livro que só voltaremos a encontrar em 1907, quando a obra é adquirida por Álvaro de Castro Araújo Pereira Ferraz, 3ºVisconde de Castelões, político e poeta mais conhecido por Álvaro de Castelões (ver nº 8070). O exemplar apresenta também algumas notas manuscritas com críticas à obra, classificando alguns versos como “uma imitação servil de Camões”, outros como superiores ao do autor de “Os Lusíadas”, denunciando plágios (da obra de Virgílio), sublinhando frases menos felizes (“Proteo, que no mar as phocas guia.”) e tecendo considerandos deste calibre: “Prova-se que a palavra nariz é rasteira na epopea: chama-se meta; se fosse mêta seria acrescentar: no c….”. É de notar que Camilo já havia escrito sobre a “Ulysséa” no “Curso de Litteratura Portugueza”, contudo referia-se à obra noutros termos... Encadernação antiga, inteira de pele. Com assinaturas de posse de Camilo Castelo Branco e do Visconde de Castelões nas folhas de guarda e com um carimbo de posse de “Vieira Pinto” na primeira página. Com notas antigas manuscritas em diversas páginas. Restante interior em bom estado geral de conservação. VENDIDO. |
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8469 - Cervantes, Miguel de - O ENGENHOSO FIDALGO D. QUICHOTE DE LA MANCHA POR MIGUEL DE CERVANTES SAAVEDRA…Lisboa. Francisco Arthur da Silva. 1877. XI – 540 – (2) pp.; 555 – (3) pp. 21, 7 cm x 13 cm. E.
Notável edição portuguesa de “D. Quixote”. Traduzida pelo Visconde de Benalcanfor (1830 – 1889) e ilustrada com desenhos de Manuel de Macedo e gravuras de D. José Severini. De uma breve (e necessariamente incompleta) comparação de alguns episódios com os de outras edições, percebe-se que Benalcanfor, “Socio da Real Academia das Sciencias de Lisboa”, “Professor da Academia de Legislação e Jurisprudencia de Madrid” e da “Academia Cervantica Hespanhola de Victoria”, não deixou os seus créditos por mãos alheias e empreendeu uma boa tradução da obra, ainda que com as necessárias adaptações (desde logo anunciadas no prólogo). Se há hoje episódios de D. Quixote fazem parte do nosso imaginário colectivo, como o do “sucesso que o valoroso D. Quixote teve na espantosa e nunca sonhada aventura dos moinhos de vento (…)”, outros há que, pela sua originalidade e por deles serem tributários tantos outros escritores, merecem ser relembrados. Um deles é o do “exame que o cura e o barbeiro fizeram à livraria do nosso engenhoso fidalgo” (em que “La Galatea” de Cervantes é comentada e apreciada). Outro é último episódio da novela, em que, ao ditar o seu testamento, D. Quixote pede aos testamenteiros que “se a boa sorte os levar a conhecer o autor que dizem compôs uma história que anda por aí com o titulo de Segunda Parte das Façanhas de D. Quixote de la Mancha, peçam-lhe (…) o mais encarecidamente que se possa que perdoe o ensejo que, sem o pensar, lhe proporcionei para que escrevesse tantos e tão graúdos disparates como os que lá se encontram, porque parto d’esta vida com escrúpulo de haver contribuído para tal”, morrendo de seguida. Como é bem sabido há muitos mais episódios dignos de nota para para descobrir ou redescobrir nesta bonita edição de D. Quixote. “Ornada com 31 gravuras”. 1 gravura no texto e 30 extratexto. Encadernação com as lombadas em pele. Com assinatura de posse na folha de rosto do segundo volume. Manuseado e com acidez. VENDIDO. |
8663 - Cesariny, Mário – NOBILÍSSIMA VISÃO. Lisboa. Guimarães Editores. 1976. 21, 5 cm x 15, 5 cm. B.
Segunda edição desta obra inserida na “Colecção Poesia e Verdade”. Da “nota do autor” a esta edição retiramos o seguinte excerto: “Diferentemente da primeira edição, em que uma miscelânea de datas de feitura e talvez também de intuitos formava o livro, esta segunda edição inclui só os poemas escritos sob esse título em 1945-46, anos que correspondem a uma leitura do «país real» topado pelo autor à saída da adolescência linda mas já desconfiada da terra em que assentara os seus projectos de poesia civil: lírica, inocente: dramática. Naturalmente se juntam a esses versos os testos dos livros «Nicolau Cansado Escritor», «Louvor e Simplificação de Álvaro de Campos» e «Um Auto para Jerusalém», escritos também de 45-56”. O canto inferior direito da segunda página apresenta as iniciais “MC” manuscritas. Não foi possível apurar se a inscrição é um autógrafo de Cesariny ou se é apenas uma simples rubrica de um admirador ou de alguém com as mesmas iniciais. Em brochura. Interior em bom estado geral de conservação. VENDIDO. |
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8175 - [ENCADERNAÇÃO. PROVENIENCIA. FAMILIA REAL ESPANHOLA] - Corte, Marquês de la (Dr. D. Juan Antonio de La-Córte y Ruano Calderon) - MANUELA DE GEOGRAFIA ASRTONÓMICA, FÍSICA Y POLITICA…Segunda Edicion Corregida. Madrid. Imprenta de Alejandro Gomez Fuentenebro. 1877. X – 198 pp. 15, 5 cm x 10 cm. E.
Obra oferecida pelo professor e pedagogo Marquês de La Corte a D. Eulália de Borbón, Infanta de Espanha (1864 – 1958). A obra contém uma dedicatória impressa a Dona Isabel II e uma dedicatória manuscrita à Infanta Eulália. Na dedicatória manuscrita podemos ler: “A (…) S.A. la Serenissima Señora Infanta Dª Eulalia oferece este breve opsuculo ne muestra de adhesion y respetuoso afecto el autor”. Com um ex-libris de Antoine D’Orléans. Sobre a dispersão da biblioteca da Infanta Eulália e de Antoine d’Orléans ver o nº 8168. Encadernação inteira de pele. Lombada decorada com ferros dourados. Rebordo interior da encadernação decorado com ferros dourados. Pasta com o monograma da Infanta Eulália e com filetes dourados nas pastas. Corte dourado. Interior em bom estado de conservação. Preço: 280 euros. |
8520 - Diniz, Julio – A MORGADINHA DOS CANAVIAES. CHRONICA DA ALDEIA. Porto. Typographia do Jornal do Porto. 1868. 423 pp. 18, 5 cm x 11, 5 cm. E.
Primeira edição de uma das mais conhecidas obras de Júlio Diniz, pseudónimo de Joaquim Guilherme Gomes Coelho (1839 – 1871). Este livro é considerado uma das mais importantes obras do romantismo português. A sua popularidade e relevância fez com que a obra fosse adaptada ao cinema e ao teatro. Encadernação modesta com a lombada em pele. Sem capas de brochura. Com duas assinaturas de posse antigas na folha de guarda. Interior com alguns picos de acidez mas em bom estado geral de conservação. VENDIDO. |
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8546 - Faria, Manuel Severim de – VARIOS DISCURSOS POLITICOS POR MANUEL SEVERIM DE FARIA CHANTRE, E CONEGO NA SÉ DE EVORA FINALMENTE REIMPRESSOS POR JOAQUIM FRANCISCO MONTEIRO DE CAMPOS COELHO, E SOUZA. Lisboa. Na Officina de Antonio Gomes. 1791. 362 pp. 15, 2 cm x 9, 5 cm. E.
Segunda edição desta obra (publicada originalmente em 1624), dada à estampa por Joaquim Francisco Monteiro de Campos Coelho e Sousa. Conhecido por ser um dos primeiros periodistas portugueses e um dos primeiros biógrafos de Camões, Severim de Faria ganhou notoriedade não só pelos factos supracitados, mas também por algumas posições políticas controversas na sua época, nomeadamente a de fixar a Corte em Lisboa (recordemos que a primeira edição desta obra é de 1624 e que Portugal se encontrava então unido a Espanha sob a coroa dos Habsburgos). Nesta obra podemos encontrar para além da posição quanto à Corte, as biografias de João de Barros, de Diogo do Couto, de Luís de Camões e diversos capítulos curiosos como “Da origem e da antiguidade das vestes que usa por habito eclesiástico o Clero de Portugal” ou “Com que condições seja louvável o exercício da Caça”. Sobre Manuel Severim de Faria retiramos o o seguinte do “Diccionario Bibliographico Portuguez” (Inocêncio 1858 vol. VI: 106 - 108): “Presbytero, Mestre em Artes e Doutor em Theologia pela Universidade d'Evora; Conego e Chantre na egreja catedral da mesma cidade, pela renuncia que n'elle fizera, seu tio Balthasar de Faria Severim (vej. no Diccionario, tomo i, o artigo D. Rasilio de Faria) em 1608 e 1609. — N. em em Lisboa no anno de 1583, e tendo renunciado as duas prebendas em seu sobrinho Manuel de Faria Severim em 1639, in. de ictericis, complicada com outras enfermidades, a 25 de Septembro de 1655 (dizem outros que a 16 de Dezembro d'esse anno) quando contava de edade 72 annos .— Vej. a sua biographia á frente das Noticias de Portugal da edição de 1740, e o artigo que a seu respeito escreveu o sr. J. H. da C. Rivara, publicado na Revista Lilteraria do Porto, tomo m, a pag. 353 e seguintes; no qual, além de várias noticias, se contém a narrativa da trasladação solemne que em 1839 se fez para a egreja cathedral dos ossos d'este, e do outro não menos celebre escriptor eborense André de Resende; demonstração realisada por diligenciase esforços de uma commissão, especialmente nomeada pela câmara municipal respectiva, e com a efficaz cooperação do sr. Manuel Alves do Rio, administrador geral que então era d'aquelle districto (…)” Exemplar encadernado. Encadernação inteira de pele mosqueada. Pastas com pequenos defeitos. Assinatura de posse antiga (rasurada) na folha de rosto. Interior em bom estado geral de conservação. Preço: 150 euros |
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6207 - Figueiredo, Luis Botelho Froes de – MODO EFICASSICISSIMO DE ORAR PARA CONSEGUIR A PODEROSA PROTECÇÃO DAS ONZE MIL VIRGENS, PRINCIPALMENTE NA HORA DA MORTE, EM QUE HE TUTELAR O SEU PATROCINIO, COM ORAÇÕES REPARTIDAS POR TODOS OS ONZE DIAS, QUE COMEÇAM A DÉS, & ACABÃO A VINTE & HU DO MEZ DE OUTUBRO, COM A NOTICIA DA VIDA E CULTOS & MILAGRES DAS VIRGENS SANTAS CELEBRADOS NO REAL MOSTEYRO DE S. VICENTE DE FORA…Lisboa. Na Officina de Bernardo da Costa. 1711. [8] – 179 – [5] pp. 11, 3 cm x 6, 5 cm. B.
Livro não muito vulgar, destinado a amparar os crentes na hora da morte. Sobre o seu autor, Luís Botelho Froes de Figueiredo, diz-nos o seguinte o “Diccionario Bibliographico Portuguez”: “Philosofo e Canonista conforme elle se intitula nas suas obras [embora fosse também formado em Leis]. Esteve por algum tempo recolhido no seminário do Varatojo; porém voltou para o século, sem que chegasse a professar. Depois casou-se, e a final passou para o serviço de Castella.—Nasceu em Santarém a 11 de Dezembro de 1675, e m. na cidade de Alieante a 15 de Outubro de 1720. Posto que Botelho Fróes fosse um dedicado sequaz da eschola gongoristica, como bem se mostra até pelos títulos das obras que imprimiu, estas não são de todo desprezíveis, ao menos no tocante á linguagem; e creio que o próprio Moraes no seu Diccionario auctorisa com ellas o uso de alguns vocábulos. Cândido Lusitano no Diccionario poético também o cita algumas vezes, etc. Pena é que elle, e outros seus contemporâneos não vivessem em epocha de mais apurado gosto; pois com os dotes do engenho, que de certo lhes não faltou, deixariam de si fructos de maior proveito, e mais honrosa nomeada. (…)” (Inocêncio, 1858 vol. V: 233). Em brochura. Protegido com uma folha a antiga, possivelmente coeva, que serve de encadernação. Interior com algumas manchas mas em bom estado geral de conservação. Raro. VENDIDO. |
8662 - O FUTURO, COMBINAÇÕES NUMERAES, CALCULOS CABALISTICOS E PROPHETICOS PARA 1852. Porto. Na Typographia de Sebastião José Pereira. 1852. 17 cm x 11, 5 cm. B.
Segunda edição desta espécie de almanaque profético onde são apresentadas os “Calculos Propheticos e combinações numeraes para 1852” e uma “Profecia do Abbade Petiot” sobre “os acontecimentos que terão lugar no presente anno de 1852”. No final da publicação indicam-se as localidades onde se vendia esta curiosa publicação esotérica. Em brochura. Manuseado e com defeitos. VENDIDO. |
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8410 - Grey, Sophie – PORTUGAL; BEING SOME ACCOUNT OF LISBON AND ITS ENVIRONS, AND OF A TOUR IN THE ALENTEJO FORM A JOURNAL KEPT BY A LADY DURING THREE YEARS’ ACTUAL RESIDENCE. London. Harvey and Darton. [1830]. IV – 275 pp – (8) pp. 18 cm x 10 cm. E.
Interessante livro em que Sophie Grey descreve uma parte de Portugal e os costumes locais. Com referências às ordens religiosas, aos galegos, à lei à justiça, sobre a execução de Gomes Freire, azulejaria, pesca, impostos, alimentação, religião, etc. Na obra são descritas e referidas diversas cidades e vilas, como Lisboa, Cascais, Sintra, Setúbal, Mafra, Montemor, Évora, Elvas, Évora Monte, Portalegre e a outras localidades. Ilustrado com quatro páginas com 8 gravuras coloridas manualmente de Monserrate (duas gravuras), Sintra (2 gravuras), Penha Verde, Palácio Marialva (Seteais), Cascais e Lisboa (“A vegetable seller”). Encadernação em tela. Um pouco manchada. Assinatura de posse na folha de guarda. Interior com acidez em algumas das páginas mas em bom estado geral de conservação. VENDIDO. |
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7902 - Guerra Junqueiro, Abílio Manuel – ESPARSAS. Porto. 1886 [144pp] 23 cm x 15, 5 cm. E.
Primeira edição deste raro livro de Guerra Junqueiro, onde se encontram reunidas diversas poesias eróticas e satíricas do autor. Incluí a célebre poesia “As Musas” que Natália Correia viria a republicar na sua célebre “Antologia de poesia portuguesa erótica e satírica” e outros poemas dignos de nota, como as sátiras violentas ao Padre Senna Freitas e Thomaz Ribeiro… A edição é apresentada como sendo limitada a 10 exemplares. Termina com o título “Rosa Pallida”, poesia que não chegou a ser impressa e que não consta de nenhum dos exemplares desta edição. Encadernação com a lombada e cantos em pele. Interior em bom estado de conservação, com alguns cadernos ainda por abrir. VENDIDO. |
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8395 - Huysmannus, Gulielmus (ed.) - NARRATIONES RERUM INDICARUM EX LITTERIS PATRUM SOCIETATIS JESU. Lovanii. Ex. Officina Joan Masii, sub vriridi Cruce. 1589. 142 pp. 15 cm x 9 cm E.
a-h//8; i//7 Obra coligida e traduzida por Gulielmus Huysmannus (m. 1613), Professor na Universidade de Lovaina. Neste livro Huysmannus reúne a descrição do naufrágio relatado pela pena do Padre Pedro Martins e algumas cartas da Companhia de Jesus relativas aos assuntos da China e do Japão. Após a “Epistola Nuncupatoria” que abre o livro, começa a descrição do Padre Pedro Martins de uma viagem e naufrágio na costa de Moçambique (em que são feitas referências às regiões de Sofala e Quelimane e à Etiópia e a Ormuz). Alguns dos náufragos, chegados a terra, encontraram o nobre português Francisco Brochado, ali residente, que os viria a salvar. A narração destes episódios é acompanhada de uma extensa descrição das terras e povos daquela costa africana. Parte desta história encontra-se parcialmente transcrita na “História Trágico-Marítima” de Bernardo Gomes de Brito. A terceira parte do livro é relativa à presença da Companhia de Jesus na China e no Japão. Os relatos chegam-nos através de seis cartas dos Padres Jesuítas Alexandre Valignano, António de Almeida, Michael Rogerius, Pedro Gomes Luís de Fróis e Gaspar Coelho. Nestas epístolas são narrados os acontecimentos na China e no Japão nos anos de 1586, 1587 e 1588. A obra encontra-se dividida em 3 partes, a saber: 1 - Rdis in Christo Patribus P. Rectrori Processoribus Sacrae Theologiae & Studiosis Collegii Societatis Iesu in alma Universitate Louaniensi, felicitatem & perpetuam Satutem Precatur Gvlielmvs Huysmannus Antuerpiensis, publicus in Collegio Buslidiano Trilingui latinae liguae Professor ( ) [Epistola Nuncupatoria] 2 - Vera Narratio Memorabilis Cuiusdam naufragy, ex litteris P. Petri Martinez ex urbe Goa (…). 3 - Commemorationes novorum successuum ex Regnis Cinae & Japoinis, circa Finem anni repararae salutis humana 1586 (… ) Conseguimos localizar apenas 6 exemplares desta obra fora de Portugal (OCLC): Universitätsbibliothek Göttingen, Universiteitsbibliotheek Utrecht, Universitäts- und Landesbibliothek, Münster Stadtbibliothek Weberbach , The British Library, St. Pancras e Biblioteca Nazionale Centrale di Roma. Em Portugal há apenas um exemplar na Biblioteca Nacional. Encadernação antiga em veludo. Um pouco aparado. Interior em bom estado de conservação. Extremamente raro. Preço: 7000 euros. |
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8476 - Mauricio, José – METHODO DE MUSICA ESCRITO E OFFERECIDO A SUA ALTEZA REAL O PRINCIPE REGENTE NOSSO SENHOR POR JOSE MAURICIO, LENTE PROPRIETARIO DA CADEIRA DE MUSICA DA UNIVERSIDADE E MESTRE DA CAPELLA DA CATHEDRAL DE COIMBRA…Coimbra. Na Real Imprensa da Universidade. 1806. XXXV – 65 – (3) – (5) pp. 20, 5 cm x 14 cm. E.
“A necessidade de escrever, em hum breve Compendio, hum methodo de Musica destinado para as Lições da mesma Cadeira, me fornece huma ocasião de mostrar os meus sentimentos de gratidão, apresentando e offerencendo a Vossa Alteza Real, neste pequeno livro, as primícias do meus trabalhos (…)”. É desta forma que José Maurício, que começa por agradecer ao Principe Regente D. João a nomeação para “Lente Proprietário da Cadeira de Musica Da Universidade” que abre este curioso livro dedicado ao ensino da música na Universidade de Coimbra. Depois segue-se a “Introducção” da obra, em que o autor escreve um pouco sobre a história da música, não esquecendo o caso português (onde faz referência a D. João IV e nos deixa valiosas informações sobre o panorama musical português do seu tempo) para, de seguida, passar a um “Discurso Preliminar” onde cita Rosseau e se permite filosofar e teorizar um pouco sobre o tema: “A Musica, filha da Natureza, parece tão antiga como o mesmo mundo. O canto das aves, e outros muitos fenómenos pode ser outras tantas provas da antiguidade da sua origem (…)”. Por fim entramos no “Methodo de Musica” composto por XXV capítulos e por cinco partituras desdobráveis no final. Sobre José Maurício vejamos o que nos diz o “Diccionario Bibliographico Portuguez”: “Mestre de Capela nas Sés episcopais da Guarda e de Coimbra, e Lente da cadeira de Musica, mandada reorganisar na Universidade pela carta regia de 18 de Março de 1802.—N. em Coimbra, a 19 de Março de 1752, e m. de apoplexia fulminante na Figueira da Foz, onde se achava para uso de banhos, em 12 de Septembro de 1815. Foi sepultado o seu cadáver no convento de Sancto Antônio da mesma villa. Desejando perpetuar a memória d'este insigne professor, como que adrede esquecida pelos nossos biographos, cujo mysterioso silencio n'esta parte era e é ainda hoje para mim um problema impossível de decifrar; e vendo que d'ahi resultará a equivocação, talvez justificável, que confundira o seu nome com o de outro celebre professor, ou compositor musico brasileiro e contemporâneo (V. P. José Maurício Nunes Garcia), procurei dilucidar esta espécie, publicando uns apontamentos biographicos do lente conimbricense. Remettendo para a dita biographia os que pretenderem mais particular noticia da pessoa de José Maurício, e das suas composições musicaes, limitar-me hei a transcrever aqui o titulo da única obra, que d'elle sabemos impressa, e cujos exemplares existem ainda de venda na Imprensa da Universidade, e pelo preço de 100 réis, sendo, aliás rarissima, e quasi desconhecida em Lisboa: 4358) Methodo de Musica, escripto e offerecido a S. A. R. o Príncipe Regente nosso senhor. Coimbra, na Imp. da Univ. 1806. 4.° de 63 pag. com estampas. Este compêndio, que o auctor escrevera para uso da aula respectiva, continuou a servir para tal durante longos annos, até que no de 1849 o sr. Antônio Florêncio Sarmento, professor do Lyceu Nacional, onde se acha incorporada actualmente aquella cadeira, o fçz substituir por outro de sua composição” (Inocêncio, 1858 vol. V: 67). Encadernação antiga, inteira de pele. Com sinais de desgaste e pequena perda no pé da lombada. Folha de rosto com apontamentos manuscritos. Estampa 2ª e 3ª com pequeno corte (sem perda de texto). Restante interior um pouco manuseado mas em bom estado geral de conservação. VENDIDO. |
8190 - Magalhães, Luiz de – O BRASILEIRO SOARES. COM UMA CARTA PREFÁCIO DE EÇA DE QUEIROZ. Porto. Antiga Livraria Chardron. 1896. 337 – (4) pp. 19, 5 cm x 12, 5 cm. B.
Primeira edição deste romance de Luiz de Magalhães (1859 – 1935) com uma carta prefácio de Eça de Queiroz. No prefácio, Eça elogia o facto de, neste romance, Luiz de Magalhães ter contribuído para, em certa medida, acabar com o estereótipo do brasileiro que, até então, enchia as páginas da nossa literatura. Para os escritores do romantismo o brasileiro só era merecedor de comoção “quando era ainda o triste emigrante”, passando de imediato a ser “o bruto, o reles o alvar”, quando retornava rico…Magalhães tem o condão de, nas palavras de Eça de Queiroz, transformar o brasileiro num homem, “um mero homem, nem ideal, nem bestial, apenas humano (…)”. Esta obra conta a história de um brasileiro que tendo regressado rico se apaixona, é enganado e acaba entregue ao desespero. É esta dimensão humana que Luiz de Magalhães consegue trazer para o seu romance que o torna diferente e que, na época, lhe valeu rasgados elogios. Exemplar em brochura. Capa com restauros e lombada quebrada com pequenos defeitos e restauros. Interior com alguns picos de acidez mas em bom estado geral de conservação. VENDIDO. |
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8664 - Mello, Pedro Homem de -
– CARTAS DE INGLATERRA. Porto. Lello & Irmão Editores. 1973. 127, (5) pp. 18 cm x 11, 7 cm. E. encadernado com - CARTA A BILL. Porto. Ed. Autor. 1973. 60 - (4) pp. 18 cm x 11, 7 cm. encadernado com - ALELUIA. Porto. Ed. Autor. 1979. 56 – (2) pp. 18 cm x 11, 7 cm. Três obras de Pedro Homem de Mello (1904 – 1984) encadernadas num só volume. O primeiro livro, “Cartas de Inglaterra”, consiste numa poesia seguida por “Marginália”, um capítulo em que Homem de Mello faz referências a alguns episódios curiosos (que envolvem Almada Negreiros, António Nobre, entre outros) para explicar o motivo pelo qual assina “D.” Pedro…partilhando diversos dados genealógicos e pareceres do Conselho de Nobreza. A segunda obra “Carta a Bill” é essencialmente um livro de poesias, com poemas dedicados a Amália Rodrigues, Natália Correia, Ruben A., Ary dos Santos, entre outros. Na pag. 31 há uma pequena emenda feita provavelmente pelo autor. O último livro abre com uma introdução de David Mourão-Ferreira a que se seguem os versos de Pedro Homem de Mello. “Cartas de Inglaterra” tem uma dedicatória autógrafa de Pedro Homem de Mello. Os restantes livros encontram-se assinados pelo poeta na folha de rosto. Encadernação em sintética. Conserva as capas de todas as obras (sem contracapas). Um pouco aparado. Interior em bom estado geral de conservação. VENDIDO. |
7901 - Nobre, António – DESPEDIDAS. Porto. 1902. (12) – 126 – (2) pp. 21cm x 14 cm. E.
De acordo com José Pereira de Sampaio (Bruno), o título deste livro “foi escolhido pelo poeta. (…) Em uma das crises de pungente desanimo que frequentemente o assaltavam no ultimo período da implacável infermidade a que sucumbiu, pediu elle que, se viesse a morrer, antes de poder publicar o seu livro, lhe dessem o título de Despedidas, significando este a sua retirada da vida litteraria; mas mais tarde deu a perceber claramente que assim o escolhera por serem as suas últimas poesias, visto que tinha perdido a esperança de cura da doença que o torturava (…)”. A obra reúne poemas de António Nobre (1867 - 1900) escritos entre 1895 e 1899. Com poemas dedicados a Agusto Nobre, Martinho de Brederode, Francisco Cezimbra e Justino de Montalvão. A publicação deste livro esteve a cargo de Augusto Nobre (irmão do poeta). Com uma fotografia de António Nobre no início do volume. Encadernação em tela com o nome do autor a encimar a pasta, com o título gravado ao centro e com motivos decorativos no canto inferior direito. Exemplar com alguma acidez (acentuada das pp. 45 a 53) mas em bom estado geral de conservação. Preço: 80 euros. |
8658 - Pascoaes, Teixeira de – SENHORA DA NOITE. Porto. Magalhães & Moniz Editores. 1909. 54 pp. 18, 9 cm x 12 cm. B.
Primeira edição deste livro de poesias de Teixeira de Pascoaes (1877 – 1952). Nesta obra, Pascoaes prossegue o caminho iniciado, talvez, com “Jesus e Pan” que o iria levar às suas obras maiores: “Verbo Escuro”, “O Bailado” (que tanto impressionou Cesariny) e “Pobre Tolo” (livro “indiferente às convenções, escandalosamente distante daquilo que no seu tempo e no nosso era a civilização e a literatura”, nas palavras de Tolentino Mendonça). Em “Senhora da Noite” encontramos já o “espectro vagabundo”, o ser “descendente da escuridão”, a “sombra escrava”, o sonhador extasiado, as “divindades caídas e exiladas”, “a Suavidade mystica descendo/da estrella que, em silêncio chora e arde (…)” e outros elementos que viriam a caracterizar a poesia de Pascoaes nos anos seguintes. Maria da Glória Teixeira de Vasconcelos, irmã de Pascoaes, diz-se que o livro foi fruto de uma paixão por uma bonita mulher loira. Talvez se estivesse a referir a Leonor Dogge, uma inglesa que Pascoaes conheceu no Porto em 1908 e que o marcou de tal forma que fez com que a fosse procurar a Londres no ano seguinte. O desgosto amoroso marca uma mudança na vida de Teixeira de Pascoaes. É precisamente por esta altura que escreve “Senhora da Noite”. Pouco tempo depois, deixa a advocacia e se passa a dedicar inteiramente à escrita. Em brochura. Interior em bom estado geral de conservação. VENDIDO. |
8178 - Pérez Galdós, Benito . EL AMIGO MANSO. Madrid. Administracion de La Guirnalda y Episodios Nacionales. [1882]. 312 (4) pp. 23, 5 cm x 16 cm. E.
Primeira edição deste importante romance de Benito Pérez Galdós (1843 – 1920). A obra, que é uma crónica ficcionada sobre uma certa sociedade madrilena do seu tempo (com a respectiva crítica de costumes), abre com uma declaração do protagonista, o asturiano Máximo Manso, que nos remete para outras paragens literárias (ou que remete esses outros lugares da literatura para esta obra): “Yo no existo…(…) juro y perjuro que no existo; y al mismo tiempo protesto contra toda inclinación ó tendência a suponerme investido de los inequívocos atributos de la existência real. Declaro qui ni siquiera soy el retrato de álguien, y prometo (…) que no soy, ni he sido, ni seré nunca nadie. Soy (…) una condensación artística, diabólica hechura del pensamento humano (…) soy un ejemplar nuevo de estas falsificaciones del hombre que desde que el mundo es mundo andan por ahí vendidas en tabla por aquellos que yo llamo hogazanes (…) y que el bondadoso vulgo denomina artistas poetas, ó cosa asi. Quimera soy, sueño de sueño y sombra de sombra, sospecha de una posibilidad (…). Órden, órden en la narración. Tengo yo un amigo ha incorrido por sus pecados, que deben ser tantos en número como las arenas del mar, en la pena infamante de escribir novelas, así como otros cumplen, leyéndolas, la condena ó maldicion divina. (…)”. Encadernação com a lombada em pele. Lombada com algum desgaste. Assinatura de posse a lápis na folha de anterrosto e a caneta no verso da folha de anterrosto. Carimbo na folha de rosto. Com um retrato (gravura) do autor possivelmente colado no verso da folha de rosto. Interior em bom estado geral de conservação. Preço: 280 euros. |
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8149 - Pinto, Fernan Mendez – HISTORIA ORIENTAL DE LAS PEREGRINACIONES DE FERNAN MENDEZ PINTO PORTUGUES, ADONDE SE ESCRIVEN MUCHAS, Y MUY ESTRAÑAS COSAS QUE VIO Y OYÓ EN LOS REYNOS DE LA CHINA, TARTARIA, SORNAO, QUE VULGARMENTE SE LLAM A SIAM, CALAMIÑAN, PEGUU, MARTAUAN, Y OTROS MUCHOS DE AQUELLAS PARTES ORIENTALES, DE QUE EN ESTAS NUESTRAS DE OCCIDENTE AY MUY POCA, O NIGUNA NOTICIA. CASOS FAMOSOS, ACONTECIMIENTOS ADMIRABLES, LEYES, GOBIERNO, TRAGES, RELIGION Y COSTUMBRES DE AQUELLOS GENTILES DE ASIA. TRADUZIDO DE PORTUGUES EN CASTELLANO POR EL LICENCIADO FRANCISCO DE HERREA MALDONADO…Con Licencia, En Valencia, En casa de los herederos de Chrysostomo Garriz, por Bernardo Nogues, junto al molino de Rouella. 1645. (24) – 482 – (10) pp.. 27, 1 cm x 19 cm. E.
De acordo com Francisco Leite de Faria, esta será a quarta edição espanhola desta obra, presente em algumas bibliotecas públicas e nos catálogos de reputados bibliófilos (como Azevedo e Samodães, Salvá, Francisco José Maria de Brito, entre outros). Há registo de uma venda desta edição por 10 contos pelo livreiro D. José Telles da Sylva em 1974 e uma compra em 1975 da Biblioteca Nacional por 6 contos do exemplar que havia pertencido ao Dr. Afonso Lucas (Leite de Faria, 1992: 66-67). Tendo Portugal construído aquele que é considerado o primeiro império global da história, não é de estranhar que seja a pena de um português, Fernão Mendes Pinto (c. 1510 – 1583), a traçar um dos primeiros relatos histórico-literários sobre os caminhos desse mundo que então se abria. É esta uma das explicações para a popularidade da obra e para as muitas peregrinações da “Peregrinação” para outros idiomas ao longo dos séculos XVII e XVIII… Contudo, ao contrário de outras obras anteriores, coevas e posteriores sobre este mesmo tema, da leitura da “Peregrinaçam” na sua edição original percebemos que a obra não é apenas um livro de história, de aventuras, nem um panegírico aos feitos dos portugueses no oriente. É, essencialmente, o relato de uma jornada humana. O retrato da vida de um homem que, ao longo de 20 anos, procurou a fortuna no extremo oriente. De um aventureiro que foi escravo. De um pirata que serviu a Coroa portuguesa que criticava (pelos roubos e pela pirataria…) e que serviu Deus com a mesma devoção com que serviu a sua própria ganância. Naturalmente que, a este percurso pessoal, se junta uma importante visão e descrição (nem sempre exacta, segundo parece) da presença portuguesa ou da presença de portugueses da Etiópia ao Japão. E dentro desta narrativa podemos encontrar também episódios curiosos, como o de um velho cristão português que estando há décadas na China se faz notar através de uma sucessão de escarros, ou a de dois fidalgos portugueses que, estando cativos, se matam numa discussão sobre linhagens… Com o ex-libris de Javier Sanz na folha de guarda. Encadernação de execução recente com a lombada em pele. Aparado. Corte jaspeado. Assinaturas antigas na folha de rosto. Algumas manchas antigas de humidade (e fungos) no último quarto do volume que se acentuam no final. Rasgão à cabeça do fólio Ee3 (afectando a numeração e ligeiramente o texto). Restauros com papel vegenta e fita nos fólios Ee4, Ff5 a Ff8 , Gg a Gg 8 e Hh1 a Hh7. Perda de texto no pé das pp. F6 – F8 e H1 a H7 (sendo os fólios Hh2 a Hh7 correspondentes ao índice). Apesar dos defeitos referidos o papel ainda se mentem limpo e até sonante em grande parte do volume (e mesmo nas folhas afectadas). Restante interior em bom estado geral de conservação. Exemplar completo. Conserva o Cólofon na última página (em falta em muitos dos exemplares). Preço: 750 euros. |
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6547 - [MANUSCRITO. POMBALINA] - Pombal, Marquês de (Sebastião José de Carvalho e Mello) – COPIA DA TRADUÇÃO DAS 17 CARTAS APONTADAS NO COMPENDIO HISTÓRICO E ANALÍTICO | RESPOSTA DO MARQUÊS DO POMBAL AS 17 CARTAS TRADUZIDASDO IDIOMA INGLÊS SOBRE O ESTADO PASSADO E PRESNTE. DESTE REYNO| CARTA DO MARQUES DE POMBAL ESCRIPTA A SEU FILHO CONDE DE OEIRAS EM 8 DE DEZEMBRO DE 1773.. s.d. [séc. XVIII?] 123 fl. (146 pp.) 16, 2 cm x 10 cm. E.
Tradução e cópia de “Letters from Portugal, on the Late and Present State of that Kingdom” publicadas em Londres em 1777. Brito Aranha, no “Dicionário Bibliographico Portuguez”, refere uma das diversas variantes destas “cópias” intitulada “Cartas sobre o último e presente estado deste Reyno de Portugal. Vertidas do original inglez. Com o compendio histórico e analítico que dellas fez…Marquez de Pombal…Compendio Histórico e Analítico do Juízo que tenho formado das 17 cartas contidas na Collecção estampada no anno de 1777 em Londres no idioma inglez, e recebidas nesta Villa de Pombal nos princípios de janeiro de 1778 por Sebastião José de Carvalho e Mello, Marquez de Pombal” (ver Inocêncio, 1858, vol. IX: 34). O início é a tradução de “Letters from Portugal”. De seguida, ocupando 60 páginas, segue-se a “Resposta do Marquês de Pombal…” que se encontra dividida em 47 pontos. Por fim, a terminar o volume, encontra-se a “Carta do Marquês de Pombal escripta a seu filho…”, em que Sebastião José descreve o seu desterro em Pombal, dando nota dos seus graves problemas de saúde e dos penosos interrogatórios do “severo Juiz Comissário José Luiz França”. Sobre este período da vida de Pombal diz-nos o seguinte Pedro Sena-Lino, biógrafo do Marquês, na sua obra “De quase nada a quase rei: “Se o seu antigo prestígio nacional não fosse suficiente para o salvar, Pombal utilizaria a sua fama europeia. Precisava, como na campanha antijesuítica, de um panfleto internacional. É em 1777 que são publicadas umas curiosas Letters from Portugal, que chegam a Portugal em 1778.”. Mais adiante Sena-Lino atribui a autoria das cartas ao próprio Pombal e refere que mesmo a carta escrita ao filho estava “destinada a ser conhecida forma de Pombal” e que “conheceria uma intensa divulgação” (Sena-Lino, 2021: 556 – 579) No século XIX estas obras já se encontravam em variadas bibliotecas particulares e nas mãos de diversos bibliófilos. É possível que algumas cópias apresentem diferenças entre si. A julgar pela caligrafia, o manuscrito deverá ser de finais do século XVIII/início do século XIX. O papel possui marcas de água que não conseguimos identificar. Encadernação com a lombada em pele executada provavelmente em meados do século XIX. Com uma vinheta da livraria “O Mundo do Livro” no canto superior esquerdo da parte interior da capa. Manuscrito executado a uma só mão. Interior em bom estado geral de conservação. Preço: 400 euros. RESERVADO. |
8220 - Quental, Antero de – ALEXANDRE HERCULANO. Barcellos. Typographia da Aurora do Cávado. 1896. 14 pp. 15, 5 cm x 12 cm. B.
Raríssima publicação do artigo escrito por Antero de Quental (1842 – 1891) sobre Alexandre Herculano. A edição do folheto foi uma iniciativa do jornalista, escritor e notável bibliófilo Rodrigo Veloso. “Tiragem de apenas 100 exemplares”. Em brochura. Impresso em papel de má qualidade mas em razoável estado de conservação. VENDIDO. |
8660 - Quental, Antero de – OS SONETOS COMPLETOS DE ANTHERO DE QUENTAL PUBLICADOS POR J.P. OLIVEIRA MARTINS. Porto. Livraria Portuense de Lopes & Ca. – Editores. 1886.126 pp. 17 cm x 11 cm. E.
Publicação dos sonetos de Antero de Quental organizada por Oliveira Martins. Da introdução de Oliveira Martins, onde é feita uma extensa e erudita análise à obra e poesia de Antero, retiramos a conclusão em que Oliveira Martins escreve apenas sobre o homem: “Este homem, fundamentalmente bom, se tivesse vivido no século VI ou no século XIII, seria um dos companheiros de S. Bento ou de S. Francisco de Assis. No século XIX é um excêntrico, mas d’esse feitio de excentricidade que é indispensável, porque a todos os tempos foram indispensáveis os hereges, a que hoje se chama dissedentes (…)”. Edição original (existe uma contrafação publicada no mesmo ano). De elevado apuro gráfico. Impressa em bom papel. Com o ex-libris e carimbo branco da “Livraria de J. G. Mazziotti Salema Garção”. Encadernação com a lombada e cantos em pele. Perdas e pequenos defeitos na lombada e nos cantos superior direito da capa e superior esquerdo da contracapa. Um pouco aparado. Interior em bom estado de conservação. VENDIDO. |
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8659 - Ramalho Ortigão, José Duarte – AS PRAIAS DE PORTUGAL. Porto. Magalhães & Moniz – Editores. 1876. 144 – (12) - (16) pp. 24 cm x 14 cm. E.
Primeira edição deste livro que, juntamente com “Banhos de Caldas e Águas Minerais”, é uma das obras mais populares de Ramalho Ortigão (1836 – 1915). Com referências e descrições da Foz, Leça da Palmeira, Pedrouços, Cascais, Paço de Arcos, Caxias, Belém, Ericeira, Nazaré, Póvoa de Varzim, Apúlia, Ancora, Vila do Conde, Granja, Costa Nova, São Martinho do Porto, Santa Cruz, S. Pedro de Moel, Porto Brandão, Alfeite, Fonte da Pipa, entre outras. O livro termina com os “Horários dos Caminhos de Ferro”. O livro é mais do que um roteiro pelas praias portuguesas, pois não se fica pela simples descrição das praias ou das localidades. Não raras vezes, no seu estilo inconfundível, opta pelas historietas, pelas anedotas, pela crítica de costumes…Chega até a propor sistemas de funcionamento para as casas de jogo (existentes em muitas praias). Não se esquece também de referir as duras vidas dos pescadores e os costumes de cada região. Tudo isto é complementado por informações úteis (como o preço dos hotéis e os horários dos transportes) e até por alguns considerandos mais profundos ou previsões quase certeiras certeiras, como a que faz sobre a Foz do Douro (onde diz que “o serviço dos caminhos de ferro americanos (…) converterá dentro em pouco tempo a Foz n’um bairro do Porto.”). Com 12 gravuras que representam as estâncias balneares e localidades da Foz do Douro, Leça da Palmeira, Pedrouços, Póvoa de Varzim, Granja, Cascais, Espinho, Ericeira, Figueira da Foz, Setúbal e com uma outra gravura alusiva a “Banhos da Barca” e “A Primeira Pesca”. Encadernação com a lombada em pele. Com uma vinheta da “Livraria Académica” no canto superior esquerdo do verso da capa. Ao lado encontra-se o Ex-libris heráldico de Pedro Manuel Franco da Costa de Barros (Alvellos). Pastas em tela. Interior com alguma acidez mas em bom estado geral de conservação. VENDIDO. |
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7860 - Régio, José; Serpa, Alberto – ALMA MINHA GENTIL. ANTOLOGIA DA POESIA DE AMOR PORTUGUESA. Lisboa. 1957. 345 – (2) pp. 17, 6 cm x 12, 2 cm. B.
Antologia da “Poesia de Amor Portuguesa” organizada por José Régio e por Alberto de Serpa e ilustrada por Augusto Gomes. A obra compreende um período que vai do século XII ao século XX. Aqui podemos encontrar poesias de autores como Pedro Gonçalves de Portocarreiro, D. Dinis, Bernardim Ribeiro, Cristóvão Falcão, Sá de Miranda, Camões, António Ferreira, Francisco Rodrigues Lobo, D. Francisco Manuel de Melo, Soror Violante do Céu, Abade de Jazente, Filinto Elísio, Domingos dos Reis Quita, José Anastácio da Cunha, Marquesa de Alorna, Manuel Maria Barbosa du Bocage, Castilho, Garrett, Herculano, Maria Brown, Soares de Passos, João de Lemos, João de Deus, Júlio Dinis, Gonçalves Crespo, Cesário Verde, Eugénio de Castro, Fausto Guedes Teixeira, António Feijó, Guerra Junqueiro, Camilo Pessanha, João Lúcio, Mário de Sá Carneiro, Florbela Espanca, Fernando Pessoa, Guilherme de Faria, António Botto, Carlos Queirós, Miguel Torga, Saúl Dias, Pedor Homem de Mello, Sebastião da Gama, Eugénio de Andrade, Fernando Echevarria, entre muitos outros. Em brochura. Capa um pouco amarelecida. Interior manuseado mas em bom estado geral de conservação. VENDIDO. |
8622 - Stowe, Harriet Beecher – A CABANA DO PAI THOMÉ OU VIDA DOS NEGROS NA AMÉRICA. Lisboa. Typographia Universal. 1853. 128 pp. 30 cm x 21 cm.
Provavelmente estamos na presença da primeira edição ilustrada impressa em Portugal desta conhecida obra de Harriet Beecher Stowe (1811 – 1896). O impacto deste seu livro foi tal que se diz que Lincoln, quando conheceu a escritora, terá dito: “so you are the little woman who wrote the book that started this great war?”, atribuindo assim a esta obra um papel importante na eclosão da Guerra Civil americana. A popularidade do livro, uma das obras abolicionistas mais relevantes de sempre, cedo transcendeu as fronteiras americanas e, pouco tempo depois da publicação da primeira edição (em 1852), começou a conhecer traduções e versões em diversos países do mundo. A história das edições desta obra em português é um pouco complexa e poderá estar ainda por fazer. Em 1853, em Paris, foi lançada uma edição do livro em português, traduzida por Francisco Ladislau Álvares de Andrada e ilustrada com 12 gravuras. Em Portugal, também em 1853, saíram pelo menos três edições desta obra. Uma traduzida e publicada por António Urbano Pereira de Castro na Tipografia Urbanense, outra impressa nos prelos de José Lourenço Silva e uma outra publicada na Typographia do Centro Comercial. A juntar a estes três acrescente-se a que aqui apresentamos, a primeira edição ilustrada da obra impressa em Portugal. Todas as edições apresentam diferenças entre si, nomeadamente no título. A edição aqui apresentada usa a palavra “Thomé” no título, ao passo que em todas as outras aprece “Thomas”. A edição de 1853 “Tipografia Urbanense”, traduzida por António Urbano Pereira de Castro usa no título a palavra “Negros” ao passo que a edição do mesmo na traduzida por Francisco Ladislau Álvares de Andrada, publicada em Paris em 1853 usa a palavra “Pretos”. As edições da Typographia do Centro Comercial e de José Lourenço da Silva apresentam uma diferença no título: “A Cabana do Pai Thomas, ou os negros na América”, ao passo que em todas as outras pode ler-se “Vida dos Negros na América”. O livro conheceu diversas obras e tradutores. A título de curiosidade valerá a pena destacar o nome de António Urbano Pereira de Castro, que, tal como o Director da Alfândega de S. Tomé Luís Maria do Couto e Albuquerque (tradutor de “O Escravo Branco…” e abolicionista) também esteve ligado à administração colinal, tendo sido escrivão e guarda-mor do Tribunal da Relação de Luanda tendo durante esse período publicado a revista ou jornal “A Civilização da Africa Portugueza” (ver Pacheco, 2009: 9). Esta nota poderá deixar pistas para a relação entre as gentes da administração colonial e o pensamento abolicionista e a subsequente difusão deste tipo de obras em português. Apesar de ter motivações (e fundamentos) diferentes, talvez seja pertinente referir a este respeito a polémica “Carta acerca do tráfico de escravos na província de Angola” da autoria do célebre escritor Teixeira de Vasconcelos, então Presidente da Câmara de Luanda. Não é fácil dar certezas sobre a história desta edição. É certo que se destinava servir a causa abolicionista e é provável que se inserisse numa colecção inovadora com intuitos pedagógicos. No final do volume está colada uma carta impressa de António Feliciano de Castilho sobre os méritos da “Bibliotheca Economica” (publicada pela Typographia Universal”), na qual viria a colaborar e onde refere que o formato grande destas edições poderia “causar alguma estranhesa, mas essa já está com a posse e o costume passada, ao mesmo tempo que o commodo de se ter por menos dinheiro muit mais leitura é um bem real com que os assinantes (…) estão quasi dia a dia regalando (…)” . “Edicção ornada de vinte e oito gravuras”. Encadernação modesta com a lombada em pele. Restauro grosseiro (com fita adesiva) na margem interior da folha de rosto e nas duas páginas seguintes, sem afectar o texto. Manuseado e com pequenos defeitos. VENDIDO. |
6544 - Toseti, Urbano (trad.) – APPENDIX ÁS REFLEXÕES DO PORTUGUEZ SOBRE O MEMORIAL DO PADRE GERAL DOS JESUITAS. APRESENTADO À SANTIDADE DE CLEMENTE XIII. OU SEJA RESPOSTA DO AMIGO DE ROMA AO DE LISBOA. IMPRESSA EM GENOVA E TRADUZIDA EM PORTUGUEZ. [Roma?]. 1759. 440 pp. 14, 5 cm. x 10 cm. E.
junto folheto [PEDIDO DE IMPRESSÃO DA SENTENÇA DE GABRIEL MALAGRIDA]. 1761. 1 fl. 30, 5 cm x 20, 8 cm. Obra anti-jesuítica cujo autor e local de impressão exacto não foi possível identificar. A obra ataca a Sociedade de Jesus de várias formas, mas um dos principais visados pelo livro foi o Padre Gabriel Malagrida que, como é sabido, se havia tornado um inimigo figadal do Marquês de Pombal. Como nos diz Pedro Sena-Lino, biógrafo de Pombal, citando Christine Voguel o Marquês controlava em Roma uma “tipografia onde mandava imprimir as obras de combate, que convinha ao primeiro mistro que saíssem da cidade eterna para serem espalhadas pela europa católica”. Esta informação torna Roma o local provável de impressão, embora seja possível ponderar outras hipóteses. Para além de atacar o Padre Malagrida, a obra procura descreditar a Companhia de Jesus de diversas formas. Para atingir esses objectivos dá-nos interessantes descrições do funcionamento da Companhia nos séculos XVII e XVIII na China, Macau, Malabar, India, Brasil, etc. Estas referências são particularmente interessantes não só pelo seu conteúdo, mas também pelo facto de nos remeterem para uma série de referências bibliográficas, legislativas e documentais que citam ao longo do texto. Encadernação antiga inteira de pele. Folha de rosto um pouco manchada Mancha que não impede a leitura nas p. 323. Rasgão que não afecta o texto no pé das 415-416. Pequeno pico de traça (sem afectar o texto) no. pé pp 423 a 429. Restante interior em bom estado geral de conservação. “Pedido de impressão” manchado e com defeitos. VENDIDO. |
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8418 - Vieira, José Augusto – O MINHO PITTORESCO. Lisboa. Livraria de António Maria Pereira. II Volumes. 1887. 657 – (2) pp; 794 – (5) pp. 30, 5 cm x 22, 5 cm. E.
Primeira edição desta que é uma das mais emblemáticas e procuradas obras sobre o Minho, da autoria de José Augusto Vieira (1856-1890) com dezenas de ilustrações e referências a grande parte dos concelhos e principais localidades minhotas e também ao Porto e a Gaia. Através das suas imagens, descrições e histórias a obra transpõe o leitor para o Minho do século XIX. Contudo, a referência aos principais monumentos e marcos históricos, bem como a referência a certas idiossincrasias dos minhotos fazem com que o leitor facilmente encontre ainda hoje alguns ecos desse Minho longínquo. A abrir o livro Vieira escreve algo que sintetiza a identidade minhota e convida-nos para a viagem que vai empreender : “Berço onde se embalou a nacionalidade portugueza, o Minho tem sido o tabernáculo sagrado das nossas tradições (…), subversivo e revolucionário (…), cultivador da terra na tranquilidade da paz, amoroso de raça, emigrador e fecundo por condições de meio (…) Como n’um vôo de fantasia perpassou diante dos nossos olhos, emoldurada e na fugitiva linha da sua viridente paysagem, a perspectiva encantadora e ao mesmo tempo histórica e pittoresca d’esse jardim de Portugal. É tempo de percorrer as suas aldeas, de examaninar canteiro por canteiro, de escutar os segredos das suas florestas, ouvir o murmúrio dos seus rios, os cânticos das suas aves, as tradições do seu povo, a história dos seus monumentos (…)”. Com gravuras em que se encontram representadas as seguintes cidades e localidades: Melgaço, Valença, Vila Nova de Cerveira, Caminha, Viana do Castelo, Monção, Ponte de Lima, Paredes de Coura, Arcos de Valdevez, Vieira do Minho, Ponte da Barca, Vila Verde, Póvoa de Lanhoso, Cabeceiras de Basto, Celorico de Basto, Amares, Fafe, Guimarães (com gravuras de Vizela e das Taipas) e Terras de Bouro. Encadernações sólidas, com a lombada e cantos em pele. Lombadas decoradas com ferros dourados. Com capas de brochura. Capa de brochura do primeiro volume com defeitos e pequenos restauros. Interior com alguma acidez mas em bom estado de conservação. VENDIDO. |
Alguma bibliografia consultada:
- Arouca, João Frederico de Gusmão C. – Bibilografia das obras impressas em Portugal no século XVII. Lisboa. Biblioteca Nacional. 2001.
- Biblioteca do Dr. José Joaquim de Oliveira Bastos organizada para leilão pela Livraria Manuel Ferreira. Porto. 2008.
- Cabral, Alexandre – Dicionário de Camilo Castelo Branco. Lisboa. Caminho. 1988.
- Catálogo de la Biblioteca de Salvá escrito por D. Pedro Salvá y Mallen. Valencia. Imprenta de Ferrer de Orga. 2 Tom. 1871-1872
- Catálogo da Importante e Preciosíssima Livraria que pertenceu aos notáveis escritores e bibliófilos Condes de Azevedo e Samodães…redigido por José dos Santos. Porto. Tip. da Empreza Literária e Tipografica. 1921. 2 vol.
- Catalogo da Livraria do Dr. Sebastião d’Almeida e Brito. Porto. Na Typographia de Sebastião José Pereira. 1863.
- Catálogo dos Preciosos Manuscriptos da Bibliotheca da Casa dos Marquezes de Castello Melhor…Lisboa. Typographia Universal. 1878.
- Descrição Bibliographica Camilina de uma muito importante e valiosa colecção de bibliografia activa e passiva de Camilo Castelo Branco elaborada por Miguel de Carvalho livreiro antiquário…Coimbra. 2003.
- Faria, Francisco Leite de – As muitas edições da «Peregrinação» de Fernão Mendes Pinto. Lisboa. Academia Portuguesa da História. 1992. ´
- Ferreira, Damião Vellozo – Uma camiliana Portuense. Obras, manuscritos. e objectos. Porto. 1995.
- Franco, Luís Farinha; Monteiro, Ana Isabel Líbano – Bibliografia das obras impressas em Portugal no século XVII. Indices. Lisboa. Biblioteca Nacional. 2016.
- Machado, Diogo Barbosa – Bibliotheca Lusitana. Lisboa. Na Officina de Ignacio Rodrigues. 1741
-Moraes, Rubens Borba de - Bibliographia Braziliana. Rio de Janeiro. Livraria Cosmos. 1983
-Neves, Lúcia M. Bastos P. - O despertar da Memória: A Real Biblioteca e as primeiras obras de História do Brasil. Revista do Livro , v. 50, p. 87-96, 2008.
- Pacheco, Carmen – O Pensamento Economico Colonial de Antonio Lobo de Almada Negreiros (1868 – 1939). FLUP. 2009
- Palau, Antonio - Manual del Librero Hispano-Americano. Madrid. Julio Otero Editor. 1990.
- Pires, Daniel - Dicionário da Imprensa Periódica Literária do Século XX. Grifo. Lisboa. 2000.
- Richard C. Ramer. Special List 366. Christianity in Asia. 2020
-Santos, Maria José Ferreira dos – Marcas de Água: séculos XVI – XIX. Tecnicelpa. Santa Maria da Feira. 2015.
- Sena-Lino, Pedro – De quase nada a quase rei. Biografia de Sebastião José de Carvalho e Melo. Marques de Pombal. Lisboa. Contraponto. 2021.
- Silva, Innocencio Francisco da; Aranha, Pedro Wenceslau de Brito - Diccionario Bibliographico Portuguez. Lisboa. Imprensa Nacional. 1858.
- Arouca, João Frederico de Gusmão C. – Bibilografia das obras impressas em Portugal no século XVII. Lisboa. Biblioteca Nacional. 2001.
- Biblioteca do Dr. José Joaquim de Oliveira Bastos organizada para leilão pela Livraria Manuel Ferreira. Porto. 2008.
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- Catalogo da Livraria do Dr. Sebastião d’Almeida e Brito. Porto. Na Typographia de Sebastião José Pereira. 1863.
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- Descrição Bibliographica Camilina de uma muito importante e valiosa colecção de bibliografia activa e passiva de Camilo Castelo Branco elaborada por Miguel de Carvalho livreiro antiquário…Coimbra. 2003.
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- Ferreira, Damião Vellozo – Uma camiliana Portuense. Obras, manuscritos. e objectos. Porto. 1995.
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- Machado, Diogo Barbosa – Bibliotheca Lusitana. Lisboa. Na Officina de Ignacio Rodrigues. 1741
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-Santos, Maria José Ferreira dos – Marcas de Água: séculos XVI – XIX. Tecnicelpa. Santa Maria da Feira. 2015.
- Sena-Lino, Pedro – De quase nada a quase rei. Biografia de Sebastião José de Carvalho e Melo. Marques de Pombal. Lisboa. Contraponto. 2021.
- Silva, Innocencio Francisco da; Aranha, Pedro Wenceslau de Brito - Diccionario Bibliographico Portuguez. Lisboa. Imprensa Nacional. 1858.
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*Para este catálogo não são considerados os protocolos em vigor.
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